sexta, 19 de abril de 2024
19/04/2024

Entidades querem restringir a importação de leite


Mobilização contra o aumento do volume de importação de leite subsidiado, principalmente da Argentina, está sendo estimulada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc).

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, diz que os transtornos que a cadeia produtiva do leite tem enfrentado – estiagens, enchentes e excesso de importação – recomendam a formulação de uma nova política pública para o desenvolvimento do setor, priorizando a matéria-prima local e o trabalho dos produtores brasileiros.

Nesse sentido, “é muito importante que cada Estado tome uma iniciativa para reduzir a compra do leite de outros países em uma atuação coordenada do setor em todo País”. Alguns Estados elevaram a alíquota de 0% para 12% aos importadores de leite em pó e de 2% para 18% na venda de produto fracionado. Em  outros, os lácteos importados foram excluídos da cesta básica, com aumento de ICMS sobre o leite importado.

Pedrozo informa que a CNA está elaborando um estudo para a aplicação de direitos antidumping à Argentina, com o objetivo de proteger o setor lácteo nacional. O dirigente lembra  que a excessiva importação de leite iniciada no primeiro semestre do ano passado achatou a remuneração do produtor nacional, impactando negativamente a competividade do pequeno e médio produtor de leite. As importações brasileiras de lácteos da Argentina e do Uruguai, em 2023, praticamente dobraram.

O presidente observa que grande parte dos produtores rurais atua na área de lácteos e que a crise no setor derruba a renda das famílias rurais. A forte presença de leite importado no mercado brasileiro provocou queda geral de preços, anulando a rentabilidade dos criadores de gado leiteiro.

            Pedrozo defende um debate do setor produtivo com o Ministério da Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar para a definição de medidas de fortalecimento da pecuária leiteira no País com foco no aumento da produção e no fortalecimento do pequeno e do médio produtor de leite. Dessa forma será possível estimular, simultaneamente, a produção e o consumo, abrangendo a redução da tributação, combate às fraudes, criação de mercado futuro para as principais commodities lácteas, manutenção de medidas antidumping e consolidação da tarifa externa comum em 35% para leite em pó e queijo, além da utilização de leite e derivados de origem nacional em programas sociais.

            “Não podemos deixar nenhum produtor desamparado, por isso a mobilização das  Federações estaduais de agricultura e união de todo o setor são fundamentais para mudar o cenário de baixos preços pagos pelo litro de leite e altos custos de produção”, defende.

Pedrozo alerta que a crise na cadeia do leite afeta diretamente a agricultura familiar, levando milhares de produtores a abandonar a atividade, que já registra forte concentração da produção em Santa Catarina. “Talvez uma das soluções seja regular a importação, criando gatilhos e barreiras para que seu exagero não destrua as cadeias produtivas organizadas existentes”, sugere.



Blog

Franquias especializadas em saúde, beleza e bem-estar crescem em Santa Catarina

O mercado de franquias cresce a cada ano em Santa Catarina. Um estudo recente da Associação Brasileira de Franchising (ABF) aponta que há mais de 8 mil unidades instaladas no estado que, juntas, geram cerca de 67 mil empregos diretos e um faturamento que ultrapassou R$ 9 bilhões em 2021. Entre os segmentos, o que mais se destaca é o de saúde, beleza e bem-estar. Nos três quesitos citados acima, ele representa 22,3% das unidades, 30,8% do faturamento e 21,6% da oferta de empregos.
Um exemplo que retrata esse crescimento é a Catarinense Implantes, que recentemente lançou no mercado uma rede de franquias para clínicas odontológicas premium com especialização em implantes e próteses dentárias, onde o franqueado pode optar por três modelos: Rubi, Safira e Diamante. As categorias incluem a taxa inicial de franquia, projetos de arquitetura, instalações, obras de reforma, mobiliário, equipamentos, raio-x panorâmico (no modelo Safira e Diamante), instrumentais, utensílios, uniformes, software, além de estoque mínimo de insumos e despesas pré-operacionais.
No plano Rubi, o investimento completo é de aproximadamente R$ 508 mil e contempla três consultórios. Os interessados no modelo Safira devem investir cerca de R$ 711 mil e terão entre quatro e cinco consultórios. Já na categoria Diamante, a mais completa com seis consultórios, o valor fica em torno de R$ 868 mil. O prazo de retorno é de 22 a 36 meses, com um faturamento médio mensal bruto entre R$ 200 e R$ 400mil. O contrato tem duração de cinco anos.
Para ingressar no negócio, o franqueado passa por uma entrevista, assim como é feita uma análise do ponto comercial que ele deseja obter para instalar a franquia. “Um dos grandes benefícios da franchising Catarinense Implantes é que os royalties são calculados com base no faturamento bruto base de caixa da unidade, ou seja, permite que a remuneração da franqueadora seja calculada de maneira proporcional aos recebimentos da clínica. Há também um desconto de 17% para quem efetuar o pagamento dentro do prazo”, explica o sócio da Catarinense Implantes, Arthur de Camargo Zatiti.
           Com três clínicas já consolidadas no formato franquia em Joinville e uma em Jaraguá do Sul, a empresa, que já atua há mais de 10 anos no mercado, abrirá em maio uma nova unidade em Florianópolis, a quinta do projeto de franchising. Em 2023, será a vez de Palhoça. A meta da Catarinense Implantes é franquear 30 unidades até o final de 2023.


Sobre a Catarinense Implantes
Há mais de 10 anos no mercado, a Catarinense Implantes é uma rede de clínicas odontológicas especializadas em implantes dentários, mas que oferece um amplo portfólio odontológico: próteses móveis e fixas, endodontia, tratamentos estéticos (lentes de contato, facetas, clareamento, restaurações), ortodontia, cirurgias em geral, periodontia e harmonização orofacial. Atualmente, são três unidades em Joinville e uma Jaraguá do Sul, ambas com estrutura premium e tecnologia de ponta.

Em SC, Amazon Parques & Resorts terá gestão hoteleira da gigante Wyndham Hotels & Resorts

Com investimentos da holding norte-americana Amazon Fun Parks, o empreendimento multipropriedade Amazon Parques & Resorts, a ser construído em Penha (SC), já definiu a empresa que vai gerir o empreendimento hoteleiro. O empreendimento turístico terá mais de 90 mil m² e 199 apartamentos administrados pela norte-americana Wyndham Hotels & Resorts, a maior empresa de franquias hoteleiras do mundo com mais de 9.200 hotéis espalhados por mais de 95 países em seis continentes. 

“O brasileiro é apaixonado por viagem e quer cada vez mais conhecer destinos, em especial pelo Brasil. Nosso mercado turístico interno é muito forte e Santa Catarina já exerce uma forte atração sobre os brasileiros, além dos turistas do restante da América do Sul, principalmente Argentina, Chile e Uruguai”, destaca Maria Carolina Pinheiro, Vice-Presidente de Desenvolvimento de Negócios para América Latina, da Wyndham Hotels & Resorts.

Vale ressaltar que o destino já tem apelo turístico forte por conta das praias e parques temáticos consolidados na região de Penha. São mais de 2 milhões de turistas por ano, segundo dados oficiais.

A executiva ainda ressalta que “o estado vem recebendo um volume maior de turistas e dar suporte a essa evolução é o plano da Wyndham: estar onde os hóspedes querem estar. Para o empreendimento de Penha, em específico, acreditamos em uma parcela considerável de visitantes principalmente das regiões Sul e Sudeste, seguidas pelo Nordeste. Já em relação aos estrangeiros, eles devem responder por 15% a 20% da ocupação”, avalia Maria Carolina.

A Wyndham Hotels & Resorts vai assumir a responsabilidade por toda a operação do hotel: da administração do hotel e do condomínio até a distribuição e venda das diárias, assim que a obra for entregue. Segundo a vice-presidente Maria Carolina, “a Wyndham já está participando do desenvolvimento do novo empreendimento, conceituação do produto, projeto arquitetônico e todo o plano de abertura”.

A primeira fase de construção será iniciada em setembro deste ano, pela empresa já contratada de Blumenau (SC), a construtora Stein Empreendimentos, e tem previsão de entrega para 2025. “É motivo de muito orgulho oferecer as experiências do empreendimento, com foco em lazer e férias para famílias, agora com a marca da administração da Wyndham Hotels & Resorts para agregar ainda mais qualidade aos hóspedes”, explica o presidente do conselho administrativo do Amazon Parques & Resorts, Roberto Kwon.

Para o empreendimento de Penha, foi escolhida a marca Wyndham Garden, uma das 22 marcas hoteleiras do portfólio da companhia norte-americana, e que teve o crescimento mais rápido da Wyndham nos últimos cinco anos, especialmente entre os viajantes da Geração X e Millennial. Tem como diferencial o conceito jovem, inspirado na natureza e que valoriza a conveniência, espaços flexíveis para o lazer e reuniões, além da proximidade com aeroportos e outros itens de conforto aos hóspedes.

Multipropriedade
Antes mesmo da entrega das torres que compõem o equipamento turístico e hoteleiro, o público interessado em uma segunda moradia de férias em Penha (SC) já pode adquirir uma fração dos apartamentos. Neste momento, 155 apartamentos já estão sendo comercializados na planta em cotas com custo inicial de R$ 27 mil. Os imóveis variam entre de 35m² até 134m² de área privativa e os proprietários que adquirirem as cotas poderão usufruir do apartamento pelo período de até 14 dias, de acordo com cronograma e agendamento prévio.

Além das torres hoteleiras, o Amazon Parques & Resorts engloba uma área de entretenimento muito diferenciada, que será composta por 15 mil m² de atrações em pavilhões e 81,7 mil m² de atrações externas. Haverá museus, aquário, SPA com terapias de elementos indígenas, centro de pesquisas e auditório com atividades continuadas e atrações para a educação ambiental. Salão para eventos, piscina, bar e restaurante com menu tradicional e pratos diferenciados com ingredientes vindos diretamente de produtores da Amazônia serão mais atrativos.

Sobre a Amazon Parques & Resorts
Fundada em 2020, a Amazon Parques & Resorts tem como meta a implementação de empreendimentos imobiliários desenhados para o entretenimento, bem-estar e hotelaria alinhados às novas práticas do mundo contemporâneo consciente. Atua com a comercialização imobiliária e de multipropriedade com conceito de parque temático e arquitetura sustentável, proporcionando entretenimento de qualidade, alinhado as práticas contemporâneas de economia e fortalecendo uma rede de iniciativas de comunidades na Amazônia. https://amazonfunparks.com/ 

Sobre a Wyndham Hotels & Resorts
A Wyndham Hotels & Resorts (NYSE: WH) é a maior empresa de franquias hoteleiras do mundo por quantidade de propriedades, com aproximadamente 9.200 hotéis em quase 95 países em seis continentes. Através de sua rede de aproximadamente 810.000 quartos atrativos para o viajante cotidiano, a Wyndham conta com presença líder nos segmentos econômico e midscale da indústria de hospitalidade. A empresa opera um portfólio de 22 marcas hoteleiras como Super 8®, Days Inn®, Ramada®, Microtel®, La Quinta®, Baymont®, Wingate®, AmericInn®, Hawthorn Suites®, Trademark Collection® e Wyndham®. A Wyndham Hotels & Resorts também é um fornecedora líder de serviços de administração hoteleira. O Wyndham Rewards, o premiado programa de fidelidade da companhia oferece a 92 milhões de membros afiliados a oportunidade de trocar pontos em milhares de hotéis, resorts e casas de férias em todo o mundo. Para mais informações, acesse www.wyndhamhotels.com.

Vai ser fiador de imóvel? Redobre os cuidados antes de assinar o contrato

Quem é ou pretende ser fiador de locação de imóvel precisa ter muita atenção e cuidado redobrado na hora de assinar o contrato. Se o imóvel for comercial, mais ainda. O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou constitucional a penhora do bem de família do fiador - imóvel principal, usado como moradia – caso o inquilino tenha deixado dívidas.
 
Por isso, para tornar a operação mais segura, é fundamental buscar ajuda de uma assessoria especializada antes de assumir riscos. A lei não era clara sobre qual bem era permitida a penhora e a discussão foi sobre a possibilidade em relação locatícia de imóveis comerciais. 
 
A advogada Morgana Borssuk - especialista em direito imobiliário e gestão patrimonial - explica que consultar uma assessoria jurídica é imprescindível para tornar mais clara a interpretação de todas as cláusulas e condições contratuais. “Solicitar a análise de um contrato pode salvar a parte envolvida de assumir responsabilidades que passariam despercebidas. Ninguém deve assinar um contrato se tiver qualquer dúvida. É muito importante ter clareza de todos os detalhes.”
 
Cuidado com mau pagador
Além da leitura atenta para evitar incômodos futuros, outra dica da especialista é conhecer muito bem a pessoa ou a empresa para a qual será fiador, pois um mau pagador costuma ter histórico deste perfil. “Ser fiador de um mau pagador aumenta o risco de uma execução de dívida. É importante ter ciência de que, em caso de inadimplência, a cobrança poderá de fato ser realizada. Isso quer dizer que o fiador primeiro paga com seus ativos, mas também pode perder o seu bem de família, mesmo que seja a própria moradia”, alerta Morgana.
 
O cuidado vale, principalmente, porque a lei não protege a fiança. Em caso de dívida do pagador principal – locatário -, a cobrança pode ser feita de forma igualitária, tanto do devedor quanto do fiador. Segundo a advogada, é praxe que nos contratos haja uma cláusula de renúncia à ordem de prioridade. 
 
“Caso o fiador tenha concordado com a renúncia do benefício de ordem, não será obrigatório cobrar primeiro o devedor e, somente caso ele não pague, cobrar do fiador. A cobrança pode ser imediata, só do fiador, inclusive. Sabendo disso e do alto risco que é responder pela dívida de outra pessoa, ser fiador exige muita cautela”, enfatiza.


 

 


Na dúvida, volte atrás
Se não estiver seguro, mesmo quem já assumiu o compromisso pode desistir de avalizar o negócio, desde que o prazo contratual tenha se esgotado e esteja prorrogado por prazo indeterminado. Basta que o fiador comunique o locador por notificação extrajudicial, informando que deixará de ser corresponsável pelos pagamentos assumidos. Ainda assim, as responsabilidades do fiador se estendem por mais 120 dias após o comunicado formal. Depois desse prazo o fiador está liberado. 
 
A mudança nas regras de penhora de bens dos fiadores de imóveis comerciais foi aprovada pelo STF por 7 votos a 4, prevalecendo o entendimento do relator, ministro Alexandre de Moraes. Segundo o magistrado, o direito à moradia não é violado com a possibilidade de penhora, já que o fiador exerce o direito à propriedade ao oferecer seu imóvel como garantia, com consciência dos riscos que está correndo. 
 
A especialista em direito imobiliário e gestão patrimonial lembra que o fiador não assume apenas a responsabilidade pelo aluguel, mas também sobre todos os acordos contratuais como tributos e outras despesas como IPTU, taxas de condomínio, reparos de responsabilidade do locatário, multas por infringência contratual e descumprimento da entrega do imóvel nas mesmas condições em que foi recebido. “Todo valor gerado pela locação e não pago passa a ser responsabilidade do fiador”, finaliza Morgana Borssuk.
 
Sugestão de legenda
Advogada Morgana Borssuk alerta sobre a penhora de bens pessoais de fiadores em locações comerciais: na dúvida, não assine nenhum contrato
 
Crédito da foto
Pexels/Timur Saglambilek
 

Faesc quer uma política especial para o leite em SC
        O universo do leite é influenciado por vários fatores como mercado, clima, sanidade, insumos, energia, mão de obra, regime tributário, políticas públicas etc. Nesse momento, em Santa Catarina e no Brasil, a produção de leite caiu em consequência das últimas secas que atingiram o sul do País, enquanto os custos para os produtores rurais estão muito elevados. Há menos leite para as indústrias processarem e menos produtos ofertados no mercado.
        Pelos efeitos da lei da oferta e da procura, os consumidores pagam mais caro o leite e praticamente todos os seus derivados. E essa situação deve perdurar por mais alguns meses, até que se regularize o fornecimento de matéria-prima aos laticínios, prevê o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), José Zeferino Pedrozo.
        Outros fatores também estão interferindo nesse delicado mercado. A pandemia que atingiu todos os continentes desorganizou importantes cadeias produtivas, entre elas, a dos produtos lácteos. 
 A inflação brasileira e a escassez de muitos insumos (notadamente, milho e farelo de soja) tornaram a produção no campo e na indústria mais cara. Atualmente, toda a cadeia produtiva trabalha com prejuízos e muitas propriedades rurais dedicadas à produção leiteira ficaram inviabilizadas. Com isso, a captação de leite no campo reduziu muito, enquanto o preço da matéria-prima subiu. O IBGE calculou que a produção de leite em 2021 caiu 2% no Brasil, reduzindo a disponibilidade per capita para processamento industrial.
Alia-se a isso a atual entressafra no Sul do Brasil e a diminuição de volume ofertado no sudeste e centro-oeste, as maiores bacias leiteiras brasileiras.
Nesse cenário de pouca oferta e custos em ascensão os preços de varejo subiram em todo o País desde março. Em Santa Catarina, particularmente, com o início da vigência da nova Lei (18.319/2021), em razão do veto do executivo, gerou novo aumento na casa de R$ 0,2500 para cada litro de leite.
Pedrozo assinala que os produtores e os laticínios – mesmo com os atuais preços no varejo – não conseguem repassar integralmente os custos ao preço final. “O consumidor rejeita preços elevados e deixa de comprar. Infelizmente, ocorre uma queda geral no rendimento das famílias. A inflação e o desemprego impactaram negativamente no poder de compra dos brasileiros.” 
O dirigente alerta que a atividade leiteira tem grande papel social e econômico porque é a única que proporciona renda mensal às famílias rurais – portanto é prioridade  protegê-la. De outro lado, é insumo alimentar essencial para a nutrição humana.
        O Conselho Paritário Produtor/Indústria do Estado de Santa Catarina – Conseleite – criado em 2006 pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e pelo Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados de SC (Sindileite) – esteve reunido  em Chapecó neste mês de abril e apresentou levantamento que comprova a oferta restrita de um lado e, de outro, o aumento generalizado dos custos e, por consequência, dos preços finais aos consumidores.
A cadeia está desequilibrada e a normalidade do setor somente será reconquistada quando a oferta e a demanda se ajustarem e, também,  quando a atividade volte a ser atrativa ao produtor.
 
A SOLUÇÃO
José Zeferino Pedrozo defende que a saída racional para as crises cíclicas que afetam a cadeia de lácteos é a exportação. “Precisamos obter renda em dólar para melhor remunerar produtor e indústrias e, com o efeito cambial, repor os custos e as margens de rentabilidade.”  Nesse sentido, a FAESC e o SENAR/SC (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) investem fortemente em capacitação e treinamento para qualificar os produtores à exportação por meio da ATeG (assistência técnica e gerencial) em bovinocultura de leite.
Paralelamente, o presidente da FAESC defende uma política de apoio ao setor que inclua medidas articuladas entre os governos da União e dos Estados para estimular, simultaneamente, a produção e o consumo, abrangendo a redução da tributação, EGF para o leite, combate às fraudes, criação de mercado futuro para as principais commodities lácteas e manutenção de medidas antidumping e consolidação da tarifa externa comum em 35% para leite em pó e queijo.
Outras medidas incluem aquisição subsidiada de tanques de resfriamento e outros equipamentos para pequenos e médios produtores, o uso obrigatório de leite e derivados de origem nacional em programas sociais.
Como evitar e o que fazer em caso de ser vítima de um sistema de pirâmide financeira?
Por que falar de pirâmides financeiras neste momento? Esse tipo de golpe financeiro vem crescendo no país em função do cenário no país, que não é animador, com perspectivas preocupantes.
 
Questões como inflação nas alturas, visão negativa de futuro, falta de oportunidades de negócios e o alto índice de desemprego, aumenta a preocupação da população, que busca alternativas e muitas vezes caem em armações de fraudadores, que se aproveitam da vulnerabilidade das pessoas.
 
“Tenho observado muitas reclamações relacionadas a pirâmides financeiras. Essas fraudes têm como características o fato de que somente pequena parte das pessoas que participam do esquema ganham dinheiro, enquanto a maioria fica no prejuízo” explica Afonso Morais, sócio e CEO da Morais Advogados Associados, especialista em recuperação de crédito e fraudes digitais.
 
Segundo ele, em resumo, são negócios fraudulentos que lucram baseados em apenas uma regra, o recrutamento de novos participantes a cada dia. Uma característica é que, normalmente, não há sequer a real comercialização de algum produto ou serviço envolvido no sistema.
 
“Importante ter em mente que essa prática proibida no Brasil, sendo considerada um crime contra a economia popular. Apesar disto, não existe uma legislação específica capaz de reprimir a prática recorrente no país”, complementa Afonso Morais. 
 
Quando existe alguma ação em relação a esses casos, eles são, em geral, enquadrados na Lei de Crimes contra a Economia Popular. Uma lei antiga (1.521, de 1951), mas que pode levar a penas de até dois anos de cadeia, além de poder gerar multa por contravenção penal, visto que opera basicamente com ganhos ilegais e, para atrair clientes e ocultar a fraude, os recrutadores costumam usar empresas de fachada.
 
“Atualmente, os criminosos ampliaram seus escopos de narrativas para disfarçar as pirâmides financeiras, utilizando as redes sociais e novos produtos financeiros, como é o caso dos criptoativos”, alerta Afonso Morais. 
 
Uma tática que se aprimorou com as novas tecnologias é compartilhar conteúdos que fazem com que muitas pessoas acreditem se tratar de um negócio confiável. Um dos principais sinais de que um determinado negócio pode se tratar de uma pirâmide é a promessa de ganhos fáceis e lucros altos. 
 
Também é motivo de alerta e merecedor de atenção a oferta de ganhos extras mediante indicação de novos clientes ou vendedores. Mas, existem outros fatores de atenção que devem ser considerados sempre, como ser uma empresa é desconhecida, que não tenha muitas informações na Internet ou ter uma má reputação no Reclame Aqui.
 
“Mesmo que a empresa exista é preciso cuidado, pode ser que seu CNPJ esteja sendo utilizado como fachada para disfarçar um esquema fraudulento. É interessante ver sempre se a empresa está registrada em órgão oficiais, como é o caso da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)”, detalha o CEO da Morais Advogados Associados. 
 
Assim, para fugir desse problema o principal caminho é a prevenção, infelizmente, na maioria das vezes as vítimas só se dão conta que estão envolvidas em uma fraude quando a pirâmide deixa de ser interessante financeiramente. Deixando de atrair clientes e consequentemente se tornando insustentável. 
 
Nessa hora as fontes de recursos se tornam escassas e não há mais como remunerar os participantes, o que causa o colapso da pirâmide, ficando os envolvidos no prejuízo como os valores investidos.
 
Veja orientações de como fugir
• Como dito, para fugir desse tipo de golpe o caminho é uma pesquisa minuciosa sobre um negócio antes de investir nele, sendo fundamental não se deixar enganar também com promessas de ganhos exorbitantes.
• Cuidado com as promessas relacionadas ao mercado de investimentos, esse se tornou o disfarce ideal para novas pirâmides financeiras, apresentando ótimas condições através de supostos investimentos em ações na bolsa de valores e também de investimentos em criptomoeda, NFTS, etc.
• Não confie quando o investimento vier associado a uma história com extremo luxo e tecnologia inovadora de uma empresa especializada no ramo financeiro. Essas são as ‘iscas’ preferidas dos golpistas.
• Não acredite em qualquer discurso, essas instituições recrutam pessoas com boa capacidade de persuasão, criam materiais gráficos e todo um material amplo para convencimento de como podem elevar as suas finanças.
• Fique atento ao mercado, não acredite em rentabilidades exorbitantes, muito menos em facilidades e grandes premiações, se alguém ganha muito, alguém tem que perder.
• Cuidado até com as amizades, muitas vítimas estão entrando em pirâmides por indicações de amigos e colegas de trabalho, que já estão dentro do esquema e que estão obtendo resultados positivos, mas a chance é grande de ocorrer prejuízo futuro.
 
As vítimas que acreditam não haver outro meio de multiplicar suas finanças em 30% ao mês, devastadas pelo desemprego e o desejo de ganho rápido para multiplicar o patrimônio, acabam esquecendo os cuidados necessários. 
 
“Lembre-se que, para atuarem no mercado financeiro as corretoras são autorizadas a intermediar a negociação de ativos, por isso os investidores devem ficar atentos e verificar se a instituição financeira está registrada na Comissão de Valores Mobiliários -- CVM, além de consultar se a corretora é confiável através da BM&FBOVESPA e do Banco Central”, informa Afonso Morais. 
 
Ao perceber que está sendo uma vítima de um sistema de pirâmide, saiba que existem medidas judiciais que podem ser tomadas para tentar recuperar as perdas financeiras. 
 
É possível recuperar os valores investidos por meio de ações indenizatórias, atualmente os juízes têm jurisprudência para estes tipos de golpes e dependendo dos fatos e provas apresentadas pela vítima, é possível o deferimento do pedido de Tutela de Urgência Cautelar, para decretar o bloqueio de bens dos responsáveis pela pirâmide, evitando que o patrimônio seja arruinado ou ocultado. 
Aprovada redução temporária de ITBI de 3% para 2%

Os vereadores de Balneário Camboriú aprovaram, na sessão ordinária desta terça-feira (19), dois projetos do Poder Executivo. Ambos foram aprovados pela unanimidade dos vereadores presentes e seguem para sanção do prefeito.
 
O Projeto de Lei Complementar 02/2022 propõe alterações na Lei Municipal nº 859/1989, que institui o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). Uma delas é no inciso II do Art. 8º, e reduz a alíquota do ITBI de 3% para 2%, para os pedidos protocolados até 90 dias corridos contados da data da publicação da lei (a lei será publicada após passar pela sanção do prefeito).
 
A outra é no caput do Art. 7º, que passa a vigorar com a seguinte redação: “A base de cálculo do imposto é o valor venal dos bens ou direitos transmitidos”. A base de cálculo atual, segundo a Lei 859/1989, é “o valor do negócio jurídico ou o valor utilizado para lançamento do Imposto Predial e Territorial Urbano, quando este for maior”. A mudança, de acordo com a justificativa do projeto, tem como objetivo deixar a lei em sintonia com a redação do artigo 38 do Código Tributário Nacional.
 
A proposição tinha uma emenda do vereador Nilson Probst (MDB), mas ela foi retirada de pauta por ter recebido parecer contrário da Comissão de Justiça e Redação.
 
Outros projetos
 
O segundo projeto aprovado foi o 37/2022, que altera e revoga dispositivos da Lei Municipal nº 3.937/2016, que institui o incentivo por desempenho de metas aos servidores públicos municipais de saúde da equipe do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), que aderirem ao Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Saúde Bucal (PMAQ).
 
Já o Projeto de Lei Ordinária 186/2021, do vereador Omar Tomalih (Podemos) com subscrição de outros cinco vereadores, teve pedido de vista, feito pelo vereador Eduardo Zanatta (PT), aprovado pelo plenário, com dez votos favoráveis e seis contrários. Ele denomina de Boulevard Rogério Rosa o calçadão localizado na Avenida Central da cidade, entre a Avenida Brasil e a Avenida Atlântica.
 
Leia o relatório de votações aqui, e a relação de moções aprovadas, e de pedidos de informações e indicações encaminhados na sessão, aqui.
 
Entrega de título de cidadã honorária e de moções
 
No início da reunião, foi feita a entrega do título de Cidadã Honorária de Balneário Camboriú à senhora Ceres Fabiana Felski da Silva. O título foi proposto em 2020 pelo ex-vereador Joceli Nazari, através do Decreto Legislativo 518/2020 (saiba mais sobre a trajetória da homenageada na justificativa do Projeto de Decreto Legislativo 09/2020).
 
Ceres Felski recebeu a placa das mãos de Joceli Nazari, e utilizou a tribuna para agradecer aos vereadores pela honraria. O título de Cidadão Honorário é concedido a personalidade de destaque no desenvolvimento de Balneário Camboriú, nascida em outros municípios.
 
Foi feita também a entrega de onze moções de autoria do vereador Nilson Probst (MDB), de congratulações “pela dedicação e trabalho voltado à cultura de Balneário Camboriú”, destinadas aos senhores Isaque de Borba Correa (110/2022), Simone Medeiros (111/2022), Luiz Duarte (112/2022), Paulo Roberto de Souza (113/2022), Eliana Jimenez (114/2022), Helga Frassetto (115/2022), Kelli Luzia Frassetto (em memória, 116/2022), Carlos Alberto Lima (em memória, 117/2022), Marcelo Uriza (118/2022), Luiz Antônio Hecker Kappel (119/2022) e Susi Brito (121/2022).

Diretoria Executiva faz balanço dos atendimentos da Regional Foz em Itajaí e traça metas para fomentar a economia local

“O Sebrae existe para acelerar empresas. Mas tecnologia de inovação não se faz apenas com tijolos. Precisamos de parceiros dispostos a reduzir conosco as desigualdades do empreendedorismo”, foi assim que o Diretor Superintendente do Sebrae SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca, abriu o bate-papo em Itajaí. O evento organizado pela Regional Foz trouxe um tema bastante discutido no momento. O que fazer para aumentar a produtividade das micro e pequenas empresas e como melhorar o ambiente de negócios. Carlos Henrique reforçou que o estado é rico em empreendedorismo e que por isso, deve-se promover a inovação em todos os segmentos.
O encontro contou com a participação de representantes do Poder Público e privado, associações, instituições e entidades da região que já desenvolvem projetos com a Regional Foz. A proposta é incentivar e criar mais parcerias para fomentar a economia e alavancar o micro e pequeno empreendedor. O diretor superintendente reforçou a necessidade de tornar esse empreendedor ainda mais produtivo. “Devemos promover a internacionalização com o foco na competitividade. Ou seja, incentivar a exportação do pequeno negócio”. 
A diretoria executiva estadual apresentou um balanço dos atendimentos desenvolvidos pelo Sebrae SC e as metas da Regional Foz para 2022. O território de Itajaí, conta com 26 parcerias institucionais, 115 mil empresas em 10 municípios atendidos. São 18 projetos em desenvolvimento e a meta até o fim deste ano é que mais 24 mil empresas recebam as consultorias e apoio do Sebrae. O diretor técnico estadual, Luc Pinheiro explica que devem ser investidos cerca de 8 milhões de reais na melhoria e ampliação do processo de negócios.  “Somos abertos a novas ideias. E estamos aqui para nos aproximar ainda mais dos empresários”, pondera. 
Um assunto amplamente debatido entre os participantes foi a falta de qualificação para o mercado de trabalho, especialmente do jovem. Uma das propostas apontadas é que se crie uma maneira de desmistificar determinadas profissões para os adolescentes. Além de levar esse tipo de informação e serviço para as comunidades mais carentes. “Precisamos pensar no jovem como o nosso futuro empreendedor. Incentivá-lo a buscar cada vez mais conhecimento em diversas áreas”, declara o vice-prefeito de Itajaí, Marcelo Sodré.
Empreender vai muito além do que ter apenas conhecimento técnico. É preciso treinar. É preciso aprender sobre gestão, finanças, marketing, negócios, vendas, inovação. É um leque de informações que devem sem trabalhadas para preparar o jovem. “Ele pode empreender dentro da própria empresa em que trabalha. Por isso, defendemos a ideia de que o conhecimento é a chave para que todo e qualquer negócio tenha sucesso”, declara o Gerente da Regional Foz, Alcides Sgrott Filho.

Porto de Itajaí recebe nova atracação de navio com veículos da BMW

Na madrugada desta terça-feira (19), navio com veículos da montadora alemã BMW atracou novamente no Porto de Itajaí, no berço 3 (cais público). Ao todo, 379 veículos da desembarcaram na cidade na atracação do California Highway. As operações de transporte de veículos (Roll On Roll Off) no Porto foram retomadas em março deste ano, após a paralisação em 2020 por conta da pandemia de Covid-19.

O navio com bandeira do Panamá pertence à companhia de transporte ocenânico Armador K-LINE. A embarcação chegou do Porto de Santos (SP) e vai até Lima, no Peru. Essa é a segunda atracação da montadora BMW em Itajaí. Desta vez, a carga totalizou 745.308 toneladas.

A operação em Itajaí

A movimentação Roll On Roll Off é um sistema em que os veículos são levados para fora do navio até uma área primária do Porto. Esse tipo de operação pode ser encerrada em menos de cinco horas, dependendo do volume e também do número de veículos a bordo.

SINDIPI promove evento nacional para Setor Pesqueiro

O Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (SINDIPI) irá promover nos dias 27, 28 e 29 de abril um evento nacional, em comemoração aos 42 anos da entidade. O 1º Encontro SINDIPI terá uma programação exclusiva, voltada a atender demandas atuais das indústrias e dos armadores. O evento é gratuito e será realizado na sede da entidade, em Itajaí. 

A programação contará com treinamentos sobre os programas de autocontrole para as indústrias, além de curso referente à importação e exportação de pescados, novas tecnologias para o Setor, mesa redonda sobre estatísticas da pesca, palestra sobre segurança naval e debates sobre normativas governamentais que impactam diariamente os armadores. 

“Toda a programação foi pensada de maneira a auxiliar nossos associados. Entendemos que o melhor jeito de comemorar o aniversário da entidade é atender demandas do Setor, trazendo alternativas e soluções para que possam otimizar seus trabalhos”, afirma o presidente do SINDIPI, Jorge Neves. 

A programação completa do 1º encontro SINDIPI está disponível nas redes sociais da entidade e no site onde é possível fazer a inscrição: https://www.sympla.com.br/primeiro-encontro-sindipi__1546562 

Mais informações: Ascom SINDIPI 47 9 9710 0629

SC tem maior crescimento da atividade econômica do país em janeiro

Santa Catarina registrou expansão de 4,8% no Índice de Atividade Econômica (IBC) em janeiro na comparação com dezembro de 2021, na série livre de efeitos sazonais. De acordo com análise do Observatório FIESC, o resultado foi a maior expansão entre os estados do país na variação mensal. No mesmo período, o Brasil teve uma retração de 1%. A indústria foi um dos responsáveis pelo resultado positivo para a economia catarinense em janeiro, com expansão de 0,9% na produção industrial em comparação com dezembro de 2021.

“A indústria catarinense iniciou o ano com bons indicadores de geração de emprego e de produção. Acompanhamos com otimismo esses resultados, porque sabemos o quanto o setor colabora para o desenvolvimento e o crescimento da economia catarinense”, avalia o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar.

No acumulado de 12 meses, Santa Catarina teve o terceiro melhor resultado do país no IBC, com 6,5% de expansão, acima da média brasileira (4,7%).

Conforme análise do economista do Observatório FIESC Marcelo de Albuquerque, o setor de Metalurgia catarinense lidera o crescimento industrial neste início de 2022, com a maior expansão da produção industrial no estado - 29,6% em janeiro na comparação com dezembro. O bom momento da construção influencia o resultado.

A indústria da confecção de vestuário e acessórios também se destacou no período, com crescimento de 6,5% em janeiro ante dezembro e saldo de 2,8 mil novas vagas formais de emprego criadas no estado. Outra atividade que vem sustentando níveis de produção elevados na indústria é a de veículos automotores, que registrou em janeiro um patamar 11,4% acima de fevereiro de 2020.

Divulgado mensalmente, o IBC é medido pelo Banco Central e considerado uma prévia do resultado do PIB.

Porto Itapoá, pelo 4º ano consecutivo, é o mais recomendado por clientes, segundo IBRC

O Porto Itapoá novamente é o terminal portuário brasileiro mais recomendado por clientes, segundo o Instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento com o Cliente (IBRC). A instituição certificou o terminal como detentor do maior índice NPS (Net Promoter Score) - indicador global que avalia o nível de fidelidade dos clientes - do País.

 O porto catarinense já é uma referência nacional no assunto desde 2017, quando foi premiado pela primeira vez pelo IBRC. O presidente do Porto Itapoá, Cássio Schreiner, enfatizou a importância do trabalho que vem sendo desenvolvido para melhorar a experiência dos clientes. “Nós realizamos nossa pesquisa interna de satisfação dos clientes desde 2014 com o objetivo de identificar as potencialidades e oportunidades de melhorias”, comentou.

 Em sua última edição, em 2020, o levantamento interno apontado por Schreiner apresentou um alto índice de satisfação espontânea (SSI - Spontaneous Satisfaction Index) com 91%. O CJI (Customers Journey Index) representa a satisfação do Cliente com os serviços efetivamente realizados e nesse indicador o Porto Itapoá atingiu 82%. Já o NPS (Net Promoter Score), chegou a 73%.

 Segundo o presidente, um dos fatores que motivaram os resultados positivos, tanto da pesquisa do IBRC quanto do levantamento próprio, foi a criação de um departamento exclusivo de atendimento ao cliente que, no Porto Itapoá, é chamado de Customer Care. “Em funcionamento desde 2017, o propósito do departamento é centralizar todas as demandas dos Clientes em um único processo de atendimento, buscando entregar o máximo possível de resolutividade ao usuário do terminal, seja ele importador, exportador, armador, despachante ou transportador”, explicou Schreiner.

 “Faz parte do negócio e dos diferenciais do Porto Itapoá estar atento frequentemente às necessidades do Cliente e ofertar o melhor atendimento possível às pessoas, valorizando os relacionamentos”, concluiu Schreiner.  

 O índice NPS

O NPS Net Promoter Score é uma métrica de lealdade do cliente criada por Fred Heichheld em 2003. O seu objetivo é medir o grau de lealdade dos clientes das empresas de qualquer segmento, trazendo reflexos da experiência e satisfação dos clientes. O Net Promoter Score é calculado com base nas respostas a uma única pergunta: Qual é a probabilidade de que você recomende a nossa empresa/produto/serviço a um amigo ou colega? Esse indicador-chave de performance (KPI) é amplamente utilizado em todo o mundo em virtude da sua simplicidade, confiabilidade e flexibilidade.

 Outras Premiações

O Porto Itapoá se destaca em muitas esferas e vem conquistado ao longo dos anos importantes premiações em sustentabilidade, inovação, capital humano e no relacionamento com os clientes. Reconhecido como uma das Empresas mais Inovadoras do Sul do País, de acordo com ranking da Revista Amanhã, em parceria com os institutos IXLCenter/GIMI, de Cambridge/EUA, o Porto Itapoá agrega diferenciais de eficiência, modernidade e tecnologia em suas operações e serviços. Também foi agraciado com a premiação Port Financing of the Year realizada pela Revista Latin Finance, em Nova Iorque (EUA). O Porto Itapoá foi vencedor na categoria de Financiamento de Projetos Portuários pela bem-sucedida operação de captação de recursos para as obras de ampliação.  

 A atuação sustentável faz parte da estratégia do Terminal desde o início das operações. O Porto Itapoá criou e mantém a Reserva de Preservação Permanente da Natureza (RPPN) Padre Piet Van der Aart, que compensou em dez vezes a área para a ampliação do terminal. Associada à RPPN Volta Velha, é uma das maiores reservas de Mata Atlântica particulares do Estado e um importante ativo ambiental de Itapoá. No local são realizadas atividades de educação ambiental e plantio de árvores nativas distribuídas à comunidade.

 O Porto Itapoá também monitora a qualidade da água da Baía da Babitonga e realiza o reuso e reciclagem de resíduos gerados em suas operações, entre outras ações. Essas iniciativas levaram o Terminal a figurar no Ranking IDA da Antaq – Associação Nacional de Transportes Aquaviários – e no Prêmio Via Viva do Ministério da Infraestrutura como destaque entre os terminais portuários do país em desenvolvimento socioambiental. Ainda na área ambiental, o Porto Itapoá vem sendo reconhecido ano após ano com o Prêmio Fritz Müller, concedido pelo IMA – Instituto de Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina.

 Tão importante quanto, está no DNA do Porto Itapoá desde o seu início cuidar das pessoas com foco em uma cultura cada vez mais inclusiva, que permita igualdade de oportunidades, em um ambiente de diversidade. Esses programas e ações foram reconhecidos com o Prêmio Valor, do Valor Econômico, em Liderança no Engajamento de Pessoas e com o Prêmio Ser Humano, da ABRH/SC - Associação Brasileira de Recursos Humanos/Santa Catarina. 

 Esse cuidado com as pessoas é levado também para fora do terminal. Com o Projeto Ampliar, que promove e patrocina projetos de desenvolvimento sociocultural, empreendedorismo e geração de renda para as famílias dos bairros do seu entorno, o Porto Itapoá foi premiado pelo Navis Inspire Awards, realizado em San Francisco, na Califórnia, na categoria Customer and Community Impact. Essa atuação comunitária também rendeu inúmeras premiações como Empresa Cidadã da ADVB/SC, da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing de Santa Catarina. 

Em Santa Catarina, 94% dos municípios já recuperaram nível de emprego pré-pandemia

A recuperação econômica de Santa Catarina segue a passos largos, em especial no quesito geração de empregos. Entre os 295 municípios catarinenses, 277 já ultrapassaram o nível de empregos com carteira assinada que mantinham antes da pandemia. Isso representa uma taxa de aproximadamente 94%, o segundo melhor resultado entre os estados brasileiros, atrás apenas do Acre – o Distrito Federal não possui municípios.

O governador Carlos Moisés explica que esse indicador aponta que a retomada do crescimento está ocorrendo mais rapidamente no Estado, já que a média nacional está em 84%. Os dados constam no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), numa comparação entre os meses de fevereiro de 2020 e fevereiro de 2022.

“É nessas horas que aparece o diferencial da economia catarinense. Nós nos recuperamos mais rápido também por conta do combate eficiente à Covid-19. Temos a menor taxa de letalidade do Brasil. É preciso reconhecer a resiliência do nosso setor produtivo, que manteve o nosso Estado de pé em um momento de grande dificuldade. O Governo do Estado trabalha para ser sempre um parceiro em busca do desenvolvimento”, diz o governador.

Em números absolutos, Joinville possui o melhor desempenho do estado. Hoje, a cidade tem 220,7 mil trabalhadores com carteira assinada, o que representa um avanço de 19,2 mil vagas em relação a fevereiro de 2020 (9% a mais). Outro destaque fica para Itapema, com um avanço de 28% no período (5,5 mil vagas).

Dólar mais barato pode ser um bom investimento para o futuro

Com a queda do dólar registrada nas últimas duas semanas e a oscilação do câmbio já prevista pelos analistas financeiros até o fim do primeiro semestre, é preciso saber se comprar a moeda americana como investimento vai garantir um bom retorno para o investidor no país. O Ibovespa abriu em 118 mil pontos por volta das 10h desta sexta-feira (8), e o dólar era cotado a R$ 4,74.
 

Ontem (7), a moeda americana fechou com leve alta de 0,96%, cotada a R$ 4,74. Com isso, o câmbio voltou ao patamar antes do início da pandemia, há dois anos. No acumulado do ano, a queda é de 8,14% sobre o real. Com essa movimentação no mercado, o quadro é favorável para quem deseja investir na compra de dólar apesar da pequena variação esperada pelos analistas.
 

O assessor de investimentos da Monte Bravo em São Jose dos Campos, Breno Andrade, explicou que a oscilação da moeda americana está relacionada com o aumento dos juros nos EUA pelo FED e a intenção de elevar a inflação na próxima reunião do ‘Banco Central dos EUA’, conforme registrada em ata, além dos efeitos causados pela guerra no leste europeu.
 

“A guerra entre Rússia e a Ucrânia influencia o mercado de exportação, elevando os preços de insumos e a valorização de commodities, que atraem mais capital estrangeiro para o Brasil com altos retornos de rendimentos. É importante lembrar que o país é maior produtor e exportador de commodities do mundo, principalmente as agrícolas como trigo e milho, e minerais como o petróleo, o que torna o Brasil um dos países mais interessantes para se investir”, disse.
 

Breno explicou que todo esse cenário beneficia a entrada de mais dólares no país, o que valoriza a moeda brasileira. “É um período que favorece a compra da moeda, mas não é indicado sair comprando sem estratégia. É bom aproveitar essa ‘onda’ positiva para comprar a moeda tendo a ciência de que com o mercado norte-americano mais atrativo, os investidores tendem a migrar para lá e a moeda brasileira volta a desvalorizar e por consequência, o dólar volta a subir”, afirmou.
 

Com tudo isso acontecendo a pergunta que interessa para o mercado: onde investir? Além de poder comprar o dólar como investimento, é possível investir em fundos de investimentos que tenham estratégias dolarizadas, ETFs e bolsa de valores dos EUA, por exemplo.
 

No entanto, a cautela e a diversificação são sempre aliadas no sucesso de longo prazo. “Os investimentos de renda fixa como os títulos públicos vendidos por meio do Tesouro Direto, CDBs (Certificado de Depósito Bancário), LCI (Letras de Crédito Imobiliário), LCA (Letras de Crédito do Agronegócio), CRI e CRA (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio) e de debêntures, que são títulos emitidos por empresas, são as melhores opções para o investidor nesse cenário. É possível encontrarmos títulos remunerando em 14%a.a. pré-fixado, CDI+4%a.a. ou IPCA +6%a.a.”, finalizou. 
 

Programa InvestSC apoia empreendimento turístico sustentável em Penha

O Programa InvestSC abre as portas para mais um novo empreendimento, desta vez em Penha. Com uma previsão de investimentos em mais de R$ 660 milhões e geração de 500 empregos diretos, o complexo turístico com temática da Amazônia será sustentável, desde a arquitetura e paisagismo, incluindo potencial de geração de benefícios diretos para arranjos produtivos e comunidades na Amazônia, enquanto fornecedores de produtos e serviços na área de economia criativa para o empreendimento hoteleiro e parque temático.

O InvestSC é o programa coordenado pelo Governo de Santa Catarina e pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) para atrair negócios por meio de incentivos a novos negócios em Santa Catarina. Além disso, cria oportunidades para investidores, auxilia na criação e manutenção de mecanismos que disponibilizem informações sobre setores e negócios estratégicos e apoia o investidor em todo o processo de implantação do projeto.

Para o secretário da SDE, Jairo Luiz Sartoretto, o complexo abrange todos os pilares de um turismo sustentável e, por isso, a SDE apoia a iniciativa. “Este investimento reforça mais uma vez a confiança do setor produtivo no Estado. O InvestSC representa as portas abertas na atração e aceleração de investimentos com o apoio aos novos negócios. Este projeto turístico significa novas oportunidades para Penha e toda a região, fortalecendo o desenvolvimento e o turismo em nosso Estado”, afirma Sartoretto.

Para Fernando Raupp, secretário executivo de Assuntos Internacionais (SAI), o projeto de resort temático demonstra que Santa Catarina está aberta não só para investimentos de natureza industrial ou comercial, mas também para lazer e entretenimento. “O InvestSC tem mostrado suas potencialidades, auxiliando empresários que querem se estabelecer em Santa Catarina, abrindo as portas e orientando o que precisa ser feito para que as empresas possam vir com segurança para o Estado”, destaca.

“O empreendimento será um equipamento que contribuirá para manter os visitantes por mais tempo em Penha, ampliando a economia local em toda a sua cadeia produtiva. Trará novas famílias que buscam por uma residência de praia, famílias jovens que apostam na sustentabilidade como uma condição de melhorar o futuro do planeta e estão familiarizados com a economia compartilhada”, avalia o prefeito de Penha, Aquiles da Costa.

O diretor operacional da Amazon, Márcio Piccoli, afirma que o apoio do Governo do Estado, através do Programa InvestSC, deve atrair novos investidores. “Estamos confiantes que com este apoio a procura pelo Amazon Parques & Resorts será ainda maior por aqueles que desejam investir em um empreendimento inovador e sustentável”.

Os detalhes foram apresentados por representantes do projeto à diretoria de Empreendedorismo e Competitividade.

O empreendimento

O complexo terá 699 apartamentos e contará também com investimentos da holding norte-americana Amazon Fun Parks. A primeira fase de obras iniciará em setembro de 2022 e será coordenada também por construtora de Blumenau que deverá entregar os primeiros apartamentos em 2025. Algumas unidades serão administradas pela maior empresa de franquias de hotéis do mundo, a Wyndham Hotels & Resorts.

A vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios para América Latina, da Wyndham Hotels & Resorts, Maria Carolina Pinheiro, prevê quem serão os visitantes que devem aparecer em Penha. “Acreditamos em uma parcela considerável de visitantes principalmente das regiões Sul e Sudeste, seguidas pelo Nordeste. Já em relação aos estrangeiros, eles devem responder por 15% a 20% da ocupação”, avalia.

Além das torres hoteleiras, o Amazon Parques & Resorts engloba uma área de entretenimento, um parque temático, com várias atividades, entre elas um centro de pesquisas e auditório com atividades continuadas e atrações para a educação ambiental.

Sustentabilidade

A arquitetura será sustentável com preservação de áreas de floresta e um design que inclui fachadas ventiladas com paredes que formam um labirinto térmico para a diminuição de temperatura nos apartamentos, além do uso de água subterrânea para resfriamento em dias de calor intenso, com capacidade de reduzir a temperatura em até 10°C.

Haverá um teto verde que contribuirá para regular a temperatura do telhado e ambientes, além de tecnologia para a diminuição de ruídos e coleta de água da chuva para reuso. Outro detalhe do empreendimento é a área de preservação de floresta no terreno e a opção de manter os desníveis locais para desenvolver um bosque de caminhadas e corridas.

Com assinatura do escritório de arquitetura NotToScale Architecture, com sede em Lugano, no Sul da Suíça, o projeto do Amazon Parques & Resorts contou com a colaboração de dez arquitetos internacionais, incluindo dois brasileiros, além de designers e outros colaboradores.

Sobre o InvestSC

O Núcleo Interinstitucional e o Grupo de Trabalho (GT) são responsáveis por executar as atividades que incentivem os investimentos, além de identificar fontes de financiamento para investimentos e setores/investidores potenciais.

Presidido pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável, o Núcleo Interinstitucional conta com a participação de representantes das secretarias da Fazenda (SEF), da Administração (SEA), do Meio Ambiente (Sema), da Infraestrutura e Mobilidade (SIE), de Assuntos Internacionais (SAI); Instituto do Meio Ambiente (IMA), da SC Participações e Parcerias S.A. (SCPAR) e da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).

BTG Pactual oferece 400 vagas de emprego remotas e presenciais

O BTG Pactual (BPAC11), maior banco de investimentos da América Latina, está com vagas abertas, remotas e presenciais, para profissionais de diversas áreas. São mais de 400 posições a serem preenchidas, sendo 163 em tecnologia. As demais vagas estão distribuídas entre as áreas de varejo (B2C e banco transacional), B2B, compliance, marketing e outras.

 

O foco é atrair talentos dispostos a participar do processo de digitalização do mercado financeiro brasileiro, explica Eduardo Besser, sócio do BTG Pactual e responsável pelo área de recrutamento e seleção do banco. “Buscamos profissionais que combinem a parte técnica com motivação, dedicação e vontade de fazer parte da transformação do mercado financeiro brasileiro em um ambiente empreendedor e meritocrático. Esta busca de talentos não se limita ao eixo Rio-São Paulo. Atualmente, também temos posições remotas e em nossos escritórios regionais”, afirma Besser.

 

As primeiras etapas do processo seletivo começam em abril, e as inscrições são online. Entre as posições disponíveis no momento, 40% são direcionadas para profissionais das áreas de tecnologia, para vagas de nível junior, pleno e sênior.

 

Os interessados devem se inscrever no site de carreiras do BTG Pactual, no https://jobs.kenoby.com/btgpactual, onde também podem verificar os detalhes e nível hierárquico para cada vaga.

 

Sobre o BTG Pactual

O BTG Pactual (BPAC11) é o maior banco de investimentos da América Latina e atua nos mercados de Investment Banking, Corporate Lending, Sales & Trading, Wealth Management e Asset Management. Desde sua criação, em 1983, o BTG Pactual tem sido administrado com base na cultura meritocrática de partnership, com foco no cliente, excelência e visão de longo prazo. A instituição se consolidou como uma das mais inovadoras do setor, tendo conquistado diversos prêmios nacionais e internacionais. Atualmente, conta com mais de 4 mil colaboradores em escritórios espalhados pelo Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Peru, México, Estados Unidos, Portugal e Inglaterra. 

Empresário Fernando Assinato lança barco inédito no Rio Boat Show

O empresário Fernando Assinato, diretor da Armatti Yachts, estaleiro de embarcações premium instalado em São José/SC, lançou durante o maior evento náutico da América Latina, o Rio Boat Show, a embarcação Armatti 390 Sport Coupé.  O modelo, avaliado em R$ 1,6 milhão, já é considerado um sucesso de vendas pela marca, com seis unidades vendidas e outras já em negociação. 

“Essa embarcação de 39 pés chega para atender uma demanda crescente de pessoas, tendo como diferencial oferecer o que é encontrado apenas em grandes iates. Na Armatti 390 Sport Coupé conseguimos reunir todas essas vantagens porque ela tem um projeto recente e por isso inovador”, explica Assinato.

O Rio Boat Show começou em 3 de abril e segue até dia 10, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Durante o evento o estaleiro catarinense está expondo também os modelos 420 Fly e 460 Sport Coupé.

Sobre a Armatti Yachts
Lançada em 2016, a marca premium de lanchas Armatti Yachts trouxe para o mercado náutico brasileiro e internacional um novo nível de qualidade de embarcações com foco em inovação. É composta por modelos de lanchas superesportivas que variam entre 30 e 52 pés. Chama atenção pelas linhas inconfundíveis, além do design moderno e arrojado. Desde 2018, conta com parque fabril na região da Grande Florianópolis, em Santa Catarina, para atender a produção mundial. Está continuamente implementando novos processos e materiais para garantir um produto sempre à frente de seu tempo.
Mais informações: https://www.armatti.com.br/

Exportações atingem o maior valor mensal da história, com US$ 29,09 bilhões em março

As exportações brasileiras somaram US$ 29,09 bilhões em março, atingindo um recorde mensal histórico, segundo dados divulgados na sexta-feira (01/04) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia. “É um valor inédito para a exportação brasileira, não só para o mês de março, mas para qualquer mês já registrado”, destacou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, em entrevista coletiva. O recorde anterior de exportações mensais era de junho de 2021, com US$ 28,3 bilhões.


Já as importações aumentaram 27,1% no mês passado e chegaram a US$ 21,71 bilhões, resultando em superávit de US$ 7,38 bilhões, com alta de 19,3%, pela média diária, em relação a março de 2021. A corrente de comércio (soma de exportações e importações) chegou a US$ 50,81 bilhões, em alta de 25,9%. Tanto importações quanto superávit e corrente de comércio foram recordes para o mês de março.

Veja os principais resultados da balança comercial

Segundo Brandão, o recorde histórico das exportações foi puxado pelo aumento de 1,8% no volume, mas principalmente pela alta de 17,2% nos preços dos produtos vendidos pelo Brasil. Os preços também foram o principal fator que influenciaram o aumento das importações, com alta de 29,5%, já que o volume comprado caiu 7,1% no mês.

O desempenho positivo de março influenciou o resultado do primeiro trimestre. A corrente de comércio subiu 26% e atingiu US$ 132,16 bilhões, nos três primeiros meses do ano, refletindo a alta de 26,8% das exportações, que somaram US$ 71,74 bilhões, e de 25% das importações, que totalizaram US$ 60,42 bilhões. Os três resultados também foram recordes para o período.

A balança comercial, por sua vez, fechou o trimestre com superávit de US$ 11,31 bilhões, em alta de 37,6%. Foi o segundo melhor saldo do primeiro trimestre desde 2017, quando chegou a US$ 13 bilhões.

Desempenho dos setores

O recorde mensal das exportações, em março, foi puxado principalmente pelo aumento dos valores das vendas da Agropecuária, que subiram 36,8% e chegaram a US$ 8,17 bilhões, e da Indústria de Transformação, que atingiram US$ 14,47 bilhões, em alta de 35,2%. Já a Indústria Extrativa somou US$ 6,34 bilhões, diminuindo 2,4% em relação a março de 2021. “Destaca-se o grande aumento dos preços dos produtos agropecuários, de 33,4%, e da Indústria de Transformação, de 19,3%, que fez com que o total crescesse 17,2%”, pontuou Brandão.

Na soma do trimestre, o crescimento das exportações da Agropecuária chegou a 61%, com US$ 16,45 bilhões, enquanto a Indústria de Transformação vendeu 33,4% a mais do que nos três primeiros meses de 2021, somando US$ 39,02 bilhões. Já na Indústria Extrativa houve recuo de 5,3%, para US$ 15,94 bilhões.

Do lado das importações, as compras para a Agropecuária subiram 21% em março, somando US$ 510 milhões, e 0,9% no trimestre, alcançando US$ 1,27 bilhão. Na Indústria Extrativa, as compras cresceram 94,9% no mês, atingindo US$ 1,79 bilhão, e 168,1% de janeiro a março, somando US$ 6,13 bilhões. Também aumentaram as compras da Indústria de Transformação, que alcançaram US$ 19,34 bilhões no mês (+25,2%) e US$ 52,43 bilhões no trimestre (+20%).

De acordo com a Secex, houve aumento nos preços dos produtos comprados em todas as categorias, em março, especialmente da Indústria Extrativa (+86,4%), que sentiu o impacto da alta dos combustíveis. Nesse segmento, o volume de compras aumentou 50,7%.

O subsecretário salientou, no entanto, que os preços vêm influenciando as despesas dos importadores brasileiros desde novembro do ano passado. Só no primeiro trimestre, em média, a alta foi de 29,7%, com impacto maior sobre a Indústria Extrativa, que sentiu uma alta de 110,4% no valor dos produtos comprados.

Parceiros comerciais

Entre os parceiros comerciais, a Secex registrou aumento das exportações para praticamente todos os principais destinos, em março, à exceção de um recuo das vendas para a Coreia do Sul (-14,2%). Destacaram-se o crescimento das exportações para União Europeia (+37,5%), Estados Unidos (+26,1%), países da Asean (+38%), China (+13,1%) e Argentina (+14,1%).

Já no acumulado de janeiro a março, as exportações cresceram para todos os principais destinos, principalmente União Europeia (+42,8%), Estados Unidos (+35,3%), Argentina (+20%) e China (+8%). Herlon Brandão comentou que, nos primeiros meses do ano, além de ser um período de entressafra – reduzindo os embarques de soja –, questões climáticas afetaram as vendas de minério de ferro. “Então, é natural que a China comece o ano com uma importância relativa menor. Isso vai crescer, ao longo do ano, por conta da sazonalidade da pauta exportadora brasileira”, explicou.

Nas importações, também houve aumento das compras de praticamente todos os fornecedores no mês. Destacaram-se a China (+31,3%), Estados Unidos (+26,8%), Canadá (+105,3%), Argentina (+9%) e União Europeia (+14,5%). No trimestre, cresceram principalmente as compras da China (+39,2%), dos Estados Unidos (+40,8%) e da União Europeia (+11%). Já as importações da Argentina caíram 4,1%. Brandão lembrou que, em 2021, houve necessidade de compra de energia elétrica da Argentina, mas em 2022 essas importações diminuíram.

Estimativas em alta

A Secex também revisou para cima as projeções do comércio exterior brasileiro deste ano. “Há uma demanda crescente dos produtos brasileiros, a preços maiores. Isso fará com que a receita de exportação cresça”, previu Brandão.

A estimativa da Secex é de que as exportações atinjam US$ 348,8 bilhões, contra US$ 237,2 bilhões de importações. Assim, a corrente de comércio pode chegar a US$ 586 bilhões, com superávit de US$ 111,6 bilhões. “É um período de grande incerteza, de grande volatilidade das variáveis”, ressaltou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, acrescentando que os dados são influenciados, entre outros fatores, pelo aumento das cotações internacionais dos produtos.

Com informações do Ministério da Economia

 
Governo Federal lança programa voltado à reciclagem de caminhões

Caminhões, ônibus e outros veículos pesados de carga com idade acima de 30 anos, ou em condições técnicas que não atendam aos parâmetros mínimos de rodagem, poderão ser retirados de circulação com a adesão ao Programa Renovar, criado pela Medida Provisória nº 112, publicada na sexta-feira (01/04) no Diário Oficial da União. O programa é uma iniciativa do Governo Federal voltada à reciclagem veicular, ao incremento da produtividade e à eficiência logística.

A primeira fase do programa será dirigida aos caminhões, ônibus e implementos rodoviários (reboques, carrocerias, etc) em final de vida útil. Destinado inicialmente aos proprietários de veículos pesados de carga (pessoas físicas ou entidades jurídicas), o programa Renovar pretende viabilizar a reciclagem de veículos em fim de vida útil.

No primeiro momento, o programa promoverá a recompra do caminhão a ser sucateado, pelo qual será pago ao caminhoneiro o valor de mercado do veículo, com recursos oriundos das empresas contratadas para exploração e produção de petróleo e gás natural.

A definição da idade mínima para elegibilidade dos veículos a serem desmontados ou destruídos como sucata será feita pelo Conselho Gestor do Programa, por meio de portaria da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec/ME). A idade de 30 anos para caminhões e de 20 anos para ônibus e implementos rodoviários foi utilizado na formulação inicial do programa, a partir de consultas ao setor privado. Em 2020 havia no Brasil 854.244 caminhões e 75.943 caminhões-trator com mais de 30 anos (ano de fabricação até 1989), de acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Adesão

Portaria da Sepec ainda a ser publicada definirá o fluxo para adesão voluntária do caminhoneiro ao programa, que se dará por meio da Plataforma Renovar. Todos os passos para elegibilidade do veículo e seu sucateamento serão cursados pela plataforma, com vistas a reduzir os custos de transação do caminhoneiro.

A adesão ao programa é totalmente voluntária. Os interessados em realizar a baixa dos seus caminhões, ônibus ou implementos rodoviários e aderir e participar do Renovar deverão comprovar a baixa definitiva do registro do bem elegível e de seu desmonte ou destruição, como sucata.

O programa Renovar poderá ser instituído por meio de fases, sendo que, na etapa inicial, os benefícios serão dirigidos prioritariamente ao Transportador Autônomo de Cargas (TAC). É uma iniciativa que integra ações público-privadas, seguindo uma lógica de construção compartilhada, em rede, pelo Governo Federal e pelos governos estaduais.

Recursos

O Governo Federal destinará, por meio de suas ações, recursos para a recompra dos caminhões em final de vida útil. Em contrapartida, o setor privado poderá oferecer de maneira complementar aos benefícios públicos, produtos e serviços (crédito cooperativado, garantia estendida, revisões, seguros, consórcios etc.) que poderão ser usufruídos pelos beneficiários do Programa na aquisição de veículos novos.

Os beneficiários do Programa Renovar terão acesso a direitos, benefícios e vantagens por meio da Plataforma Renovar e estarão vinculados à baixa definitiva do registro do bem elegível e de seu desmonte ou destruição, como sucata. Na plataforma, o beneficiário poderá fazer o registro das operações relativas ao desmonte ou destruição, como sucata, dos bens elegíveis, além da utilização dos benefícios concedidos no âmbito do programa. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI)  será o agente operador da plataforma.

Maior segurança

A redução da idade média da frota nacional significará maior segurança rodoviária e diminuição dos custos com acidentes e doenças respiratórias. Além disso, uma frota mais jovem beneficia o meio ambiente ao consumir menos combustível e promover uma drástica redução na emissão de partículas e gases poluentes. A reciclagem dos veículos ainda ajudará toda uma cadeia econômica ligada à reciclagem, gerando emprego e renda.

O programa significará ainda maior produtividade ao setor de transporte, com menores gastos com manutenção, redução do frete, aumento da produtividade, da competitividade e da eficiência da logística no país, além da melhoria nas condições de trabalho dos profissionais. Espera-se, ainda, mais segurança nas estradas e menor emissão de gases no meio ambiente.

Com informações do Ministério da Economia

Eixo China -- Rússia

Márcio Florêncio Nunes Cambraia

 

A China tem tido crescimento industrial, tecnológico e comercial exponencial nos últimos trinta anos, o que leva sua economia a equiparar-se à dimensão do poderio econômico dos EUA. Esse crescimento leva-nos a construir dois cenários básicos.

 

De um lado, uma situação de cooperação entre as duas economias, que se consolidariam como parceiras. A dimensão do comércio China-EUA, os investimentos americanos na China, e o grande investimento chinês em títulos do Governo dos Estados Unidos mostram que já existe uma simbiose que pode prosperar.

 

De outro lado, poderemos ter um cenário de rivalidade, cujos sinais são a preocupação americana com os avanços chineses nos campos, tecnológico, industrial e comercial. Ademais, a China tem reforçado aceleradamente sua estrutura militar. De sua parte, os americanos têm buscado aperfeiçoar sua posição estratégica na Ásia para contra restar o incremento bélico chinês.

 

A preponderância do cenário de rivalidade

 

poderia levar a uma macroestrutura internacional de bipolaridade, mitigada pela existência de outras potências como o Reino Unido, a França e a Rússia, capazes de projetar globalmente seu poder. Esses Estados coexistirão com potências regionais como a Índia, que tem estreitos laços com a Rússia, a África do Sul, e o Brasil, na América do Sul.

 

Ademais, temos o Egito, a Turquia, o Irã e a Indonésia. Embora com economia avançada industrial e tecnologicamente, o Japão tem limitada capacidade militar desde o fim da Segunda Guerra. A Alemanha merece atenção específica. País desarmado desde a Segunda Guerra, decidiu-se agora, no âmbito da guerra Rússia- Ucrânia, a aplicar 2 % do PIB em defesa. Tendo em vista a dimensão de sua economia, a Alemanha será, em pouco tempo, pelo menos uma potência regional, e buscará libertar-se das amarras causadas pela derrota na Guerra de 1939-1945.

 

Trata-se de cenário complexo, que poderá ser ainda mais complicado se tivermos uma coalizão duradoura e firme entre a China e a Rússia. Potências que estiveram no mesmo campo durante a Guerra Fria, tiveram atritos nas décadas de 1960, por razões ideológicas, e de 1970, por disputas fronteiriças. Desde então tem estado próxima. Em 04 de fevereiro de 2022, antes portanto da invasão da Ucrânia, o Presidente Putin visitou a China. Em reunião com seu homólogo chines, foi emitido um comunicado conjunto em que se declarou que os dois países têm "uma parceria estratégica sem limites", e assinaram vários acordos, inclusive um compromisso de fornecimento energético para a China.

 

Por outro lado, no âmbito da invasão da Ucrânia pela Rússia, os norte-americanos já intensificaram seus laços com a Europa, que estavam esgarçados, em iniciativa que parece duradoura.

 

No entanto, à China, superpotência emergente, interessa estabilidade internacional que lhe permita consolidar sua expansão comercial e tecnológica, bem como militar. Tem enorme interesse no mercado europeu, e seu programa "belt and road", também chamado de Rota da Seda, de infraestrutura, já se firmou no continente europeu. Ademais, a China não deseja que se disturbe o fluxo mundial de alimentos, mercadorias, minerais e energia. Esses interesses explicam a cautelosa posição chinesa de não se envolver demais no conflito russo ucraniano.

 

Uma aliança sino-russa solida e próxima

 

é preocupante para as potências ocidentais, ao representar uma frente unida de dois Estados que têm uma tradição de antagonismo em relação ao ocidente.
 

Essa preocupação já se manifestara em 1972, em plena Guerra Fria, com a viagem do presidente dos EUA Richard Nixon a China, planejada e preparada pelo professor Henry Kissinger. Buscava-se colocar uma cunha no bloco comunista, liderado pela União Soviética, estabelecer uma fissura que rompesse a frente unida anti ocidental.

 

A invasão da Ucrânia faz-nos recordar o artigo clássico de 1905 do autor inglês Halford John Mackinder: The Geographical Pivot of History. Mackinder procura demonstrar sua teoria dizendo que quem domina a Eurásia, que considerava o centro estratégico da terra controla o mundo. Acrescentava Mackinder que quem controla o centro e o Leste da Europa controla a Europa e a Ásia.

 

Embora a história não tenha comprovado a tese geopolítica de Mackinder, e inegável que chamou atenção para a importância estratégica da região central europeia. Juntas, a China e a Rússia podem dominar a Eurásia.

 

Márcio Florêncio Nunes Cambraia, embaixador e especialista da Fundação da Liberdade Econômica
 

Sobre a FLE
 

A Fundação da Liberdade Econômica (FLE) é um centro de pensamento, produção de conhecimento e formação de lideranças políticas. É baseada nos pilares da defesa do liberalismo econômico e do conservadorismo como forma de gestão. Criada em 2018, a entidade defende fomentar o crescimento econômico, dando oportunidades a todos. Nesse sentido, investe em programas para a formação acadêmica, como centro de pensamento e desenvolvimento de ideias. Ao mesmo tempo, atua como instituição de treinamento para capacitar brasileiros ao debate e à disputa política.

Feriados de Abril devem movimentar viagens de ônibus pelo Brasil

As empresas de transporte rodoviário regular de passageiros esperam aumento de 15% no movimento de passageiros no mês de abril em relação a março e o dobro do volume comparado ao mesmo período do ano passado. A expectativa positiva se deve, principalmente, aos dois feriados importantes do mês: Páscoa e Tiradentes que, em algumas cidades, também dará lugar aos desfiles de carnaval, adiado em função da pandemia.

De acordo com a Abrati, Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros, maior representante das empresas de ônibus rodoviários interestaduais do Brasil, além do avanço da vacinação e da retomada do turismo doméstico, o otimismo também se deve ao fato de muitos passageiros estarem migrando para os ônibus na hora de viajar, em virtude do aumento das passagens aéreas e de constantes altas nos preços dos combustíveis, inviabilizando viagens de carro. “Isso já pode ser observado no último feriado de Carnaval em fevereiro. Tivemos cerca de 32% de crescimento em relação ao mesmo de período de 2021”, afirma a porta-voz da entidade, Letícia Pineschi. Segundo os dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), cerca de 2.8 milhões de passageiros utilizaram ônibus para viagens em fevereiro -- 1 milhão a mais que o registrado em fevereiro de 2021. “Por isso, as nossas projeções são ainda mais otimistas para os próximos feriados. A perspectiva é que o volume de passageiros deve ser maior do que o registrado em igual período de 2019, antes de a pandemia desembarcar no país”, destaca.

Segundo ela, o bom momento também está atrelado à ótima relação entre custo e benefício oferecido pelas empresas rodoviárias regulares. “Muitas estão promovendo ótimos descontos para a compra de passagens antecipadas. Alguns deles são até 800% mais baratos que trechos aéreos”, destaca. A Abrati ressalta ainda que o bom desempenho do setor regular de transporte de passageiros também se deve a uma mudança brusca no perfil do viajante. “Antes, na média, 30% dos viajantes do sistema regular eram de turismo e lazer. Agora, de acordo com a última pesquisa que realizamos, essa participação saltou para 61%, sendo que os outros 29% viajam para visitar parentes, o que tem uma forte relação com turismo, e 10% a trabalho/estudo”, conta Pineschi.

No entanto, apesar das perspectivas animadoras do setor regular de transporte rodoviário, a Abrati faz uma ressalva importante para os passageiros neste momento de proximidade dos feriados. “Durante a pandemia, o transporte clandestino, que não segue as regras de controle e respeito ao cliente, aproveitou o cenário de redução das linhas regulares para crescer em torno de 30% no país, sofisticando-se e tomando ares de legalidade, em especial nos canais de venda online”, conta Letícia.

Segundo ela, hoje, mesmo com o retorno das linhas regulares, ainda existe uma grande parcela da população que recorre ao transporte ilegal por conta das tarifas mais baratas. “Mas, essa possível vantagem é uma ilusão, já que os usuários desse tipo de transporte não possuem nenhuma garantia e qualquer tipo de amparo caso algum acidente venha a acontecer. Toda essa irresponsabilidade, não apenas coloca em risco a vida de milhões de passageiros em todo o Brasil, mas também ceifa milhares de vidas de outros viajantes que circulam nas rodovias. Por isso, na hora de viajar no feriado, opte por uma empresa regularizada, só dessa forma é possível ter total segurança e conforto”, finaliza.

Liberada a navegação plena na Hidrovia Tietê-Paraná

A Hidrovia Tietê-Paraná, administrada pelo Departamento Hidroviário de SP, voltou a operar com a capacidade plena na sexta-feira (01). A retomada aconteceu de forma gradativa há duas semanas, com calado (distância entre a ponta do casco e o nível da água) inicial de 2,40 m. Agora, é possível navegar com calado máximo de 2,70 m e sem ondas de vazão.

O trecho mais atingido por conta da falta de chuvas na região, desde agosto do ano passado, foi o do pedral de Nova Avanhandava, em Buritama -- entre Pederneiras (SP) e São Simão (GO), e por onde normalmente são escoadas as produções agrícolas para os reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira.

“Agora, de forma plena, e com a capacidade máxima, a gente esperar recuperar o tempo perdido e transportar os níveis recordes da produção de agronegócio do País. Temos um corredor logístico de commodities que engrossa o PIB brasileiro e leva mais emprego e renda para as populações de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás”, destaca João Octaviano Machado Neto, secretário estadual de Logística e Transportes.

Produção com ganho ambiental

Pela hidrovia são escoadas as produções agrícolas para os reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira com destino a São Simão (e vice-versa). Dos 2.400 km de extensão de toda a hidrovia Tietê-Paraná, 800 km estão no Estado de São Paulo sob responsabilidade do DH.

Os outros estados cortados pelo modal fluvial são Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, numa região de 76 milhões de hectares, onde é gerada quase a metade do PIB brasileiro.

O transporte de cargas por hidrovia representa um importante ganho ambiental, já que cada comboio transporta em cargas o equivalente a 200 carretas pelas rodovias, o que também representa uma diminuição significativa na emissão de gás carbônico. A emissão de CO2 na hidrovia é quase seis vezes menor que na rodovia e duas vezes menor que na ferrovia. Quanto ao consumo de combustível, ele é 100% menor na hidrovia comparado à ferrovia e quase 20 vezes menor em relação à rodovia.

Níveis recordes

Antes da paralisação do pedral de Nova Avanhandava, em Buritama, a Tietê-Paraná, no trecho São Paulo, vinha transportando níveis recordes da produção agrícola brasileira, principalmente de soja e milho. Em 2020, somou 2,1 milhões de toneladas de cargas transportadas, mesmo com a pandemia. No ano anterior (sem covid-19), a movimentação foi de 2,5 milhões de toneladas no trecho de São Paulo, administrado pelo DH.

A hidrovia integra um grande sistema de transporte multimodal, apresentando-se como alternativa de corredor de exportação, conectando seis dos maiores estados produtores de grãos: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. As principais cargas que opera são: milho, soja, farelo de milho e soja, óleo, madeira, carvão, cana de açúcar e adubo.

O Governo de SP está concluindo as obras para implantação do canal de montante da eclusa de Ibitinga, com investimento de quase R$ 10 milhões, e o desassoreamento, derrocamento e ampliação de vãos de pontes, manutenção e implantação da sinalização náutica, o que promove mais segurança da navegação fluvial.

 

 

O Brasil e o futuro do mundo

                                                                                    Liana Lourenço Martinelli (*)
            SÃO PAULO – A participação do porto de Santos na corrente comercial brasileira atingiu 28,3% neste começo de 2022, superando a marca dos 27% que por anos serviu como parâmetro para os analistas de comércio exterior. Esse número foi o resultado de um crescimento de 16% na movimentação de cargas, que atingiu a marca de 10,6 milhões de toneladas.
             Isso indica que, se não fosse a imprevista guerra declarada pela Rússia à Ucrânia, a participação do porto santista na corrente de comércio do País talvez viesse a chegar perto de 30% neste ano. Aquela movimentação deu-se especialmente em função dos embarques de celulose, milho e soja, sendo a China o nosso principal parceiro comercial, respondendo por 26,8% das transações comerciais que passaram pelo porto de Santos. Já São Paulo foi o Estado brasileiro que registrou a maior participação nessa movimentação de cargas pelo porto, alcançando a marc a de 53%.
            Os números mostram que a vocação do Brasil como fornecedor de alimentos para o mundo permanece firme, mas, em contrapartida, apesar de todos os esforços da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e das federações estaduais, o País continua a perder espaço entre os exportadores de produtos manufaturados, ainda que, em janeiro, as operações de cargas conteinerizadas no porto de Santos tenham registrado um aumento de 2,54% em comparação com o mesmo período de 2021.
            Esse número constituiu a melhor marca para aquele mês, o que permite concluir que houve continuidade na tendência de crescimento verificada no ano passado em comparação com os números de 2020, no auge da crise provocada pela pandemia de coronavírus (covid-19). Agora, o que se teme é que essa tendência seja interrompida pelos desdobramentos da guerra no Leste Europeu.
            Afinal, o movimento de contêineres em direção à China, hoje a maior potência comercial do planeta, tem sido menor, bem como menos cargas foram embarcadas a partir do mercado chinês, conforme levantamento do Instituto de Economia Mundial de Kiel, na Alemanha, que monitora o movimento de navios em cem regiões do mundo.
            O Instituto previu uma queda de 2,5% para o mês de março nas exportações chinesas. E estimou queda para os países da União Europeia e dos demais integrantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) tanto nas exportações como importações, em função do aumento dos controles alfandegários que começam a verificar o cumprimento das sanções contra a Rússia. Ou seja, com as rupturas na cadeia de fornecimento de insumos e outros produtos, a recuperação econômica pós-pandemia, fatalmente, sofrerá uma interrupçã o.
            É de se assinalar que, antes da pandemia, setores como o automobilístico, eletroeletrônico, energético, têxtil e agroindustrial estavam em franco crescimento, mas, depois da crise provocada pela pandemia, pelo menos 70% das indústrias brasileiras tiveram impacto negativo em seus negócios, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao final de 2021, a indústria ainda se encontrava 0,9% abaixo do nível pré-pandemia, enquanto o varejo estava 2,3% abaixo do nível de fevereiro de 2020, o que mostra uma evidente perda de fôlego da economia, principalmente no segundo semestre do ano passado.
            Mesmo assim, o Ministério da Economia anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 irá crescer 1,6%, o que contraria a estimativa do mercado financeiro que, segundo o Boletim Focus, prevê um crescimento três vezes menor, ou seja, de apenas 0,49%, em função da guerra entre Rússia e Ucrânia. Em quem acreditar? Como se vê, no mundo de hoje, tudo é possível, até a hecatombe nuclear, dependendo da estultice de alguns líderes mundiais. Mas, superada essa crise, o que se espera é que os possíveis vencedores tratem de organizar um mundo mais justo. Já seria um bom recomeço.&nbs p;   
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(*) Liana Lourenço Martinelli, advogada, pós-graduada em Gestão de Negócios e Comércio Internacional, é gerente de Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG) do Grupo Fiorde, constituído pelas empresas Fiorde Logística Internacional, FTA Transportes e Armazéns Gerais e Barter Comércio Internacional. E-mail: lianalourenco@fiorde.com.br. Site: www.fiorde.com.br
 

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