22/03/2012 00:00
Catarinenses fazem novas dívidas e inadimplência tem ligeira alta
As famílias catarinenses fizeram novas dívidas neste mês de março. Pesquisa Fecomércio e CNC de Endividamento e Inadimplência do Consumidor evidencia a melhora da situação financeira nos lares neste início de ano, a expansão do emprego e da renda, e as condições mais atraentes de crédito, que acabaram por recuperar o consumo no estado. A inadimplência teve ligeira alta mensal, mas foi menor na comparação com o mesmo período do ano passado.
Para a Fecomércio o aumento do endividamento no estado pode ser considerado seguro e positivo, já que estimula o consumo e dá dinamismo à economia local. Em curto prazo a tendência é de nova flexibilização do crédito, após uma série longa de aperto monetário realizado pelo Banco Central no segundo semestre do ano passado. Assim, os indicadores de endividamento devem continuar crescendo no estado nos próximos meses, mas de maneira controlada.
Para a inadimplência o cenário também é positivo. A maior concessão de crédito está associada à melhora constante da renda das famílias catarinenses, o que possibilitou a queda anual na inadimplência e uma menor necessidade de comprometimento da renda familiar com a quitação das dívidas.
Endividamento
A parcela de famílias que fizeram compras a prazo cresceu tanto mensalmente (2,4%) quanto anualmente (6,5%), fechando o mês em 90,4%.
Fizeram mais dívidas as famílias com rendimentos superiores a 10 salários mínimos (93,6%), enquanto 89,5% das famílias com renda menor que 10 salários mínimos que estão endividadas.
Outro fator que também cresceu acompanhando o movimento de alta no consumo foi o nível de endividamento familiar. O percentual de famílias muito endividadas passou de 42,8% em fevereiro para 46,5% em março. As famílias com renda mais alta possuem mais dívidas a pagar (55%), do que as famílias com renda menor (44,3%).
Para contrair as dívidas as famílias catarinenses optaram, mais uma vez, pelo cartão de crédito (49,2%). Na sequência aparecem o financiamento de carros (25,1%), os carnês (10%) e os financiamentos de casas (8,2%).
O tempo médio das dívidas ficou exatamente igual ao tempo médio registrado no mês de fevereiro: 5,9 meses. Apesar disso, a maioria das famílias (51%) tem dívidas de até três meses, mais de um ano (35,1%), três a seis meses (6,7%) e seis meses a um ano (7,1%).
O levantamento também indica que a parcela média necessária ao comprometimento da renda familiar para o pagamento das parcelas das dívidas foi de 27,2% em março.
Inadimplência
Com novas dívidas adquiridas, houve ligeiro aumento mensal do número de famílias com contas em atraso em Santa Catarina. De 20,3% em fevereiro a inadimplência foi para 21,6% em março. Na comparação anual, no entanto, o percentual caiu 3,9%.
Estão com maior dificuldade em pagar as dívidas até o vencimento as famílias com renda inferior a 10 salários mínimos (25%). Para as famílias com renda superior a inadimplência em março foi de 8,3%.
Para estas famílias com dívidas em atraso, apenas 25,4% afirmaram que irão quitar seus compromissos integralmente, enquanto que 35,1% irão pagá-los apenas em parte e 38,6% não irão quitar suas dívidas atrasadas.
Já em relação ao tempo médio de atraso, em março o resultado foi de 64 dias. Apesar disso, 22,8% das famílias têm contas atrasadas em até 30 dias; 28,9% entre 30 e 90 dias, e 48,2% estão inadimplentes por mais de 90 dias.
Para o futuro, apenas 8,3% das famílias em Santa Catarina disseram não ter condições de pagar suas dívidas ainda não vencidas. O percentual é 1% inferior ao do mês passado.