05/04/2012 00:00
Reviravolta na Volvo Ocean Race: Groupama quebra mastro e Telefónica aperta o Puma
A quinta etapa da Volvo Ocean Race já pode ser batizada como uma das mais emocionantes e difíceis da história da regata de volta ao mundo. Nesta quarta-feira, o barco que liderou a maior parte da perna, o francês Groupama, sofreu uma quebra de mastro e já interrompeu a velejada para fazer os reparos necessários. Como o Sanya já tinha abandonado a etapa, o Abu Dhabi tomou a mesma decisão nesta terça-feira e o Camper está sendo reparado no Chile, apenas dois barcos seguem na disputa: o norte-americano Puma e o espanhol Telefónica.
A contagem oficial aponta menos de 1.000 quilômetros para o líder, o Puma, chegar a Itajaí ainda na sexta-feira, um dia antes da previsão divulgada na terça-feira. O Telefónica, porém, que parou no Chile para fazer reparos no casco, voltou com velocidade e sorte: está a menos de 60 quilômetros dos norte-americanos.
Após o conserto e a parada de 12 horas numa das ilhas do cabo Horn, os espanhóis acertaram nas escolhas de rota e tiraram, nos últimos três dias, 400 km de diferença para a liderança, uma vantagem que parecia grande demais para ser revertida. Agora, o time já pode sonhar em vitória. "Nós vamos continuar nesse ritmo para pegar o líder e vencer a perna. A previsão de vento nos favorece para os próximos dias e a esperança não morre", relata o tripulante de mídia Diego Fructuoso. "Nada está definido".
Enquanto isso, o Groupama, que fazia uma disputa equilibrada com o Puma, já está velejando com mastreação de fortuna (usada em emergências) e ruma para o litoral do Uruguai - o acidente aconteceu a 60 milhas náuticas ao sul de Punta del Este. O time ainda não definiu em qual cidade irá fazer os reparos necessários para regressar à disputa. "Perdemos o equipamento, mas a nossa equipe está a salvo. Estamos trabalhando para estabilizar o barco, mas será preciso fazer a mastreação de fortuna", conta o comandante Franck Cammas, logo após o acidente.
Já a tripulação da Camper está confiante em retomar a regata na quinta perna e chegar a tempo em Itajaí. Por causa de danos na proa do barco, a equipe teve de parar em Puerto Montt, no Chile. Eles devem ficar mais três ou quatro dias fazendo reparos. O time de bandeira espanhola e neozelandesa, liderada por Chris Nicholson, chegou ao porto na última terça-feira (3) e não perdeu tempo na avaliação do casco.
Já o Abu Dhabi, que tinha problemas no casco e estava muito atrasado em função da parada que fizera em Auckland para conserto, pegou carona em um cargueiro para chegar a Itajaí antes da Regata do Porto, marcada para 21 de abril.
Em Itajaí
Se os barcos brigam com os ventos para subir o Atlântico, a cidade de Itajaí já vive o dia-a-dia da Volvo Ocean Race e recebeu seu primeiro tripulante: nesta quarta-feira, Antonio Cuevas desembarcou na cidade ao lado de Horácio Carabelli, diretor técnico do Telefónica. Neti, como é conhecido, teve de deixar o barco no sábado, aproveitando o pit-stop feito no Chile, por causa de uma lesão nas costas.
A Vila da Regata foi aberta oficialmente ao público nesta quarta, depois uma cerimônia na noite de terça-feira, que contou com autoridades da cidade e da Volvo Ocean Race. A entrada é gratuita e os visitantes poderão simular a realidade dos velejadores em equipamentos, ver imagens exclusivas no cinema 180º (The Dome) e no 3D. Além disso, a Náutica Show, feira de produtos e serviços voltados ao setor, também será realizada em conjunto com a parada. Outros temas como sustentabilidade dão o tom ao evento, que deve receber 150 mil pessoas nas dependências do Centreventos, antigo prédio da Marejada, até o dia 22, quando a flotilha dá adeus a Itajaí e parte para Miami, nos Estados Unidos.