10/04/2012 00:00
Alimentação e transportes ainda são caros ao consumidor apesar de inflação em queda
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), levantados mensalmente pelo IBGE, registraram alta em março. Apesar disso, os índices seguem em queda na comparação com períodos anteriores. O IPCA teve crescimento de 0,21%. Variação menor do que a verificada em fevereiro (0,45%) e bastante inferior à movimentação de março de 2011 (0,79%).
O grupo ‘educação’ que em fevereiro variou 5,62%, em março teve alta de apenas 0,54%. À exceção dos grupos ‘alimentação e bebidas’ (de 0,19% para 0,25%) e ‘transportes’ (de -0,33% para 0,16%), todos os outros tiveram resultados menores do que os registrados no mês anterior.
Nos últimos 12 meses o IPCA variou 5,24%. Desaceleração também se comparado aos últimos doze meses fechados em fevereiro (5,84%). Essa diferença demonstra que a inflação realmente vem apresentando uma trajetória de convergência para o centro da meta estipulada pelo Banco Central (4,5%).
Já o INPC variou 0,18% em março, valor também inferior ao resultado de fevereiro (0,39%) e menor do que a inflação de março de 2011 (0,66%). Considerando os últimos doze meses a variação foi de 4,97%, inferior aos últimos doze meses de fevereiro, onde a variação havia sido de 5,47%.
Para a Fecomércio, grande parte deste movimento de queda na inflação deve-se aos bens importados (tanto os bens de consumo final, quanto os bens intermediários utilizados pela indústria de transformação), que com o Real valorizado e a falta de competitividade da produção nacional, se apresentam como um importante freio à inflação.
Na avaliação da Fecomércio, somente com a manutenção do controle inflacionário será possível ao Brasil continuar a vivenciar o atual ciclo de queda da taxa Selic (hoje em 9,75%). Apenas com juros menores será possível garantir a recuperação da taxa de investimento da economia, gerando empregos e renda. O que torna ainda mais problemático o atual viés protecionista dado às políticas econômicas do governo federal, já que as mesmas trazem o risco da volta da inflação no longo prazo.