17/08/2012 00:00
Conferência do Trabalho Decente termina sem resultados para os principais temas
A 1ª Conferência de Emprego e Trabalho Decente terminou no último dia 11, em Brasília, com divergências: a representação dos empregadores não concordou com a condução dos trabalhos, alegando problemas de organização e desrespeito ao regulamento. Ao final do encontro foi produzido um documento com as propostas de consenso entre as três bancadas. Já para os pontos de discordância, que foram votados apenas pelos representantes do governo e dos trabalhadores, a bancada patronal fica disponível para continuar o debate de forma organizada.
Representando a Fecomércio SC na Conferência, a advogada da entidade, Patrícia Scherer esclarece que: “a bancada empresarial apresentou-se aberta desde o início a estabelecer um diálogo que contemplasse as necessidades dos três segmentos ali representados”. No entanto, ela conta que certas barreiras foram impostas que inviabilizaram a maturidade da discussão: “Interrupção de grupos temáticos, falta de coordenação de mesa, problemas na votação eletrônica, agressividade de alguns líderes sindicais e atrasos nas reuniões prejudicaram o cumprimento do regulamento”, detalhou.
As propostas levantadas pelos empregadores foram embasadas na tentativa de diminuir o custo das empresas brasileiras. Redução da burocracia, políticas de investimentos eficientes, valorização do trabalho produtivo, economia solidária, cooperativismo e empreendedorismo foram alguns assuntos abordados. De acordo com Patrícia, porém, a discussão de temas polêmicos, como a jornada de trabalho (de 44 para 40 horas), passou a ser questionada pela representação empresarial. Estes assuntos deixaram de constar no documento final da Conferência.
Posicionamento
O diretor executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Blumenau e Região (SINDILOJAS) Márcio Rodrigues, que também participou da Conferência, disse que as demais bancadas passaram por cima de algumas pautas levantadas pelos empregadores. “As bancadas dos empregados, do governo e da sociedade civil, unidas, criaram propostas com vistas a interferir, através da legislação regular, por força de lei, a participação dos trabalhadores nos lucros e resultados nos setores produtivos”, explicou.
As entidades patronais, em especial a Fecomércio SC, consideram as propostas consensuais, incluídas no documento final, como pontos estratégicos a serem trabalhados pelas bancadas a fim de desenvolver e melhorar as relações de trabalho no Brasil. Quanto aos pontos que ficaram de fora do documento final, a bancada empregadora segue aberta para um debate igualitário entre as partes, no qual se respeitem os regulamentos pré-estabelecidos.