sexta, 19 de abril de 2024
18/01/2013 00:00

SEP ANUNCIA RETIRADA DA ÚLTIMA PARTE DO AIS GIORGIS


O Ministro dos Portos, Leônidas Cristino, confirmou na tarde de ontem (17/01) a retirada da última parte do navio Ais Giorgis, naufragado no canal de navegação do Porto de Santos em 1974. A retirada ocorreu por meio de fatiamento vertical, com utilização de cabo diamantado. Cristino esteve na última segunda-feira em Santos para acompanhar a finalização dos trabalhos executados pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no valor de R$ 21,1 milhões.

A retirada do Ais Giorgis integra o projeto de aprofundamento do Canal de Navegação do Porto de Santos para -15 metros e seu alargamento para 220 metros.

Os serviços continuam no canteiro de obras, em terra, com o corte das peças retiradas, para destinação final. De acordo com a SEP, na sequência, serão executadas sondagens sísmicas e levantamento batimétrico, para verificação de eventual interferência que possa vir a prejudicar a navegação em profundidade de -15m (DHN). “Com a eliminação desta última interferência no canal será retomada a dragagem no trecho para posterior homologação da profundidade pela Marinha do Brasil”, explica o Diretor Presidente da Codesp, Renato Barco.

Os restos da embarcação (casa de máquinas e partes do casco) encontravam-se no fundo do estuário, em frente aos armazéns 15 e 16, próximos à Margem Esquerda do porto. A retirada, iniciada em outubro de 2011, foi precedida pela remoção dos sedimentos acumulados nos destroços do navio, a fim de viabilizar os trabalhos de corte e içamento de suas partes.

 

Em março de 2012 foi concluído o primeiro corte com utilização de fio diamantado, com o fatiamento vertical para remoção de uma parte da seção da casa de máquinas e retirados cinco pedaços da popa da embarcação.

 

Em 21 de abril do ano passado foi concluído o segundo corte para a remoção de um terço do motor principal, com peso aproximado de 150 toneladas, e em 26 de abril uma parte do casco sob o motor principal. Em 26 de maio de 2012 foi retirada a última parte do motor principal, com cerca de 50 toneladas e em junho parte do casco sob a segunda parte do motor e o corte da parte final do casco da casa de máquinas. Posteriormente, foram executados os demais cortes, que resultaram em 13 peças, com pesos variando entre  90 e 180 toneladas. O peso dessas peças totalizou cerca de 1.600 toneladas.

O corte em seções do navio, com  131 metros de comprimento e 17,70 m de boca moldada teve seu início na parte da popa, prosseguindo pela praça de máquinas e alcançando os porões  03, 02 e ainda o porão  01. Com a garantia  de uma lamina d’agua de  16 m ( 0 DHN ),  restou no fundo do estuário parte da quilha do porão 01 e  a quilha do bico de proa enterrado a uma profundidade de 21 m.

 

Histórico

O Ais Giorgis, da armadora Shipmeyr, naufragou no estuário do Porto de Santos em 08 de janeiro de 1974, após incêndio a bordo, quando operava na descarga de caixas, sacos e tambores contendo leite em pó, óleo de pinho, resina e produtos químicos. Por oferecer risco a outras embarcações, na madrugada do dia 9 de janeiro de 1974, o navio foi puxado para o meio do estuário e encalhado próximo à Margem Esquerda do porto. No dia 08 de julho de 1979, violento vendaval quebrou suas amarras e o arrastou para o meio do estuário onde naufragou.

O navio, antigo M/S Kronoland, foi construído em 1951 por Erik Mechanical Engeneering Ltda., em Gotemburgo, Suécia, e entregue para a Companhia de Navegação Tirfing. Com 131 metros de comprimento, 17,72 metros de boca e 7,32 metros de calado, foi vendido, em 1973,  para a Perinis Cia de Nav, Piraeus, Grécia, quando foi renomeado como Ais Giorgis. No mesmo ano, o navio foi registrado para a Cia. Nav. Perissia AS, Piraeus, Grécia.

De 1998 até meados de 2001, foram retiradas peças do casco do navio naufragado, relativas a partes dos costados, passadiços, casarias e parte da proa e da popa. Entretanto, foi necessário   retirar, também, as partes referentes  às chaparias do casco, que conformavam tanques de água de consumo, tanques de óleo lubrificantes e demais equipamentos instalados na Casa de Máquinas.




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