Em resposta à atual condição positiva do segmento, estaleiros brasileiros buscam a excelência contínua de seus processos gerenciais. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, os últimos anos da indústria naval estão impulsionados, principalmente, pelas atividades petroleiras, transformando-a num dos maiores polos de investimento do estado. Em 2012, cerca de R$2 bilhões teriam sido injetados no estado para a compra de materiais, equipamentos e serviços de fornecedores locais. Em junho deste ano a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) lançou, em todo o país, uma chamada pública destinada a apoiar projetos entre instituições de pesquisa científica e tecnológica (IPCTs) e empresas do setor de navipeças - navegação interior, cabotagem e longo curso. Os investimentos nos projetos totalizariam R$ 41 milhões destinados às novas tecnologias e equipamentos da indústria naval brasileira, provenientes do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Estes investimentos almejariam o aumento tanto do índice de nacionalização das embarcações de produção brasileira, quanto o aumento da empregabilidade da área, cujos percentuais do primeiro trimestre já teriam pontuado um crescimento para mais de 14%, com base em levantamentos divulgados recentemente pela Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore). A empregabilidade do segmento - em todo o país - representa o maior número da história da construção naval brasileira: mais de 70.000 trabalhadores no final de março deste ano, de acordo com os dados apontados pelo mesmo Sindicato.
Produzidos a partir de particularidades inerentes a cada projeto iniciado, a construção de navios e a execução dos serviços navais necessitam, então, de gestão e planejamento constante e eficiente das etapas. O bom planejamento e o controle de produção eficaz são fatores essenciais para o cumprimento de prazos e sucesso destes projetos. Neste momento inserir soluções de Tecnologia da Informação, no processo, torna-se essencial à sobrevivência dos estaleiros de todos os portes. Desde o ano passado o Estaleiro São Miguel - Grupo Bravante, acompanha a tendência nacional do setor na busca pela eficiência e assertividade constantes dos serviços prestados, saindo à frente na procura por melhorias em otimização do tempo, planejamento e organização de cada etapa dos projetos desenvolvidos. "A área naval é muito manufaturada, quase artesanal. Precisávamos de um sistema de apontamento de horas de trabalho eficiente, com respostas rápidas. Por isso procuramos uma empresa de TI no mercado.” afirma o economista Edson Salles,economista e coordenador de planejamento e controle de produção do Estaleiro.
Sandro Vertoni, diretor comercial da Aptus – Tecnologia de Informação - empresa com sede em Campinas e São Paulo - contratada para este desafio, explica que um levantamento minucioso sobre os processos de trabalho do estaleiro (singulares) e suas necessidades reais, aliadas aos componentes de base que a empresa de TI obtinha, criou as condições primordiais para o desenvolvimento da solução adequada ao estaleiro, implantada em 2012. “O excelente desempenho do setor impulsionou a necessidade de soluções cada vez mais assertivas e eficazes para o gerenciamento destes processos e tínhamos condições de auxiliar, com qualidade, nesta questão”, considerou Vertoni.
A solução foi um sistema implantado, baseado em web, para ser operado tanto online, quanto offline, por técnicos e encarregados que, diariamente fazem os levantamentos de informações operacionais através de coletores de dados (similares aos de aeroportos). Os coletores lançam para terminais de carga e descarga informações referentes à decorrência de cada ordem de serviços executada pelas equipes de trabalho durante as etapas dos projetos. Os dados coletados são tabulados, intersetados, geridos em relatórios que apontarão ajustes e direcionamentos. O maior ganho promovido pelo sistema está no tempo de soluções propostas e no controle total dos projetos. Vertoni explica que o principal objetivo das ferramentas é a maior eficiência em um determinado projeto, a partir da análise do tempo de trabalho empregado para cada etapa e a mensuração das horas produtivas - ou ordem de serviço do mesmo,“além do aprimoramento do planejamento de mão-de-obra, ou ainda, o apontamento sobre as ocorrências de retrabalhos, caso existam. Num segundo momento, é possível ainda obter uma previsibilidade das horas que poderão ser empregadas às etapas de projetos futuros”, completou.
(*Fontes Gerais - Portal Brasil - Governo Federal / Portal Sinaval - (Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore) e Portal JusBrasil.)
Promissor
As expectativas futuras são ainda mais promissoras: com o pré-sal, até 2020, a indústria de óleo e gás dobrará a participação no PIB brasileiro, passando de 10% para 20%, enquanto a indústria naval e offshore prevê faturar US$ 15 bilhões por ano até o ano de 2020. Pelo menos a metade desse valor deverá estar no Rio de Janeiro. (Fonte: Portal JusBrasil, Setembro 2012)