Os desafios e os objetivos do segmento do turismo de negócios foram lembrados durante o 4º Painel Catarinense de Viagens Corporativas, realizado na quarta-feira (15/4) durante programação oficial da Volvo Ocean Race. O mercado que corresponde a mais de 70% de todas as operações de embarques e desembarques, hospedagens, aluguel de veículos, refeições em restaurantes e a realização de grandes eventos no Brasil tem crescido e a perspectiva para este ano é de mais ascensão.
Apresentado em primeira mão no encontro, um estudo aponta alguns setores que estarão em evidência em 2015. Entre eles a indústria de alimentos e bebidas, a de equipamentos de transporte, a do petróleo, o setor calçadista em geral, o de papel e celulose e mesmo o educacional. Juntos, eles devem fazer aumentar o setor de viagens corporativas.
Diretor executivo da Abracorp, Gervásio Tanabe apresentou dados que corroboram a importância da discussão do tema, para aprimoramento do setor. Segundo ele, este mercado específico girou R$14,9 bilhões em 2014, sendo R$13 bilhões somente em bilhetes emitidos. “Cabe ao Travel Manager Corporate (TMC) realizar toda a gestão de processos que envolve, pagamento, confiabilidade, integridade, disponibilidade e autenticidade de dados e informação com o objetivo principal de obter o melhor resultado com o menor custo para as empresas”, reforça.
Para o representante do Qualitas Travel Partner, Júlio Verna, que mediou o debate, o encontro foi um grande passo para proporcionar benchmarking, network e capacitação dos profissionais envolvidos nesta indústria, reforçando que os pequenos fornecedores também fazem parte desta cadeia.
Entrevista Edmar Bull, presidente da Associação Brasileira de Viagens Corporativas
Como vem sendo o crescimento desta indústria no Brasil?
Edmar Bull – De 2013 para 2014 tivemos um crescimento de 15%. São cerca de 8,7 mil profissionais no mercado que conseguiram atingir esta cifra graças à tecnologia. Agora, é muito importante que os gestores internos de viagem entendam o nosso papel, que é para benefício deles, em tempo real, com erro praticamente zero. Nosso papel é ajudar as empresas a ter um orçamento sadio quando se refere às viagens corporativas.
De que maneira a infraestrutura precisa se adequar para atender a demanda?
Edmar Bull - Este é um trabalho que já começou e creio que o caminho seja o que foi feito em Guarulhos, em Viracopos e outros aeroportos. Mas é importante frisar que não são apenas os aviões. A integração já existe e saber utilizar de forma adequada é papel também das locadoras de veículos, dos hotéis. Hoje, 60% do volume total das nossas reservas são com hoteis independentes. Então, já existem ferramentas, e fazer parte é uma forma de ganhar espaço também neste setor.
Esse grande dado, de mais de 70% da movimentação das companhias aéreas, é real?
Bull - Sim, mais de 70% do total de movimentação, em reais, é o faturamento das viagens corporativas. Elas são o ponto de equilíbrio das companhias aéreas. Daí a importância de estarmos preocupados em melhores soluções para o segmento.
Qual o perfil do viajante corporativo?
Bull – Ele é um profissional que o relógio funciona muito rápido, é exigente e quer trabalhar com uma agência que seja muito especializada. Ele quer a passagem comprada, a reserva do hotel feita, o carro reservado, enfim, não quer se incomodar com nada. E nós, gestores de viagens corporativas fazemos a gestão para este cliente diferenciado.