Cerca de 500 pessoas lotaram o 2º piso do Restaurante Cabral, em Itapema, ontem (17.04) à noite. Elas foram assistir a palestra “Em Defesa da Ética: O Brasil passado a limpo”, proferida pelo ex-senador Pedro Simon. Aos 85 anos de idade, 55 deles dedicados à vida pública, Simon foi aplaudido de pé pela platéia após duas horas e meia de palestra e perguntas do público. O ex-senador foi trazido à cidade pelo Sinduscon de Itapema, em parceria com a Dallo Construtora.
Simon fez uma retrospectiva política do País, lembrou o processo das Diretas Já, eleição de Fernando Collor, as várias candidaturas de Lula à Presidência da República, Governo Itamar, lançamento do Plano Real, e chegou aos atuais escândalos do Mensalão e da Petrobrás. Elogiou o desempenho da Polícia Federal e procuradores da República, lembrou o salto no número de partidos políticos e ministérios ocorrido nas últimas décadas e os 13 anos que o PT está no poder. “O bom para a democracia é o rodízio dos partidos no poder. O que estamos vivendo hoje não parece um início de governo, um governo recém reeleito, e sim um fim de governo, com o povo nas ruas pedindo impeachment, baixa popularidade e uma situação de descompasso governamental”, comentou.
Simon falou que não vê com simpatia um pedido de afastamento da presidente Dilma Roussef, mas afirmou que o governo tem que apurar todas as irregularidades em todos órgãos governamentais e afastar todas as pessoas envolvidas em desvios. Na sua opinião, o Brasil só vai sair da crise que se encontra com um governo sério e com a força e o apoio de toda sociedade. “Presidenta, reúna todas as força da sociedade e vamos estabelecer um plano de governo, vamos estabelecer uma pauta e buscar o entendimento, sem cores partidárias e de mãos dadas, vamos sair da crise política, ética e moral que vivemos”, chamou.
Mas para isso, Simon acredita que é importante o povo na rua a fim de cobrar e exigir as reformas que o País precisa. “Quem é jovem de espírito, pensa no seu país, no futuro do seu povo, o lugar é na rua. O povo precisa participar, e não somente criticar sem fazer nada. É preciso dizer sim, dizer não, isso eu quero, isso eu não quero. Chega de pessoas querendo se adonar do Brasil, ele é de todos nós”, finalizou o ex-senador.
O presidente do Sinduscon de Itapema, Eliseu Wagner, agradeceu a presença de Simon e frisou: “Num momento tão importante, e tão crítico, como este que atravessa nossa Nação, foi um privilégio poder ouvir o que tinha a nos dizer uma personalidade cuja história de vida se mescla à história do País. Esta iniciativa mostra a preocupação de uma classe, de uma sociedade, em entender e ajudar a entender, o atual momento. Mas, mais que do isso, foi uma porta que se abriu para discutirmos nossa própria história e alguns capítulos que nos trouxeram até aqui”, disse Wagner ao final do encontro.
