sábado, 20 de abril de 2024
03/11/2015 00:00

Dólar recua em outubro e ameniza prejuízos do governo com ações cambiais

Dados mostram que o prejuízo caiu para R$ 101,5 bilhões no ano

O dólar registrou queda em outubro após três meses seguidos de alta. O recuo foi de 2,6% no mês e amenizou os prejuízos do governo com ações cambiais. Nas três primeiras semanas do décimo mês do ano, o Banco Central teve ganhos de R$ 11,4 bilhões com as operações de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.

Porém, o lucro é pequeno diante do prejuízo que o Banco Central acumula em 2015 para segurar a cotação do dólar no país. Até setembro, a autoridade monetária tinha perdido R$ 112,9 bilhões com as operações de swap. Os dados coletados até o dia 23 de outubro mostram que o prejuízo caiu para R$ 101,5 bilhões no ano.

O valor mostra os resultados líquidos das operações de swap do Banco Central e é divulgado semanalmente pela autoridade monetária. O montante foi incorporado aos juros da dívida pública, que até setembro somou R$ 510,6 bilhões no acumulado em 12 meses, equivalente a 8,89% do Produto Interno Bruto (PIB).

O Banco Central vende dólares no mercado futuro para segurar a cotação da moeda norte-americana no Brasil desde maio de 2013, quando os Estados Unidos começaram a reduzir as injeções de dólares na economia mundial. De agosto de 2013 até março deste ano, o Banco Central ofertou contratos de swap diariamente. Novos lotes de contratos não foram mais ofertados até agosto, quando a autoridade monetária passou a renovar 70% dos papéis em circulação. Em setembro, o banco passou a renovar integralmente os papéis em circulação por causa da alta do dólar.

O Banco Central mantém um estoque expressivo de operações de swap que gira em torno de R$ 400 bilhões atualmente. O lucro de R$ 11,4 bilhões nas três primeiras semanas de outubro é resultado da diferença entre a queda média do dólar e a variação dos juros DI, cobradas em transações entre bancos com o valor próximo aos dos juros básicos da economia, a taxa Selic.

Quando o dólar sobe, o Banco Central registra prejuízos com as operações de swap. Nos dias em que a cotação cai, o órgão tem lucro. Os resultados são transferidos para os juros da dívida pública, aliviando as contas públicas quando os contratos de swap são favoráveis à autoridade monetária e precisam ser cobertos com as emissões de títulos públicos pelo Tesouro Nacional quando acontece o oposto.

O swap cambial foi criado em 2001 e permite que o Banco Central intervenha no câmbio sem comprometer as reservas internacionais. O banco vende contratos de troca de rendimento no mercado futuro. Apesar de serem em reais, as operações são atreladas à variação do dólar.

No swap cambial, a autoridade monetária aposta que o dólar subirá mais que a taxa DI. Os investidores apostam o contrário. No fim dos contratos ocorre uma troca de rendimentos entre as duas partes. Quando a moeda norte-americana sobe, o Banco Central tem prejuízo proporcional ao número de contratos em vigor. Quando a cotação cai, os investidores deixam de lucrar.

Foto: Carlos Severo/Fotos Públicas

Fonte: Agência Brasil




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