sexta, 19 de abril de 2024
10/11/2015 00:00

Pesquisa aponta queda na intenção de consumo das famílias catarinenses

Indicador geral caiu, mas se mantém acima dos 100 pontos, o que significa um otimismo tímido do consumidor

Uma pesquisa feita pela Fecomércio-SC mostra que houve queda na comparação mensal e anual da intenção de consumo das famílias catarinenses em outubro. O indicador está em 103,3 pontos em uma escala que vai de 0 a 200. Porém, apesar do índice geral ter caído, se manteve acima dos 100 pontos, o que significa um otimismo tímido do consumidor catarinense quando se trata em intenção de compras.

“O cliente quer consumir, mas na hora de efetuar a compra as condições de pagamento já não condizem mais com sua situação financeira. Portanto, cabe ao empresário, na medida do possível, buscar alongar os prazos de pagamentos e diversificar seus produtos”, avalia o presidente da entidade, Bruno Breithaupt.

Três dos sete componentes da Intenção de Consumo das Famílias tiveram variação positiva em relação a setembro, que são o nível de consumo atual, perspectiva de consumo e momento para duráveis, como a compra de automóveis, por exemplo, que aumentou 1,5%. Na comparação anual, todos os indicadores tiveram queda de 27,7%.

 

Restrição ao crédito

A pesquisa do ICF- Fecomércio SC, apontou a restrição ao crédito como um dos fatores determinantes para redução do consumo das famílias catarinenses.

O acesso ao crédito nos comparativos mensais apresentou uma queda de -4,6%, pequena, se comparado ao ano anterior, que bateu o índice de -36,9%. O resultado negativo no mês revela que as condições de pagamento estão debilitadas, devido às altas taxas de juros e ao elevado comprometimento da renda com dívidas.

Mesmo com previsão de estabilidade na taxa SELIC, os juros ainda serão altos, mantendo assim o crédito restrito, prejudicando especialmente o consumo no Estado, que possui uma economia mais sensível à oferta de crédito, devido a sua forte concentração de recursos financeiros nos bancos e a renda elevada dos catarinenses.

Isso dá melhores condições para a economia catarinense voltar a crescer tão logo as taxas de juros reduzirem, enquanto que no resto do país ainda há que se esperar além da redução dos juros, um aumento do emprego e da renda.  

Perspectiva Profissional

Em relação ao mês passado, o indicador que mais apresentou retração em outubro foi a perspectiva profissional (-7,6%). A queda também aconteceu na  comparação anual com registro de recuo chegando a 10,7%.

Os números demonstram que a taxa de desemprego tenderá a se expandir ainda mais nos próximos meses, somada à redução de vagas de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - CAGED, o que acaba refletindo negativamente na perspectiva profissional das famílias (84,1).

Diante do quadro os catarinenses estão pessimistas em relação à sua perspectiva profissional, aumentando a insegurança das famílias em relação ao emprego. "A redução dos investimentos empresarias, dada a retração econômica e ao aumento dos impostos, pressiona negativamente a criação de vagas formais no estado e cria uma insegurança das famílias quanto a sua perspectiva profissional", avalia Breithaupt.




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