A retração na economia brasileira vem sendo refletida no comportamento do consumidor no Estado. Segundo a pesquisa que mede o Índice de Confiança da Família (ICF-SC) do mês de abril, os indicadores tiveram uma queda tanto na comparação mensal (-3,9%), quanto na anual (-12,6%), registrando o nível mais baixo da série histórica iniciada em janeiro de 2010.
O ICF cruza os dados que tratam do emprego e perspectiva profissional, renda atual, acesso ao crédito, nível e perspectiva de consumo e o momento para bens duráveis - como, por exemplo, a compra do carro. A maioria ficou abaixo dos 100 pontos, em uma escala que vai de 0 a 200.
A perspectiva de consumo das famílias também registrou uma queda de 37%, chegando em 40,9 pontos na escala.
Na avaliação Fecomércio SC, o baixo desempenho do indicador está associado à inflação elevada, deterioração na qualidade o emprego e as incertezas no cenário político, somada a percepção dos consumidores de que a crise vai se estender ao longo de 2016.
Nesse cenário de instabilidade econômica, o acesso ao crédito se mantém restrito. Comparado com o mesmo período de 2015, o indicador apresentou uma forte queda de -26,7%, ficando com 88,7 pontos. Esta é a nona vez consecutiva que este indicador fica abaixo dos 100 pontos.
Na avaliação do presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, a persistente inflação e o longo desequilíbrio fiscal provocam uma elevação na taxa de juros, retraindo o consumo, que já é sentindo no comércio catarinense.
“As decorrentes elevações nas taxas de juros - principalmente do cartão de crédito (447% ao ano) - retrai o acesso ao crédito diminuindo o consumo e a confiança do consumidor na hora da compra", afirma Breithaupt.
Apesar dos números negativos apresentados na pesquisa, dois indicadores - emprego e renda - estão em posição positiva no estudo. Com o desemprego em baixa no Estado, a confiança dos consumidores em torno da renda é elevada, assegurando que Santa Catarina sairá desse cenário de baixo crescimento antes que os outros estados.