quinta, 18 de abril de 2024
06/06/2016 00:00

Mudanças no governo e os reflexos na economia


Com a posse do novo presidente interino, Michel Temer (PMDB), economista da Universidade Mackenzie analisou para a Revista Portuária quais os novos rumos, medidas e ajustes que devem entrar em pauta nos próximos meses. De acordo com Marcos Antônio de Andrade, a mudança do governo deve se mostrar positiva no médio e longo prazo, uma vez que os fundamentos econômicos do Brasil ficaram desgastados, segundo ele, pela política do governo Dilma Rousseff (PT).

Um dos principais setores que dever ganhar com a mudança política é a indústria. Andrade avalia que para obter crescimento é preciso gerar capital produtivo. “Não é por intermédio do consumo que se gera economia, mas por meio da produtividade”, pondera. Portanto, o especialista defende que será preciso soltar alguns incentivos à indústria para auxiliar na retomada do crescimento.

Em contrapartida à desoneração da indústria, Andrade acredita que o desafio de Temer será conseguir no congresso a aprovação de medidas pouco populares, como a volta da CPMF. Ele explica que o imposto daria um novo fôlego de arrecadação no curto prazo. “Uma medida emergencial, por um período temporário, para que se consiga retomar a base da arrecadação e fazer novos movimentos”, opina.

Se essas medidas forem tomadas ainda no segundo semestre deste ano, Andrade acredita que um cenário positivo começará a aparecer já em 2017, com a retomada do crescimento para o segundo semestre. “Para esse ano os reflexos são poucos. Vamos fechar com o PIB negativo”, comenta.

Fecomércio contra aumento de impostos

A Fecomércio SC rechaça a possibilidade de aumento de impostos pela nova gestão federal. Para a entidade, a criação de impostos - ainda que em caráter provisório - deve ser descartada pelo novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Segundo a entidade, a compressão das margens de lucro no comércio e serviços, ocasionada pela inflação e a queda no volume de vendas, demonstram a incapacidade de penalizar o setor produtivo brasileiro e a sociedade em geral. 

“Para o Brasil superar a atual crise, é fundamental a adoção de uma política econômica que busque a obtenção de ganhos de produtividade na nossa economia, que historicamente apresenta baixos níveis de crescimento. Este fator é determinante para a atual crise, visto que nos últimos anos os salários cresceram muito além da produtividade.”, avalia Bruno Breithaupt, presidente da Federação.

A entidade também apresentou no mês passado uma proposta de transição da crise, como a imposição de limite global para o montante da dívida consolidada da União e a adoção de política de combate à inflação através da redução de gastos públicos e não através do aumento da taxa de juros. A rejeição da PEC 140/2015, que recria a CPMF, contudo, é pauta prioritária da entidade.




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