Algumas traineiras de Santa Catarina saíram ao mar para capturar tainha neste fim de semana. Após enfrentarem um mês inteiro de recursos negados pela Secretaria de Pesca para emissão das licenças, a safra foi iniciada graças a um mandado de segurança impetrado pelos armadores na Justiça Federal. Com o atraso, a classe enfrenta dificuldades para encontrar cardumes. Outras embarcações também tentam na justiça reverter o quadro, embora a safra já seja considerada perdida.
No Diário Oficial da União de sexta-feira (24/6), foi publicado um novo indeferimento aos recursos dos armadores para terem acesso às licenças de pesca da tainha. O Ministério de Pesca e Aquicultura, responsável pela Secretaria de Pesca, mantém a argumentaçao de que os barcos catarinenses pescaram em local proibido no ano passado. No entanto, no final daquele mesmo dia, a Justiça Federal de Santa Catarina concedeu liminar favorável ao mandado de segurança impetrado por alguns armadores.
Segundo o armador e coordenador da câmara setorial do Cerco do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), Hemerson Nagel, o Carioquinha, a Justiça autorizou 10 embarcações a iniciarem a pesca da tainha. Os barcos saíram entre sábado e domingo e devem permanecer em alto-mar por até 10 dias. As embarcações tiveram de subir ao Sudeste do país, pois apenas na região do Rio de Janeiro é que estão encontrando cardumes de tainha.
“Estamos passando dificuldade para encontrar. Ninguém vai ganhar nada, estamos apenas tentando minimizar o prejuízo”, comenta Carioquinha. Ao desembarcar, caso a pesca não esteja sendo compensatória, a tripulação deve encerrar a captura. Durante esta semana os armadores também definem se serão oficializadas demissões.
De acordo com o Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), o prejuízo da categoria é estimado em R$ 60 milhões. Ao todo, poderiam ser liberadas 40 licenças para pesca industrial da tainha, cuja safra iniciou em 1º de junho e segue até 31 de julho.