sábado, 20 de abril de 2024
04/10/2019 14:05

Transporte hidroviário do Brasil utiliza apenas um terço da malha potencial, mostra estudo


O transporte hidroviário do Brasil utiliza apenas um terço da malha potencial utilizável, releva um estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgado nesta quarta-feira (2). Atualmente, a malha do Brasil é de 63 mil quilômetros, mas apenas 19,5 mil quilômetros (ou 30,9% do total) são usados.

Há uma série de fatores que explicam o baixo uso da malha hidroviária no país. Há entraves que envolvem questões de infraestrutura, operação, burocracia, além do baixo nível de investimento no modal.

O uso de hidrovias traz algumas vantagens quando comparado com outros modais, de acordo com a CNT. Ele costuma ser mais vantajoso financeiramente. O frete, por exemplo, é 60% menor do que o rodoviário e 30% mais em conta do que o ferroviário. Também é considerado menos poluente.

A baixa utilização de hidrovias no Brasil fica evidente quando se compara com a realidade de outros países. Para cada mil quilômetros quadrados de área, o Brasil tem apenas 2,3 quilômetros de vias economicamente utilizáveis. Na China e nos Estados Unidos, essa relação é de 11,5 quilômetros e 4,2 quilômetros, respectivamente.

"Se os 63 mil quilômetros potenciais fossem utilizados, tal densidade aumentaria para 7,4 quilômetros por mil quilômetros quadrados de área", diz o estudo da CNT.

A pesquisa também aponta que houve um crescimento de 34,8% no volume de cargas transportadas por hidrovias entre 2010 e 2018 no Brasil. No período, o volume cresceu de 75,3 milhões de toneladas para 101,5 milhões de toneladas.

Investimentos

Nas últimas décadas, o valor máximo de investimento em transporte hidroviário foi registrado em 2009, quando foram investidos R$ 831,79 milhões. Em 2018, no entanto, esse valor caiu para R$ 173,70 milhões.

"Os recursos não têm sido suficientes para garantir maior oferta de serviços e melhor qualidade das infraestruturas", aponta o estudo da CNT.

A entidade estima que o investimento mínimo deveria ser de R$ 166,4 bilhões. Atualmente, todos os planos do governo que contemplam o setor indicam um investimento de R$ 145,1 bilhões.




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