quinta, 18 de abril de 2024
27/03/2020 14:44

Indústria catarinense combate coronavírus com informação e orienta empresas sobre como minimizar impactos na saúde e economia

Federação das Indústrias (Fiesc) criou observatório em seu site para esclarecer dúvidas e compartilhar alternativas que preservem negócios e trabalhadores

Além de lavar as mãos com água e sabão e manter uma distância de segurança das pessoas ao redor, outra forma de combater o novo coronavírus é pela informação. É por isso que a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) criou uma central de suporte à indústria e à população para auxiliar nas medidas para controlar a pandemia. 

Acessando a página do Observatório Fiesc, aberto a toda comunidade, é possível encontrar informações sobre o vírus, como surgiu e um repositório de boas práticas, com dicas de prevenção. A página também mostra o número de casos da doença no estado.  

“Aproveitamos nosso observatório e criamos uma maneira de informar as principais demandas, compartilhar soluções e orientações ao nosso industrial, que vão desde área jurídica a procedimentos que podem ser tomados em suas atividades. Compartilhamento de informações nesse sentido é muito importante”, enfatiza o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar. 

No portal, é possível também saber o que pode ou não funcionar nesse período. Na última semana, o governo estadual publicou um decreto (515/2020) determinando quais são os serviços essenciais, que não podem parar, o que inclui a indústria - já que o setor é responsável pelo suprimento de itens como insumos de saúde e alimentos. 

“A grande dúvida que existe no setor produtivo e na sociedade catarinense, como um todo, é encontrar um ponto de equilíbrio que privilegie a saúde das pessoas sem prejudicar tanto a atividade econômica”, pondera Aguiar. Ele ressalta que a paralisação, em um primeiro momento, foi importante para entender as causas e consequências do vírus. “Agora, gradativamente, tem que haver uma abertura das atividades econômicas, sob pena de pagarmos um preço muito caro pela inatividade”, acrescentou.    

A economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-IBRE), Renata de Mello Franco, afirma que é difícil mensurar, no momento, o impacto da pandemia para a economia e para a indústria. “Vai depender do tempo necessário para a quarentena. Quando a crise acabar, a recuperação da indústria vai depender de como a renda e o emprego foram afetados”, explica. 

No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria ficou estagnado, segundo a especialista. Em janeiro deste ano, o faturamento real do setor teve alta de 1,5%, se comparado a dezembro de 2019. “A indústria tem se segurado bastante na demanda interna para não ‘cair’. Mas se por esse motivo o desemprego aumentar e a renda cair muito, certamente a renda interna demorará a voltar ao normal e não veremos uma aceleração forte no setor”, projeta a economista. 

Um estudo elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) alertou que a pandemia pode tirar o emprego de cerca de 25 milhões de pessoas em todo o mundo. No último dia 22, o governo federal publicou uma medida provisória (MP 927/2020) que propõe alternativas trabalhistas para minimizar os impactos econômicos. 

Isso inclui, por exemplo, adiar o recolhimento do FGTS, pelos empregadores, dos meses de março, abril e maio. Os valores não recolhidos poderão ser pagos em até seis parcelas mensais a partir de julho, sem incidência de atualizações, multas e outros encargos.
 
O presidente da Fiesc orienta que as empresas considerem em seus planos de contingenciamento instrumentos jurídicos, como banco de horas, home office, redução de jornada de trabalho e antecipação de férias dos funcionários para momentos excepcionais como o atual. 

“A indústria vai colaborar com o enfrentamento da crise para a preservação das vidas e fará todos os esforços para manter a produção de alimentos e produtos básicos consumidos pela população”, garante Aguiar. 

O diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, explica que o setor industrial tem se adaptado à crise, atendendo às recomendações das autoridades públicas de saúde.

“É mais importante salvar vidas. Ao mesmo tempo, a indústria precisa se ajustar a essas novas circunstâncias. Então, a CNI tem feito um conjunto de propostas, a de diferimento (adiamento) e parcelamento de dívidas fiscais e tributárias, para dar mais oxigênio às empresas”, aponta Lucchesi.

“Indústria contra o coronavírus”

Para amenizar os efeitos da pandemia de Covid-19 e proteger quem produz e quem consome, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e as Federações das Indústrias dos 26 estados e do DF têm levado informação e tomado medidas para reduzir os impactos econômicos e preservar vidas por meio da campanha nacional “A indústria contra o coronavírus”.  

Além do suporte econômico, a educação tem sido aliada nesse período em que milhões de brasileiros precisam ficar confinados dentro de casa. Por isso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) abriu vagas gratuitas em cursos a distância voltados à indústria 4.0, que inclui temas ligados à tecnologia, como Blockchain, Lean Manufacturing e BIM (Building Information Modeling). 

Também será possível aprender mais sobre Inteligência Artificial, com aplicações na indústria, e programação móvel para Internet das Coisas (IoT). Os cursos têm carga horária de 20 horas e estarão disponíveis até junho. Para ter acesso aos cursos e às vagas, basta acessar a plataforma Mundo SENAI e fazer um cadastro simples.  

Em relação aos cuidados com a saúde dentro das fábricas, o setor redobrou as medidas de prevenção e vigilância para impedir a disseminação do novo coronavírus entre os trabalhadores, principalmente os que não estão em isolamento. O Serviço Social da Indústria (SESI) lançou uma cartilha online que traz recomendações que vão desde como identificar casos suspeitos, formas de transmissão e grupos de maior risco para a Covid-19, até um passo a passo para ajudar empresas a criarem planos de contingenciamento da doença e a envolverem fornecedores e operadoras no combate à pandemia. Com informaçõesda Agência rádio




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