Dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) revelam que as carnes representam o segundo setor do agronegócio que mais exportou em janeiro de 2022. As negociações representaram US$ 1,61 bilhão, ou seja, uma alta de 39,8% em relação ao mesmo mês do ano passado.
O resultado é recorde para estes meses em toda a série histórica. Houve incremento do volume exportado, com alta de 21,1%, e dos preços médios de exportação, com elevação de 15,5%.
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Para o consultor de Pecuária de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, o aumento das exportações de carne se deve às compras da China. Segundo ele, o país asiático é um grande importador de proteína animal do Brasil, o que beneficiou o mercado brasileiro nos últimos dois anos e meio.
“Para a carne bovina, o cenário é mais confortável para 2022. Basicamente, a tendência é de que o Brasil siga exportando carne bovina, até porque o país reúne algumas condições interessantes para atender o mercado chinês, a exemplo de preço competitivo e de capacidade produtiva, que os outros players do setor carnes não dispõem em relação à carne bovina”, explica.
O destaque das exportações brasileiras de carne vai para a bovina, que atingiu US$ 801,06 milhões em vendas externas, ou seja, um salto de 46,2% que representa um recorde para os meses de janeiro. O volume exportado cresceu 25,7%. Já o preço médio de exportação subiu 16,3%.
No caso do frango, as exportações também resultaram em recordes. O valor exportado chegou a US$ 604,89 milhões, uma alta de 42,8%. O volume exportado, por sua vez, teve elevação de 20,2%, enquanto os preços médios de exportação tiveram salto de 18,8%.
Já as vendas externas de carne suína aumentaram por conta da expansão do volume exportado, que subiu 18,5%, passando de 62 mil toneladas em janeiro do ano passado, para 73 mil toneladas no primeiro mês de 2022. O preço médio de exportação, por sua vez, registrou queda de 7,4%.
As exportações do agronegócio atingiram US$ 8,82 bilhões. O valor representa um recorde para os meses de janeiro. O resultado corresponde a um salto de 57,5% na comparação com os US$ 5,60 bilhões exportados no mesmo período do ano passado.
De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Mapa, o cenário foi “influenciado pelo aumento dos preços médios de exportação, que registraram elevação de 19% em relação a janeiro de 2021.” Outro fator apontado foi o aumento do volume exportado, que avançou 32,3%.
Essa elevação levou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras aumentar de 37,5%, em janeiro de 2021, para 44,9%, em janeiro de 2022.
Ainda segundo Fernando Iglesias, exportações em grande fluxo contribuem para a inflação. “Porque reduz o quadro de disponibilidade interna, mantém sua oferta doméstica mais enxuta e aumenta a propensão de reajustes no mercado interno”, avalia.
Fonte: Brasil 61