“A pesca é um dos pilares econômicos de Santa Catarina que tem na região de Itajaí o maior polo pesqueiro industrial do Brasil. Se um evento dessa magnitude está sendo projetado não teria como não ser em Itajaí, aqui temos não apenas as grandes indústrias e armadores, como também mão de obra especializada que envolve e fomenta vários setores da economia, além de uma robusta história de pesquisa acadêmica junto à Univali”, pontua o presidente do SINDIPI, Agnaldo Hilton dos Santos.
Altemir Gregolin, ex-ministro da pesca e presidente do IFC Brasil, salienta que a pesca e a maricultura são atividades importantes para o país. A pesca, diz ele, reúne 16 mil trabalhadores na indústria, mais de um milhão de pescadores, mais de 800 mil toneladas de produção e mais de 400 milhões de dólares por ano em exportações. “Dos R$ 25 bilhões de PIB (Produto Interno Bruto) da cadeia produtiva do pescado brasileiro, mais de 70% vem da indústria da pesca”, afirma citando dados da Abipesca.
A costa marítima brasileira proporciona pescarias importantes, como a pesca da lagosta no Nordeste e a pesca do camarão sete barbas ao longo da costa brasileira, da qual muitos pescadores artesanais sobrevivem. Gregolin cita ainda a pesca da sardinha, na região de Itajaí, grande polo pesqueiro e industrial do país. “Temos ainda a pesca da tainha, da anchova, ou seja, uma grande diversidade de peixes e crustáceos capturados e que movimentam a indústria. Isso garante renda para mais de um milhão de pescadores em todo o Brasil”. A grande variedade de espécies é o principal diferencial brasileiro. Em comparação a países como o Peru, o Brasil tem menos volume de captura, mas uma diversidade de espécies de alto valor.
Desafios do setor pesqueiro
Embora não haja perspectivas relevantes com relação ao aumento no volume de captura, a pesca no Brasil tem um papel fundamental. “A captura de aproximadamente um milhão de toneladas significa manter ativa uma indústria forte, exportações e renda para milhões de pescadores e trabalhadores na pesca”, afirma Gregolin. O desafio, acredita ele, é fazer uma gestão pesqueira eficiente. O país carece de pesquisa e monitoramento dos estoques pesqueiros, legislação, ordenamento adequado e estatística pesqueira regular a fim de saber exatamente a quantidade de captura, além da concessão adequada do número de licenças. “A gestão pesqueira nos dará perspectivas de crescimento e de uma produção de alto valor agregado”, considera.
Maricultura crescerá com investimentos
A maricultura brasileira tem um grande potencial que demanda investimentos. “A tendencia de maior aumento do consumo de pescados a nível mundial está ancorada na maricultura”, afirma Gregolin. “Temos produção de ostras, mariscos e mexilhões razoável, cujo polo maior é Santa Catarina, mas que necessita investimentos”. Gregolin informa ainda que há uma série de ensaios de investidores em aportar recursos para desenvolver a maricultura no Brasil. “Seja a produção de ostras e mariscos, na piscicultura marinha ou na produção de algas, que é a grande novidade”. A produção de algas Kappaphycus Alvarezzi, regulamentada nos últimos três anos, oferece grandes perspectivas. A alga é utilizada como matéria prima de biofertilizantes, produtos alimentícios, fármacos, entre outros. “É uma produção extremamente dinâmica e promissora, atraindo muitos produtores, possui uma cadeia estruturada, mercado e uma indústria compradora”, considera.
ExpoMAR projeta a pesca e a maricultura brasileiras para o mundo
A ExpoMAR será a vitrine da pesca e da maricultura no Brasil, projeta Gregolin. “Um evento internacional como este é extremamente relevante para toda a cadeia do pescado”, destaca. A feira e o congresso internacionais englobam negócios, trabalhos científicos e apresentam tecnologias, tendencias e debates com temáticas fundamentais para o setor. “Todos os países do mundo onde a pesca é importante tem eventos relevantes”.
A ExpoMAR tem o propósito de contribuir para o desenvolvimento e dar visibilidade positiva para a atividade. “Muitas das notícias na pesca são negativas. E, na verdade, são milhões de pessoas, de pescadores, empresas, empresários, que fazem girar a roda da economia, no setor de pescados, com muitos resultados positivos para o país e para a sociedade”. O evento, completa Gregolim, tem o propósito de elevar o setor para um novo patamar. “Atrair profissionais e empresas para investir no setor˜.
O setor pesqueiro, diz Gregolim, tem recebido com entusiasmo a realização da ExpoMAR. “Aliás, a ExpoMAR está sendo construída junto com o setor, com o Sindipi, com a Univali, com as entidades nacionais, Governo do Estado e Ministério da Pesca”. A programação do congresso foi desenvolvida com o setor produtivo. “Teremos um belíssimo evento, com debates importantes e com uma surpreendente feira de tecnologia e negócios.”
A ExpoMAR – pesca, maricultura e logística, é promovida pelo IFC Brasil - InternationalFish Congress &Fish Expo Brasil. Tem a correalização da Fundep (Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências), SINDIPI, (Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região) e Univali (Universidade do Vale do Itajaí). O Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) patrocina o evento. A ExpoMAR recebe o apoio de instituições como o Ministério da Pesca, Governo do Estado de Santa Catarina, Prefeitura de Itajaí, FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), Abipesca (Associação Brasileira da Indústria de Pesca), Conepe (Conselho Nacional de Estudos Pesqueiros), Fepesc (Federação dos Pescadores de Santa Catarina), Rumar (Instituto Rumo ao Mar), Instituto Federal de Santa Catarina e UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).