Nesta semana, a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil) voltará seus olhos para o setor de pescados durante a 4ª rodada do programa Exporta Mais Brasil, que tem como objetivo potencializar as exportações brasileiras por meio de uma aproximação ativa com os principais setores da economia do país. De 19 a 21 de setembro, no âmbito do V International Fish Congress (IFC), em Foz do Iguaçu, a Agência promoverá o encontro de seis compradores internacionais com 14 empresas do setor para a realização de rodadas de negócios. O objetivo é ampliar as exportações do setor de pescados brasileiro, que ainda tem pouca representatividade global, mas um enorme potencial em função dos recursos naturais abundantes e ampla biodiversidade aquática presentes em nosso país.
“Em um mundo que tem cobrado cada vez mais uma produção sustentável, que leva em conta as questões sociais, o setor de pescados brasileiro tem um potencial gigante. Temos as maiores concentrações de água doce do mundo, grande extensão marítima, além de termos políticas de proteção de espécies, uma enorme biodiversidade, ou seja, inúmeras vantagens competitivas que nos dão oportunidade de ampliar a produção e a variedade de espécies, além de alcançar novos mercados”, afirma o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana. “Com o programa Exporta Mais Brasil queremos mostrar o potencial de cada um dos setores da economia do nosso país. Já realizamos rodadas de negócios com o setor moveleiro, com o setor de rochas, de cafés Robustas Amazônicos e agora chegamos no de pescados, que será realizado no âmbito de um dos maiores eventos do setor na América Latina, o IFC, e no Paraná, o maior produtor de tilápias do Brasil”, reforça Viana.
“A realização da Rodada Internacional de Negócios durante o IFC Brasil é uma demonstração do compromisso da ApexBrasil na abertura de novos mercados para o pescado brasileiro, estratégico para o país, uma vez que estamos aumentando a produção, especialmente na aquicultura, e temos um potencial gigantesco a desbravar”, afirma o presidente do IFC, Altemir Gregolin. “A ApexBrasil, com sua expertise e capilaridade nos vários continentes, contribuirá em muito para bem posicionar o pescado brasileiro no mercado mundial. Nosso propósito é contribuir para o desenvolvimento e a transformação do Brasil em um dos maiores produtores mundiais de pescado. A parceria IFC e APEX tem caráter estratégico”, conclui Gregolin.
Programação
A abertura oficial da rodada será na terça-feira (19), às 19h, no Recanto Cataratas Thermas & Resort, integrando também a abertura do IFC. Na ocasião, estarão presentes o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, o gerente de Agronegócio da ApexBrasil, Laudemir Muller, representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), secretários e governadores dos principais estados produtores de pescados, além do presidente do IFC, Altemir Gregolin, que exerceu o cargo de ministro da Pesca e Aquicultura de 2006 a 2011, durante os dois governos anteriores do presidente Luís Inácio Lula da Silva.
No mesmo dia e local, às 10h, como parte da programação do IFC, será realizado ainda o painel “Evolução das exportações brasileiras de pescado e os desafios no mercado internacional”, que também terá a presença do gerente de Agronegócio da ApexBrasil, além do pesquisador em Economia Aquícola da Embrapa, Manoel Xavier.
Os dias 20 e 21 serão dedicados às rodadas de negócio, que ocorrerão durante o V International Fish Congress. As empresas participantes foram arregimentadas pela Peixe BR e pela Abipesca, entidades representativas do setor e parceiras da ApexBrasil. Também contou com o apoio dos escritórios regionais da Agência no Brasil e no exterior. São empresas de Rondônia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, ou seja, de todas as regiões do Brasil, que se reunirão com compradores da China, Estados Unidos, Uruguai e Emirados Árabes Unidos.
Expectativas
A Noronha Pescados é uma das empresas brasileiras que participará das rodadas de negócio. A empresa, que atua há 54 anos, iniciou com pequenos barcos de pesca em Recife (PE) e hoje atua com duas fábricas, uma de peixes congelados e outra, mais recente, de pescados empanados, sendo uma das primeiras plantas de pescados empanados na América Latina. Segundo o diretor Comercial da Noronha, Guilherme Blank, a expectativa com o Exporta Mais Brasil é conquistar novos mercados com os novos produtos. “Estamos muito confiantes e felizes com essa oportunidade de participar das rodadas e encontrar compradores interessados nos pescados brasileiros”, afirma. Ele explica que já chegou a exportar para China e Estados Unidos, mas que desde 2018 vem atuando somente no mercado interno. “Agora vemos que o momento está bem oportuno para retomar o trabalho de exportação, com foco maior na nossa nova linha de pesados empanados”, explica.
Guilherme reforça que o setor de pescados no Brasil vem crescendo e se desenvolvendo nos últimos anos, apesar de ainda sofrer com questões de custos, de regulamentação e com as barreiras da Europa. “Mesmo com dificuldades, estamos fazendo um excelente trabalho. E é fundamental esse apoio da ApexBrasil, que já existe dentro de algumas feiras de pescados mundo afora, se estender com esse programa Exporta Mais Brasil. Trazer o comprador ao Brasil e focar nas empresas nacionais é um passo fundamental para o desenvolvimento da cadeia de pescados no país”, conclui Blank.
Outra empresa que se fará presente no evento é a Frigopeixe, de Ariquemes (RO). Para o gerente Comercial Nacional da empresa, Adê Luiz de Almeida, um programa como o Exporta Mais Brasil se voltar para o setor de pescados é de grande importância. “Eventos como este trazem grandes oportunidades de mostrar nossos produtos, onde poderemos fazer explanações de forma direta aos compradores, apresentando a eles o diferencial de cada participante”, afirma. Ele conta que já fez negócio com os Estados Unidos, para os quais enviou costela de tambaqui e filé de tambaqui, e que também envia com frequência para o Peru. “Iniciei no ramo de pescados há sete anos, época em que era muito difícil realizar vendas de tambaqui. Trabalhei de forma intensa e hoje posso comemorar o grande crescimento das vendas no Brasil e a grande procura para exportação”, celebra Adê.
Pesca e aquicultura no mundo
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) – ONU), no comércio mundial de proteína animal, os pescados já são responsáveis por 49% de todo o business global, seguida pela bovina com 19%, suína com 18%, e frango com 11% dos valores no comércio mundial.
O setor de pescados pode ser colocado sob duas vertentes: a pesca extrativista, que envolve a captura de peixes e outros organismos aquáticos em ambientes naturais, e a aquicultura, que se refere à criação controlada desses organismos. Ambas as atividades desempenham papéis fundamentais na produção de alimentos e na economia global, possuindo ainda a premissa de garantir a preservação dos recursos marinhos e a segurança alimentar a longo prazo.
Ainda segundo a FAO, a produção global de pesca e aquicultura atingiu um recorde de 214 milhões de toneladas em 2020, compreendendo 178 milhões de toneladas de animais aquáticos e 36 milhões toneladas de algas, em grande parte devido ao crescimento de aquicultura, especialmente na Ásia. Das 178 milhões de toneladas produzidas em 2020, 51% (90 milhões de toneladas) foi de pesca de captura e 49% (88 milhões de toneladas) de aquicultura.
Exportações brasileiras
Com exportações de US$349,6 milhões, o Brasil alcançou, em 2022, uma fatia de 0,24% do total global exportado em produtos de pesca, e apresenta um enorme potencial de crescimento. As vendas externas se concentraram nos Estados Unidos, atingindo 57% do total, seguido pela China continental, que assume 23% do valor exportado pelo Brasil. A maior parte dos produtos vendidos foram de peixes congelados (42%), seguido de crustáceos e moluscos (25%), e peixes frescos ou refrigerados (19%).
Sobre o IFC
O IFC 2023, que será realizado entre os dias 19 e 21 de setembro, no Recanto Cataratas Thermas & Resort, em Foz do Iguaçu, tem como objetivo reunir todos os elos da cadeia produtiva do setor de pescados. O evento espera receber delegações de produtores de todo o Brasil e de países vizinhos como Paraguai, Argentina, Uruguai e Chile que tem na aquicultura uma importante fonte de renda e de proteína saudável e altamente disputada no mercado internacional. O evento contará com palestras, estandes, rodadas de negócio, networking e mostra de tecnologia. Mais informações no site: https://ifcbrasil.com.br
Sobre o Exporta Mais Brasil
Com o slogan “Rodando o país para as nossas empresas ganharem o mundo”, o programa Exporta Mais Brasil busca uma aproximação ativa com todas as regiões do país para potencializar suas exportações. Por meio do programa, empresas brasileiras terão a oportunidade de se reunir com compradores internacionais que virão ao país em busca de produtos e serviços ligados a setores específicos. Ao todo, serão 13 estados brasileiros visitados e 13 diferentes setores contemplados.
Confira mais informações em https://apexbrasil.com.br/exportamaisbrasil
IFC BRASIL INICIA NESTA TERÇA-FEIRA
Preferências por peixes favorecerá consumo global da proteína
A produção de peixes em larga escala é uma alternativa sustentável e economicamente viável. Pesquisa realizada pela Universidade de Stanford, na Califórnia, projeta um aumento adicional de 80% nas próximas três décadas. Para a CEO do IFC Brasil e Fish Expo, Eliana Panty, “o Brasil tem tudo para se posicionar como player global nesta proteína”. Essa será uma das temáticas abordadas durante o IFC Brasil 2023, que será realizado a partir desta terça até quinta-feira (19 a 21), em Foz do Iguaçu (PR).
Eliana destaca alguns fatores importantes que contribuirão para esse cenário favorável do setor, como a preferência do consumidor ou hábitos por consumir outros cortes e peixes. “As preferências desempenharão um papel importante, o desafio está em convencermos o consumidor a comer também pequenos peixes como sardinhas, postas, cortes e outras espécies de menor valor agregado, que têm baixo impacto ambiental, mas são altamente nutritivos. Não há como abastecer o mercado com custo acessível para a grande parte da população e à base de filés e peixes nobres”, reflete.
Há uma grande oportunidade para a regionalização da produção e maior distribuição de renda com a produção de peixes para serem consumidos inteiros e outros peixes locais. A projeção da pesquisa é que Brasil, Gana, Índia, México e Nigéria mais do que dobrem o consumo até 2050. A China, que continua sendo o maior consumidor atual, deve expandir seu apetite de pouco mais de 50 milhões de toneladas de peixe em 2015 para pouco menos de 100 milhões até 2050.
As projeções não assumem simplesmente um aumento linear a partir de 2015, mas levam em consideração mudanças nas espécies que as pessoas comem à medida que ficam mais ricas, como atuns, salmões, linguados e outros peixes considerados mais nobres.
BRASIL É O LUGAR CERTO NA HORA CERTA
“A aquicultura determinará o futuro dos alimentos aquáticos, isso porque a produção e o cultivo cresceram mais rápido do que a pesca de captura nos últimos dois anos e espera-se um aumento ainda maior na próxima década. O consumo está projetado para aumentar em 15% e alcançará 21,4 kg per capita em 2030, impulsionado, principalmente, pelo aumento da renda e urbanização e novas tendências alimentares, com atenção especial à melhoria da saúde e nutrição. Uma oportunidade ímpar para o Brasil, que tem água em abundância, grãos e áreas para crescer a produção em tanques escavados ou tanques rede em áreas alagadas de usinas hidrelétricas”.
Especialistas projetam que a produção total de animais aquáticos está estimada para atingir 202 milhões de toneladas em 2030, principalmente devido ao crescimento contínuo da aquicultura, que deve atingir 100 milhões de toneladas pela primeira vez em 2027 e 106 milhões de toneladas em 2030.
“Hoje, mais de 60 milhões de pessoas ao redor do mundo trabalham no setor de aquicultura. Estima-se que a vida e os meios de subsistência de cerca de 600 milhões de pessoas dependam de alguma forma da pesca e da aquicultura. Essa é uma cadeia robusta, capilarizada e de grande impacto social e econômico que merece visibilidade, políticas públicas e atenção por parte de empreendedores e governos, como a grande oportunidade do século”, afirma Eliana.
SOBRE O IFC BRASIL
O presidente do IFC, médico veterinário e ex-ministro da Pesca Altemir Gregolin enaltece a relevância dos temas e a representatividade dos convidados que contribuirão na programação do evento. “Temas como tendências de mercado, tendências tecnológicas, sustentabilidade, organização da cadeia, sistemas de produção e rentabilidade da atividade e tudo o que há de mais novo no mercado nas áreas de tecnologias, nutrição, genética, sanidade e biossegurança serão tratados na programação”, reforça.
Correalizado pela Fundep e Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), O IFC Brasil 2023 tem o patrocínio do Sebrae; Itaipu Binacional; Ministério da Pesca e Aquicultura; Copel (Companhia Paranaense de Energia; Fomento Paraná; BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul) e OCEPAR (Organização da Cooperativas do Paraná). O evento é realizado com o apoio da APEX, MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços); ABIPESCA (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), PEIXE BR (Associação Brasileira da Piscicultura); ABCC (Associação Brasileira dos Criadores de Camarão); CAMARÃO BR (Associação Nacional da Cadeia Produtiva do Camarão); Unila (Universidade Federal da Integração) e UFPR (Universidade Federal do Paraná.
Inscrições no site www.ifcbrasil.com.br