Dados das unidades de visibilidade e gestão de risco da nstech, maior empresa de software para supply chain da América Latina, indicam que em 16% do tempo de uma viagem, motoristas de caminhão cometem pelo menos um desvio crítico na condução. O estudo ainda aponta que 45% dos desvios cometidos por caminhoneiros são de mão fora do volante e que 44% dos casos são para manusear bebidas ou alimentos.
Desvios de conduta no volante podem acarretar em um número ainda maior de acidentes fatais: de acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2022, o Brasil é o país de terceiro maior número de mortes no trânsito. Por isso, a campanha de Maio Amarelo - movimento internacional de conscientização para redução de acidentes de trânsito - se faz fundamental.
Neste sentido, a tecnologia é aliada para o movimento e pode salvar vidas. A Onisys, solução da nstech de prevenção de acidentes para embarcadores, transportadores e operadores logísticos, é um dos destaques. O software conta com soluções de gestão de segurança no transporte, monitorando riscos de acidentes rodoviários por meio de inteligência artificial, machine learning, videomonitoramento interno de cabines e análise de dados.
A partir da coleta de dados, a plataforma traça um perfil de direção assertivo de motoristas profissionais, permitindo que ações preventivas sejam tomadas. O software pode ser integrado com todos os dispositivos de gestão de prevenção de acidentes, desde hardwares como câmeras e sensores de telemetria e fadiga. “Com a integração de todo o processo, a ferramenta permite aumentar a segurança e o potencial de prevenção de acidentes em único lugar, impactando, também, em um maior desenvolvimento e engajamento dos profissionais”, sinaliza Leonardo Campos, CEO da Onisys by nstech.
Campanha Estradas do Futuro educa quanto à importância da prevenção
Além de desenvolver soluções voltadas para a prevenção de acidentes, a nstech também é patrocinadora do programa Estradas do Futuro, juntamente a Quartzolit e Onisys. Com realização da MundoLogística, a campanha também tem apoio da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) e da ABRALOG.
O programa tem como objetivo capacitar motoristas e impactar profissionais da área de logística com conteúdos educativos. Com o propósito de zerar o número de acidentes nas estradas, serão realizadas campanhas de conscientização, e-book, lives e artigos que vão dar visibilidade à urgência da discussão. A nstech também distribuirá kits de divulgação da campanha a parceiros para ampliar a conscientização.
O Estradas do Futuro visa reconhecer a importância do papel do motorista no transporte rodoviário de cargas no Brasil, capacitando-o com cursos online e conteúdos atualizados, além de oferecer dados sobre acidentes e mortes e identificar regiões mais críticas de modo a incentivar que novas ações de prevenção possam ser idealizadas. Para isso, o engajamento empresarial é de grande importância.
Sobre a nstech:
A nstech, maior empresa de software para supply chain da América Latina, reúne mais de 100 soluções que hoje já atende cerca de 60.000 empresas do setor. Centrada na resolução das dores de negócios atuais e futuras de todos os elos da cadeia, oferece tecnologias completas e modulares para que os clientes possam evoluir seus negócios, fazer entregas eficientes e impactar a sociedade ao reduzir a emissão de CO2, acidentes e roubos. Em seu banco de dados o ecossistema reúne 2,3 milhões de motoristas, o maior do Brasil. Além do Brasil, a nstech está presente em Angola, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, EUA, México, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) alerta para os impactos negativos da proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) da Pessoa Física para quem ganha até R$ 5.000 por mês. A confederação estima que, em 2026, os municípios podem enfrentar uma perda significativa de arrecadação, que pode ultrapassar os R$ 11,8 bilhões, mesmo com a expectativa de que o governo federal arrecade R$ 34 bilhões com a taxação de dividendos e rendas superiores a R$ 600 mil por ano.
De acordo com a CNM, a perda direta de arrecadação será de R$ 4,9 bilhões, com a redução do IR retido na fonte dos servidores públicos municipais. Além disso, há a estimativa de uma perda de R$ 6,9 bilhões no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que destina recursos aos entes municipais de acordo com a arrecadação federal. Se as novas regras forem aprovadas, a confederação destaca que a redução no montante do FPM representará um impacto considerável nos cofres municipais.
Apesar dessa perda projetada, a CNM reconhece que, se o governo federal atingir a meta de arrecadação com a taxação de rendas mais altas, as cidades poderiam ser compensadas com R$ 8,7 bilhões. No entanto, essa compensação depende de um aumento efetivo na arrecadação federal, que resultaria em repasses mais elevados do FPM para os municípios. Atualmente, 24,5% do Imposto de Renda é destinado aos municípios por meio desse fundo, mas a mudança nas regras de isenção afetaria diretamente essa distribuição.
O Ministério da Fazenda informou que não haverá compensação para estados e municípios pela perda de receita com a isenção do IRPF. A pasta argumenta que, apesar da queda na arrecadação do imposto retido na fonte, os entes federativos se beneficiarão do aumento da massa salarial e do consumo.
A equipe econômica defende que o aumento da isenção colocará mais recursos nas mãos dos brasileiros, impulsionando o consumo e, consequentemente, a arrecadação de impostos como o ICMS e o ISS. Além disso, a expectativa é de que o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) também contribua para o aumento da arrecadação no futuro.
Eis a íntegra da comunicado da CNM:
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) reitera a preocupação com os impactos decorrentes da medida de ampliação da isenção do Imposto de Renda. O texto apresentado nesta terça-feira, 18 de março, e as declarações de integrantes do Ministério da Fazenda sobre a forma de compensação a Estados e Municípios reforçam que o cenário é incerto, apresenta fortes distorções e fere o pacto federativo. Não se questiona o mérito da medida, mas sim a forma como o governo a executa. Infelizmente, a União tem uma longa tradição de fazer bondade com chapéu alheio.
No que se refere às declarações de que os Municípios se beneficiarão do aumento da massa salarial recebida pelos trabalhadores e do consumo, trata-se de um futuro cujas estimativas ainda são prematuras. Imagine se a mesma justificativa fosse utilizada como fonte de compensação da União. Até é possível que haja esse efeito de ampliação da receita de impostos sobre o consumo, mas esse raciocínio também serve para União, e o governo federal, pelas estimativas da CNM, terá um ganho de arrecadação mesmo sem esse efeito indireto. Então, é justo que parte do ganho da União com a reforma seja revertido para compensação de Estados e Municípios.
Destaca-se que, embora o Imposto de Renda seja federal, 48% da sua arrecadação pertencem constitucionalmente a Estados e Municípios, além da parcela retida dos servidores, que são integralmente dos entes subnacionais e cuja compensação está completamente descoberta pelo projeto. Dos 7,5 milhões de servidores municipais, 3,4 milhões já estão isentos pelas regras atuais e mais 2 milhões passarão a estar isentos depois de implementada a proposta do governo federal. Essa medida deverá causar uma perda de arrecadação própria dos Municípios de quase R$ 5 bilhões apenas em 2026.
Entre receita própria e FPM, a perda estimada é de R$ 11,8 bilhões somente para os Municípios. Mesmo nas estimativas mais otimistas da compensação financeira anunciada pelo governo, os Municípios enfrentarão perdas em sua arrecadação própria que necessitarão de compensação. É importante lembrar ainda que os Municípios já enfrentam um quadro fiscal difícil. O ano de 2024 fechou com o maior déficit primário da história municipal.
A Confederação vai atuar fortemente junto ao Congresso Nacional a fim de estabelecer no texto da lei um mecanismo para garantir que seja posteriormente mensurado o resultado das mudanças sobre a partilha federativa e compensada qualquer perda sofrida pelos entes subnacionais.
Paulo Ziulkoski
Presidente da CNM
A Zig Empreendimentos completa dois anos de atuação no mercado da construção civil de alto padrão na cidade de Porto Belo, no litoral Norte de Santa Catarina, com três importantes empreendimentos em fase de obras e pré-lançamento. O empreendimento da vez é o Vortex Tower, com exclusivos 17 apartamentos de altíssimo luxo.
O CEO da Zig Empreendimentos, Jaison de Campos, destaca o alto padrão construtivo do projeto, presente tanto nos apartamentos quanto nas áreas comuns, como piscinas, salão de festas, área gourmet e espaços infantis. Ele explica que o elevador tem acesso direto ao living dos apartamentos, proporcionando ainda mais exclusividade e sofisticação. O Valor Geral de Vendas (VGV) do Vortex Tower é de R$ 50 milhões.
“Quando lançamos o projeto, em outubro do ano passado, apostamos em um conceito inovador, algo que ainda não existia no mercado. A excelente receptividade comprova o sucesso da proposta, refletido no desempenho das vendas”, afirma. Com previsão de conclusão para dezembro de 2026, o empreendimento já conta com 75% das unidades comercializadas.
Com uma proposta completamente distinta do Vortex, o Vogue Exclusive se destaca como um empreendimento sofisticado, composto por 144 unidades habitacionais. São apartamentos padrão de dois dormitórios e uma suíte, além de flats duplex, distribuídos em 31 pavimentos e ocupando uma área construída de 16 mil metros quadrados. Com um VGV de R$ 90 milhões, a obra tem início previsto para agosto deste ano, com entrega programada para dezembro de 2028. Atualmente, o terreno já passa pela fase de preparação para as escavações.
Outro pré-lançamento icônico da incorporadora é o Wine Tower, um projeto de alto padrão localizado a apenas 50 metros do mar de Balneário Perequê. O empreendimento conta com 41 apartamentos de três a cinco suítes, distribuídos em 29 pavimentos, totalizando 12 mil metros quadrados de área construída.
Com um VGV de R$ 120 milhões, o Wine Tower se diferencia por sua adega subterrânea de 570 metros quadrados, um espaço exclusivo para os apreciadores da enocultura. Além disso, oferece uma infraestrutura completa de alto padrão, com três a quatro vagas de garagem por unidade, automação residencial e soluções ecológicas para as áreas privativas e comuns.
De empreiteira ao protagonismo no mercado de alto padrão
A trajetória da Zig Empreendimentos teve início há cerca de 15 anos, quando Jaison de Campos fundou sua primeira empreiteira para atender grandes construtoras da região. “Chegamos a um ponto em que estávamos com quase 400 funcionários e um grande volume de obras. Foi o momento de reavaliar nosso caminho e priorizar a qualidade, focando no exigente mercado de alto padrão, que cresce cada vez mais na nossa região”, destaca Jaison.
No entanto, sua experiência na construção civil começou muito antes disso. Desde 1997, ele passou por todas as etapas do setor, até assumir o posto de CEO da Zig Empreendimentos. Hoje, a incorporadora integra um grupo de empresas administradas por Jaison, que inclui também uma administradora de imóveis e uma empreiteira, responsável por atender cinco grandes construtoras do mercado de alto padrão.
Texto: Joca Baggio - (47) 9 9959 3979
Imagens: Divulgação/Zig Empreendimentos
JOSÉ ZEFERINO PEDROZO
Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc)
e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)
Há uma preocupação rondando o universo rural catarinense. A estrutura fundiária de Santa Catarina é constituída, preponderantemente, por pequenas propriedades que obtêm sua viabilidade econômica porque atingem excelentes níveis de produtividade em várias culturas. Esse perfil – pequenos estabelecimentos dedicados à policultura – parece ser a chave do sucesso do minifúndio.
É evidente que garantir a sucessão dessas unidades rurais é uma necessidade para perenizar a estrutura de produção que notabilizou Santa Catarina no Brasil e no mundo, razão pela qual esse assunto merece ser tratado com mais profundidade. Várias lideranças do agro, quando abordam essa questão, emitem análises e informações superficiais e destoantes. Alguns avaliam que apenas 5% dos estabelecimentos rurais estão com o processo sucessório (de pais para filhos) assegurado. Outros afirmam que o cenário é menos dramático. Enfim, há uma bruma de desinformação sobre essa questão, geralmente tratada no âmbito das opiniões e das idiossincrasias. A verdade é que se torna imprescindível que as 375 mil propriedades rurais inscritas no Cadastro Ambiental Rural (CAR) tenham uma sucessão exitosa.
Nesse oceano de preocupações surge uma luz de esperança. Os maciços investimentos na qualificação e requalificação dos produtores rurais que o Sistema S (Senar, Sebrae, Sescoop etc.), as cooperativas, as agroindústrias e as próprias universidades estão fazendo mudaram o perfil do campo, atraindo e retendo profissionais de variada formação. Exemplo altissonante é a ATeG (assistência técnica e gerencial), iniciativa de alto nível criada na esfera do Sistema CNA/Faesc/Senar que vem promovendo uma revolução de práticas e conceitos, tornando mais produtivas e rentáveis as empresas rurais, portanto, aumentando a riqueza no campo.
A sucessão nas empresas rurais – como devem, realmente, serem chamadas essas unidades de negócios – merece ser objeto de uma pesquisa científica para avaliação e compreensão desse fenômeno tão sensível para o futuro da economia barriga-verde.
Paralelamente a sucessão, outra preocupação é o esvaziamento do campo. O último Censo Demográfico (2022) revelou que a população rural de Santa Catarina está reduzida a 886,1 mil habitantes, ou seja, apenas 11,6% da população total do estado. A migração do campo para a cidade é um fenômeno que ocorre em todo o Planeta, mas vem se acelerando em território catarinense. Há 30 anos atrás a população rural representava 25%.
Análise demográfica das regiões catarinenses revela que somente os micropolos tiveram aumento populacional, enquanto a totalidade dos pequenos municípios registrou redução. E a marcha para a faixa litorânea prossegue. A litoralização da ocupação territorial catarinense já foi estudada. Essa concentração no litoral é um processo deletério, porque esvazia extensas regiões do hinterland causando problemas de escassez de recursos humanos para as empresas do campo e da cidade. De outro lado, o inchaço das cidades localizadas na orla marítima se traduz em problemas de toda ordem.
Países evoluídos resolveram essa situação com a chamada agricultura de tempo parcial, com as pessoas trabalhando no campo e morando nas cidades. Outro caminho promissor é o voto distrital misto, um sistema que garante a representação igualitária de todas as microrregiões do território. Duas metodologias a estudar – e aplicar.
Por Daniela Marques
Não é de hoje que as empresas que atuam no Brasil e dependem do comércio exterior para as suas operações enfrentam inúmeros desafios, que colocam em xeque a continuidade de suas atividades. Recentemente, foi enfrentada a grande crise dos preços de frete, que hoje ficou um pouco desvanecida diante da crise de infraestrutura enfrentada pelo sistema portuário brasileiro, agravada no ano de 2024, que tem gerado prejuízos significativos às empresas.
Com 8.500 quilômetros de costa e uma posição geográfica privilegiada, o Brasil deveria desfrutar de vantagens competitivas no transporte marítimo internacional. No entanto, a realidade revela um cenário preocupante de saturação e ineficiência nos principais terminais de contêineres do país, o que, além de comprometer a competitividade nacional, cria problemas adicionais como a controversa cobrança de detention e demurrage, em circunstâncias em que o próprio congestionamento portuário impede o cumprimento dos prazos acordados para as operações e utilização de contêineres.
O esgotamento da capacidade operacional dos portos brasileiros se manifesta em múltiplos indicadores que afetam diretamente o desempenho logístico do país. Os principais terminais de contêineres, localizados em Santos, Paranaguá, Rio de Janeiro e Itajaí, operam rotineiramente com taxas de ocupação média de 80%, quando o ideal para operações eficientes, segundo estudos internacionais, seria de no máximo 65%. Esta sobrecarga sistemática resulta em tempos de espera elevados para atracação de navios, particularmente em períodos mais críticos, como os de escoamento de safra agrícola, quando os congestionamentos atingem níveis alarmantes. Segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), estes atrasos representam custos adicionais estimados em US$ 300 milhões anuais para a economia brasileira.
O impacto econômico deste cenário para as empresas brasileiras é multidimensional e profundo. Estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) indicam que os custos logísticos no Brasil representam aproximadamente 12% do PIB, contra 8% em países com infraestrutura mais desenvolvida, sendo grande parte desta diferença diretamente relacionada às ineficiências portuárias, o que gera uma significativa perda de competitividade internacional.
Além disso, a incerteza quanto aos prazos de recebimento de insumos obriga as empresas a manterem níveis de estoque mais elevados, aumentando custos financeiros e reduzindo eficiência operacional.
Particularmente grave é o impacto para setores que operam com modelos de produção just-in-time, como o automotivo e o eletroeletrônico. Para estas indústrias, atrasos na chegada de componentes importados podem resultar em paralisação completa de linhas de produção, gerando prejuízos que facilmente atingem milhões de reais por dia de interrupção. Empresas de diversos segmentos relatam que a imprevisibilidade logística dos portos brasileiros constitui um dos principais fatores limitantes para seu crescimento e internacionalização.
Além do atraso para a atracação dos navios, diversos outros problemas são gerados pela crise de infraestrutura portuária, como omissões de embarque, omissões de escala, transferências de embarque para navios diferentes dos inicialmente acordados, em data também diferente, e, ainda, estrangulamento dos terminais que impede, inclusive, a movimentação interna dos contêineres.
Neste contexto de ineficiência sistêmica, destaca-se uma questão particularmente controversa: a cobrança de detention e de demurrage, que são taxas cobrada pelos armadores quando não há o cumprimento do prazo previamente acordado de utilização dos contêineres, estipulado após a descarga ou antes do embarque, representa um ônus adicional significativo para empresas que já sofrem com os efeitos do congestionamento portuário.
O paradoxo central reside no fato de que, frequentemente, o atraso na devolução dos contêineres não é causado pelo importador ou exportador, mas sim pelo próprio congestionamento do sistema portuário brasileiro. Terminais superlotados frequentemente não disponibilizam janelas de agendamento para devolução de contêineres vazios dentro do período de free time. Além disso, armadores e terminais comumente impõem restrições ao recebimento de determinados tipos de contêineres em períodos específicos devido à superlotação de pátios. Não é incomum que empresas tentem devolver contêineres dentro do prazo contratual, apenas para descobrir que não há disponibilidade de agendamento ou que o terminal está recusando recebimentos temporariamente.
Além disso, por falta de janela de embarque, causada pelo estrangulamento dos portos, que, consequentemente, gera atrasos nas viagens programadas, são realizadas diversas cobranças indevidas de detention, o que aumenta o custo operacional das empresas que operam no comércio exterior.
Diante deste cenário desafiador, empresas brasileiras têm buscado desenvolver estratégias para mitigar os impactos negativos do esgotamento portuário. Uma prática cada vez mais comum é a documentação sistemática de todos os trâmites, como atrasos, mudanças de embarques, tentativas de agendamento e eventuais recusas de recebimento de contêineres, criando evidências para contestação posterior de cobranças indevidas. Empresas mais experientes têm também buscado incluir nos contratos de transporte cláusulas específicas que prevejam exceções ao pagamento de taxas em casos de congestionamento comprovado, embora o poder de negociação frente aos grandes armadores internacionais seja frequentemente limitado.
Do ponto de vista do setor público, a resolução estrutural do problema exigiria medidas em múltiplas frentes, como por meio da atuação da ANTAQ, de modo a oferecer maior segurança jurídica para importadores e exportadores. Além disso, investimentos substanciais em infraestrutura portuária são essenciais para reduzir os congestionamentos crônicos.
O esgotamento dos portos de contêineres no Brasil representa, portanto, um desafio multidimensional para a economia nacional, cujos efeitos se estendem muito além dos custos diretos mensuráveis, o que compromete a competitividade do país no cenário internacional.
Daniela Marques é graduada em Direito pela UFPE, pós-graduada em Direito Tributário pela Escola de Direito de São Paulo da FGV e em Direito Tributário Internacional pelo IBDT
Além do aumento significativo na produção, a área plantada cresceu também mais de 60% desde 2012 – Fotos: Rafael Althoff / Epagri
A soja vem ganhando cada vez mais espaço no agronegócio catarinense, principalmente em áreas que antes eram usadas para o plantio de milho. De acordo com dados do Observatório Agro Catarinense, ao longo dos últimos 12 anos, Santa Catarina aumentou em 275,8% a produção do grão e 60,5% a área plantada. Para a primeira safra 2024/2025 da cultura no estado, segundo o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) estima, o grão teve um aumento de 2,62% na área plantada, 9,79% na produtividade média e um aumento de 12,67% na quantidade produzida.
Conforme o engenheiro-agrônomo João Alves, analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, esta elevação se deve pela valorização do grão no mercado internacional. “A maior estabilidade de preços frente a outras commodities é um aspecto que tem motivado os produtores a ampliarem suas áreas de plantio”, explica Alves.
Giro da Safra de Soja
Esta semana, de 17 a 20 de março, a Epagri/Cepa e o Sicoob Central SC/RS estão promovendo o Giro da Safra de soja 2024/2025, com o objetivo de avaliar a produtividade da cultura no Planalto Norte de Santa Catarina.
Por meio do Giro da Safra, a Epagri/Cepa aprimora seu sistema de monitoramento com dados mais assertivos. Para isso, são levantadas informações a campo em uma amostra probabilística composta de 50 lavouras distribuídas nos municípios de Mafra (12), Canoinhas (8), Itaiópolis (9), Irienópolis (4), Papanduva (5), Major Vieira (3), Rio Negrinho (5) e Porto União (3). Na quinta, 20, acontecerá, em Mafra, o encerramento do evento com a apresentação dos resultados parciais das análises realizadas no decorrer do Giro.
Produção no Planalto Norte
A região do Planalto Norte de Santa Catarina é a maior produtora de soja no estado: no ano passado colheu cerca de 586 mil toneladas em 171 mil hectares de área plantada, conforme dados do Observatório Agro Catarinense. A Epagri/Cepa aponta que, nesta primeira safra de soja 2024/2025, a estimativa de área plantada em Mafra é superior a 34 mil hectares e a produção de 122.717 toneladas, seguida de Canoinhas com 28.500 hectares plantados e produção de quase 107 mil toneladas do grão. As informações atualizadas das demais cidades e regiões de Santa Catarina podem ser acessadas no site do InfoAgro.
Por Cristiele Deckert, jornalista bolsista Epagri/Fapesc
Na ação, Santa Catarina aponta relevância econômica e cultural da atividade para os catarinenses, destaca a inexistência de cota nos demais Estados e aponta prática de discriminação arbitrária contra pescadores – Foto: Mauricio Vieira/ Arquivo / Secom
A Procuradoria-Geral do Estado protocolou nesta quarta-feira, 19, uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) em que pede a suspensão dos limites estabelecidos pelos ministérios da Pesca e Aquicultura (MPA) e do Meio Ambiente (MMA) para a pesca da tainha na modalidade arrasto de praia em Santa Catarina. O objetivo é evitar impacto financeiro sobre os pescadores artesanais catarinenses, já que, caso a restrição imposta pela Portaria Interministerial MPA/MMA número 26, de fevereiro deste ano, permaneça vigente, eles não poderão capturar mais do que 1.100 toneladas do peixe durante a temporada.
Na ação, os procuradores que atuam no caso alegam, além da inexistência de cotas para outros Estados, os fatores culturais e econômicos que a atividade representa para Santa Catarina, além da ausência de impacto ambiental. A pesca de arrasto de praia é uma atividade tradicional, um meio de subsistência para milhares de pescadores e um símbolo da tradição local. A prática foi reconhecida como patrimônio cultural do Estado pela Lei 17.565/2018 e, conforme destacado pela PGE/SC, nunca houve a fixação de cota de tainha para a modalidade.
“A medida restritiva vale apenas para o território do Estado de Santa Catarina, sem qualquer justificativa plausível para isso, não existindo limitação ou cota para a modalidade de arrasto de praia se realizada no litoral dos demais Estados, o que se mostra total e flagrantemente discriminatório e desproporcional”.
Santa Catarina também alega que “o inciso III do artigo 4º da Portaria MPA/MMA nº 26 impõe uma restrição desproporcional e sem fundamentação técnica adequada, ferindo a lógica do pacto federativo e a autonomia estadual, e violando o princípio que garante o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, bem como o direito fundamental à manifestação cultural, merecendo ser extirpada do ordenamento jurídico”.
O secretário da Aquicultura e Pesca de Santa Catarina, Tiago Bolan Frigo, disse que a pasta está atuando firmemente na defesa dos interesses dos pescadores artesanais de SC. “Houve diversas reuniões com os ministérios da Pesca e do Ministério do Meio Ambiente, mas eles foram intransigentes, arbitrários e discriminatórios com os pescadores de SC”.
A ação protocolada nesta quarta-feira é uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). Segundo o procurador-geral do Estado, Márcio Vicari, com ela pretende-se defender uma atividade que tem relevância econômica e cultural para Santa Catarina. “Além das questões econômicas envolvidas, a pesca da tainha faz parte da cultura do catarinense e é para proteger esses dois aspectos que a PGE/SC, cumprindo a determinação do Governador Jorginho Mello, ingressou com a ação judicial. Estamos impugnando a portaria por ela estabelecer uma cota de pesca de arrasto apenas para Santa Catarina. O nosso pedido é para que essa discriminação arbitrária seja imediatamente cessada”, afirmou.
Atuaram no caso os procuradores do Estado João Carlos Castanheira Pedroza e o procurador-geral do Estado, Márcio Vicari.
Após meses de negociações marcadas por idas e vindas, o Google anunciou ontem a aquisição da Wiz, startup israelense de cibersegurança em nuvem, por US$ 32 bilhões. A transação representa a maior compra já realizada pela Alphabet, empresa controladora do Google.
No ano passado, a gigante da tecnologia havia oferecido US$ 23 bilhões pela Wiz, mas a proposta foi recusada. A startup chegou a considerar uma abertura de capital (IPO), mas desistiu da ideia. Agora, o acordo fechado envolve um pagamento integral em dinheiro, sem troca de ações ou participações. No entanto, a transação ainda depende da aprovação de órgãos reguladores.
Segurança na nuvem e IA como foco estratégico
De acordo com a Alphabet, a aquisição faz parte de um investimento estratégico para acelerar duas grandes tendências impulsionadas pela inteligência artificial: o aprimoramento da segurança na nuvem e a expansão do uso de múltiplas nuvens.
“O avanço da inteligência artificial e a crescente adoção da computação em nuvem transformaram drasticamente o cenário da segurança digital. A cibersegurança se tornou essencial para mitigar riscos emergentes e proteger a segurança nacional”, afirmou a empresa em comunicado.
A compra também reforça a posição do Google na disputa com Amazon e Microsoft, que vêm ampliando seus investimentos em cibersegurança para o mercado de nuvem. Embora tenha registrado crescimento nos últimos anos, a divisão de nuvem da Alphabet ainda está atrás da AWS (Amazon Web Services) e do Azure (Microsoft) em participação de mercado.
"Um foguete nas costas" da Wiz
O CEO da Wiz, Assaf Rappaport, celebrou o acordo e afirmou que a parceria com o Google será um grande impulso para a startup, que tem apenas cinco anos de existência.
“É como prender um foguete às nossas costas. Isso acelerará nosso ritmo de inovação além do que poderíamos alcançar como empresa independente”, disse Rappaport.
Já Thomas Kurian, CEO do Google Cloud, destacou que a Wiz continuará operando de forma independente e sendo compatível com outras plataformas, como AWS, Azure e Oracle Cloud.
“Nosso objetivo é oferecer aos clientes maior segurança para seus sistemas empresariais e reduzir os custos de manutenção da segurança em ambientes locais e multicloud”, afirmou Kurian.
Aprovação regulatória e desafios à frente
A aquisição ainda passará pelo crivo dos órgãos reguladores, especialmente nos Estados Unidos, onde o governo de Joe Biden tem intensificado a fiscalização sobre as big techs. A análise deve ser minuciosa, considerando que a Wiz mantém parcerias estratégicas com grandes empresas de computação em nuvem.
A expectativa é que a decisão final sobre a transação só saia em 2026.
Por: André Queiróz
A produção industrial do Brasil manteve-se estável em janeiro de 2025 em relação a dezembro, marcando o quarto mês consecutivo sem crescimento. Os dados, divulgados nesta terça-feira (18) pelo IBGE na Pesquisa Industrial Mensal, mostram um cenário misto de desempenho, com variações significativas entre as regiões do país.
Apesar da estagnação nacional, o desempenho foi positivo em 8 dos 15 locais analisados. O Ceará se destacou com uma alta expressiva de 7,9%, seguido por São Paulo (2,4%), Rio de Janeiro (2,3%) e Bahia (2%). Santa Catarina (1,1%), Minas Gerais (0,8%), Paraná (0,7%) e Goiás (0,4%) também apresentaram resultados favoráveis.
Por outro lado, Pernambuco liderou as quedas, com uma retração acentuada de 22,3%, a maior do mês. Outras regiões e estados com desempenho negativo incluem a região Nordeste (-4%), Pará (-3,9%), Mato Grosso (-2,8%), Espírito Santo (-2,6%), Amazonas (-0,6%) e Rio Grande do Sul (-0,3%). Esse cenário reflete uma disparidade regional na atividade industrial, com perdas expressivas em algumas áreas contrastando com avanços em outras.
No acumulado dos últimos 12 meses, 16 dos 18 locais pesquisados registraram taxas positivas em janeiro de 2025, embora a maioria tenha perdido dinamismo em comparação com dezembro de 2024. O Rio Grande do Norte, por exemplo, viu seu índice cair de 7,4% para 3,4%, enquanto Pernambuco recuou de 4,6% para 3,2%. Por outro lado, Santa Catarina (de 7,6% para 7,7%) e Rio Grande do Sul (de 0,6% para 1,6%) registraram ganhos no período.
A média móvel trimestral apresentou uma variação negativa de 0,3%, com 10 dos 15 locais em queda. Pernambuco (-5,8%), Mato Grosso (-2,8%) e Espírito Santo (-2,4%) lideraram as perdas, enquanto Amazonas (2,2%), Bahia (1,4%) e Rio de Janeiro (0,9%) se destacaram entre os poucos que avançaram.
Na comparação com janeiro de 2024, a indústria nacional cresceu 1,4%, com resultados positivos em 9 dos 18 locais analisados. Santa Catarina (8,6%) e Rio Grande do Sul (8,1%) foram os grandes destaques, impulsionando o desempenho anual.
O IBGE também ressaltou que janeiro de 2025 teve o mesmo número de dias úteis (22) que o mesmo mês do ano anterior, o que torna a comparação mais equilibrada.
Segmento de transportes registra alta de 8,2%, enquanto turismo cresceu 7% em janeiro – Foto: Roberto Zacarias/Secom
Santa Catarina registrou em janeiro o maior crescimento do país no setor de serviços, com alta de 3,4% em relação a dezembro. O percentual lidera o ranking dos estados brasileiros e ficou bem acima da média nacional, de retração de -0,2%. O ranking nacional liderado por Santa Catarina tem na segunda posição o Mato Grosso do Sul (2,3%) e em terceiro o Ceará (1,7%). Apenas 10 unidades da federação tiveram resultado positivo.
Os dados, apurados pelo IBGE, mostram que a expansão do setor de serviços em Santa Catarina foi puxada principalmente pelos segmentos de transportes, turismo e serviços de informação e comunicação. O consumo das famílias também registrou elevação. O bom momento do setor é resultado, entre outros fatores, do aumento da renda em Santa Catarina, que somou expansão de 14,6% em 2024, elevando o consumo de produtos e serviços.
“A economia de Santa Catarina está crescendo acima da média nacional, com aumento da produção e consequente geração de emprego e renda. Assim, o cidadão catarinense e as empresas estão demandando mais. É o caso, por exemplo, do segmento de transportes. Com a produção em alta em diversos setores da economia e necessidade de escoamento, a tendência é aquecer todo o mercado de logística, transporte e fretes. É um ciclo virtuoso”, afirma o secretário de Estado de Indústria, Comércio e Serviço, Silvio Dreveck.
Transportes de SC têm a segunda maior alta do país em janeiro
O segmento de transportes registrou forte elevação de 8,2% em janeiro na comparação com o mesmo período do ano anterior, conforme os dados do IBGE. O percentual é o segundo maior do país, atrás apenas do Rio de Janeiro, com 17,5%. Santa Catarina ficou à frente de estados como Minas Gerais (2,1%), Paraná (-1,3%), São Paulo (-1,7%) e acima da média brasileira de redução de -0,6%.
“Na questão dos transportes, destacam-se os transportes de passageiros, considerando a grande temporada de verão que ocorre em Santa Catarina e a chegada de milhares de turistas nacionais e estrangeiros. Mas também os transportes de cargas, já que a produção está muito aquecida, inclusive com números positivos puxados pelo aumento das exportações”, acrescenta Dreveck.
Destaque para o setor de turismo a nível nacional
A pesquisa do IBGE sobre o setor de serviços também retrata o aquecimento do turismo em Santa Catarina. Conforme os dados, o volume de atividade econômica ligada ao turismo cresceu 7% em janeiro na comparação com o mesmo período do ano passado. O percentual representa o dobro da média nacional, que ficou em 3,5% no mesmo período.
Já na comparação entre janeiro de 2025 e dezembro de 2024, com ajuste sazonal, o segmento de turismo de Santa Catarina teve o melhor desempenho do país. A elevação no estado ficou em 1,7%, contra média nacional de retração de -6,4%. Os dados reforçam a boa temporada de verão que trouxe milhões de turistas para Santa Catarina.
A INTEC Brasil, plataforma especializada em dados de obras em andamento pelo país, apontou que nove construtoras catarinenses estão entre as 100 maiores do país, segundo o Ranking das Maiores Construtoras do Brasil.
O indicador levou em conta a metragem construída e a capacidade de entrega das construtoras em 2024. Participam do Ranking INTEC empresas especializadas em empreendimentos residenciais, comerciais de todas as quatro regiões brasileiras, o que mostra a representatividade e alcance da premiação.
A FG Empreendimentos, de Balneário Camboriú, é a construtora catarinense mais bem posicionada no ranking, na 9ª posição. Considerando as empresas da região sul, a FG figura como a 3ª maior. “A construção civil está vivendo um momento de franco crescimento, e Balneário Camboriú consolida-se como a cidade líder em valorização imobiliária do país, especialmente no valor do metro quadrado. Esse desempenho excepcional impulsiona não apenas o desenvolvimento local, mas também toda a região no entorno, criando um ciclo virtuoso de geração de oportunidades, negócios e investimentos”, destaca Jean Graciola, cofundador e presidente da FG Empreendimentos.
Além da FG, estão listadas no ranking as catarinenses: Rogga Empreendimentos (26ª), Vetter Empreendimentos (35ª), MS Empreendimentos (44ª), Halsten Incorporadora (81ª), CN Empreendimentos (82ª), Phacz Empreendimentos (89ª), Inbrasul Sul I Construtora (92ª) e Construtora Oliveira (97ª). Confira a lista completa.
Dinamismo de SC
O mercado imobiliário de SC é destaque também no índice FipeZap, que analisa o preço do metro quadrado em 56 cidades do Brasil. O estado conta com quatro cidades entre as cinco com o metro quadrado mais caro do Brasil: Balneário Camboriú, Itapema, Itajaí e Florianópolis.
No ano passado, foram lançadas 36,7 mil novas unidades residenciais em edifícios no estado, um aumento de 22% em relação a 2023, segundo estudo conduzido pela consultoria Brain em parceria com a Câmara Brasileira da Construção (CBIC), que monitora 132 cidades brasileiras. O Valor Geral dos Lançamentos (VGL) do período somou R$ 45 bilhões, puxado por imóveis de alto padrão.
O Ranking
A edição 2025 do Ranking INTEC aponta que as 100 maiores construtoras do Brasil registraram crescimento de 10% na área construída em relação a 2024, com quase 60 milhões de metros quadrados, garantindo renda para mais de 2,8 milhões de trabalhadores. No ranking das 10 maiores construtoras por metragem construída, cinco são de São Paulo, duas do Paraná, uma de Minas Gerais, uma de Pernambuco e uma de Santa Catarina.
Com informações da FG Empreendimentos
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas
O complexo portuário do Rio Grande do Sul encerrou o primeiro bimestre de 2025 com uma movimentação de 6.895.687 toneladas, um aumento de 19,11%, em relação ao mesmo período do ano passado. Em paralelo a isso, o Porto do Rio Grande e seu distrito industrial registraram 6.735.155 toneladas, a melhor movimentação dos últimos dez anos nos primeiros 60 dias do novo ano.
Os granéis sólidos respondem por grande parte desse quantitativo, alcançando 57,1%. As cargas gerais são a segunda categoria mais movimentada e representam 35,1%. Já os granéis líquidos somam 7,1%. O número de navios e barcaças que circularam pelas três unidades também aumentou: Rio Grande recebeu no período 515 embarcações, Pelotas 65 e Porto Alegre outras 14.
No Porto do Rio Grande, o aumento de 24,32% nas movimentações foi puxado pela alta de cargas como milho (32.718,04%), sulfatos (715,91%), carnes (63,43%), fosfatos (50,93%), soja em grão (36,57%) e celulose (16,97%). Quanto à movimentação de contêineres, a variação positiva foi de 38,54%, passando de 111.501 TEUs, em 2024, para 154.479 TEUs, em 2025. TEUs é uma unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés.
Em relação à origem das importações, a China é o país que lidera o ranking no período entre janeiro e fevereiro, com 339.240 toneladas. Na sequência aparecem a Argentina (307.207t), os Estados Unidos (71.760t), o Marrocos (71.001t) e o Uruguai (67.204t), nesta ordem. Já as exportações tiveram como destino o Vietnã (642.316t), a China (559.512t), a Indonésia (341.636t), a Arábia Saudita (335.906t) e os Estados Unidos (167.342t), respectivamente.
No Porto de Pelotas, a movimentação total do período foi de 123.130 toneladas. As toras de madeira seguem respondendo pela maioria das operações, alcançando 112.113 toneladas. Já o clínquer, que é o cimento em sua fase bruta de fabricação, registrou 11.017 toneladas.
No Porto de Porto Alegre, as movimentações somaram 37.402 toneladas. Os insumos para a produção de fertilizantes são as principais cargas da unidade e somaram no período 21.352 toneladas. Na sequência aparece o trigo (10.743t), o sal (5.302t) e o clínquer (5t).
No dia 22 de março (sábado), o Elume Park - Centro Regional de Inovação, em Itajaí, será o ponto de encontro de empreendedores, startups e profissionais do ecossistema de inovação para mais uma edição do Startup Day - Foz do Itajaí. Iniciativa do Sebrae Startups em parceria com o Elume Park, o evento tem como objetivo impulsionar o ecossistema local, oferecendo conteúdos relevantes, conexões estratégicas e oportunidades de negócios para startups em diferentes estágios.
A programação contará com talks inspiradores, insights práticos para escalar vendas no digital com Carlos Medeiros, e discussões sobre o impacto da IA e a humanização no século 21, com Thaís T. Cardoso. Tudo isso em um ambiente que promove troca de experiências, networking qualificado e muita conexão entre os principais atores do ecossistema de inovação da região.
Conforme o gestor de projetos do Ecossistema de Inovação na Regional Foz do Sebrae/SC, Marcos Vinicius Moser Nascimento, a conexão entre startups e empreendedores é essencial para o fortalecimento do ecossistema de inovação e o desenvolvimento econômico. “Quando startups e empreendedores se unem, criam um ambiente propício para o compartilhamento de conhecimento, experiências e recursos. Essa colaboração mútua não só acelera o processo de inovação, como também contribui para a criação de soluções mais eficazes, que atendem às necessidades reais do mercado”. completa.
Sobre o Startup Day
O Startup Day é uma iniciativa nacional do Sebrae, que acontece simultaneamente em diversas cidades do Brasil, promovendo o encontro entre startups, investidores, aceleradoras e outros players estratégicos para o desenvolvimento do ecossistema de inovação. Na última edição foram mais de 26 mil pessoas, em 184 cidades, com um único objetivo: fazer a inovação acontecer de verdade. Em Itajaí, a edição ganha um formato único, valorizando as particularidades e o potencial inovador da região da Foz do Itajaí.
Parceiros Estratégicos
O Startup Day - Foz do Itajaí conta com o apoio de empresas e instituições comprometidas com o fortalecimento do empreendedorismo inovador, como: NuTI ACATE - Polo Foz do Itajaí, Comunidade Costa Valley, Polotech e muitos outros.
Inscrições: https://www.sympla.com.br/evento/startup-day-foz-do-itajai/2854561
O dólar encerrou o pregão desta quarta-feira (12) com leve desvalorização de 0,07%, sendo cotado a R$ 5,81. Durante o dia, a moeda americana atingiu a máxima de R$ 5,45 por volta das 10h05, enquanto a mínima foi de R$ 5,79 às 15h40. A movimentação do câmbio ocorre em um contexto de incertezas no mercado internacional, impulsionado pela entrada em vigor das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre as importações de aço e alumínio.
A medida, anunciada pelo governo do então presidente Donald Trump, impõe uma tarifa de 25% sobre o aço e o alumínio importados pelo mercado norte-americano, afetando diretamente o Brasil, um dos principais exportadores desses produtos para os EUA. Especialistas apontam que a taxa pode dificultar as vendas da indústria brasileira, reduzindo a competitividade do setor.
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que a perda nas exportações brasileiras de metais ferrosos pode chegar a US$ 1,5 bilhão, impactando significativamente a economia do setor. O governo brasileiro ainda não anunciou uma resposta oficial às novas tarifas.
No cenário interno, a inflação anualizada também apresentou crescimento, acelerando de 4,56% em janeiro para 5,06% em fevereiro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,31% no mês, o maior percentual para fevereiro desde 2003. No acumulado de 12 meses, a taxa atingiu seu maior patamar desde setembro de 2023, quando chegou a 5,19%.
A transmissão da declaração poderá ser feita a partir da próxima segunda-feira (17), às 8h, quando começa o prazo de entrega, que se estende até 30 de maio. A Receita espera receber 46,2 milhões de declarações neste ano.
Além do PGD para computadores, o contribuinte poderá fazer a declaração por meio do aplicativo ou via plataforma online do Meu Imposto de Renda (MIR), que estará disponível também a partir de 1º de abril.
Quem deve declarar?
Devem declarar o Imposto de Renda em 2025 os contribuintes que:
Receberam rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888 no ano passado;
Obtiveram rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte acima de R$ 200.000;
Tiveram ganho de capital na venda de bens ou direitos com incidência do imposto;
Realizaram operações na bolsa de valores acima de R$ 40.000 ou com apuração de ganhos tributáveis;
Obtiveram receita bruta superior a R$ 169.440 em atividades rurais;
Possuíam, em 31 de dezembro, bens acima de R$ 800.000;
Passaram à condição de residentes no Brasil em qualquer mês do ano;
Optaram pela isenção do imposto na venda de imóveis residenciais para aquisição de outro imóvel;
Tiveram rendimentos de capital aplicado no exterior.
Calendário de Restituição
A Receita Federal prevê cinco lotes de restituição:
1º lote: 30 de maio
2º lote: 30 de junho
3º lote: 31 de julho
4º lote: 29 de agosto
5º lote: 30 de setembro
Terão prioridade no recebimento os idosos, contribuintes com deficiência física ou mental, doentes graves, profissionais do magistério e aqueles que optarem pela declaração pré-preenchida ou pelo recebimento via Pix.
Multas para quem perder o prazo
Os contribuintes que perderem o prazo de entrega estarão sujeitos a uma multa que pode variar de R$ 165,74 até 20% do imposto devido.
Como baixar o programa?
Para fazer a declaração do IR 2025 pelo computador, basta acessar a página da Receita Federal e baixar o arquivo do programa.
Clique neste link para fazer o download da declaração. As versões disponíveis são:
Windows 7 ou superior (64 bits);
Mac OS 10.12.6 (Sierra) ou superior;
Linux 32 ou 64 bits e multiplataforma.
Documentos necessários para a declaração
Os contribuintes devem reunir documentos como:
Informes de rendimentos bancários, salariais, de aposentadoria, pensão, aluguéis e juros sobre capital próprio;
Comprovantes de recebimentos de doações, heranças, seguro de vida e FGTS;
Comprovantes de pagamentos com assistência médica, odontológica e educação;
Recibos de doações e gastos com profissionais da saúde;
Notas fiscais de compra, venda e reforma de bens;
Demonstrativos de saldos de ações, criptoativos e fundos imobiliários;
Comprovantes de dívidas e encargos financeiros;
Dados pessoais e bancários para restituição ou débitos automáticos.
A Receita Federal reforça que a entrega antecipada da declaração pode garantir um recebimento mais rápido da restituição, caso o contribuinte tenha direito.
VANIR ZANATTA
Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
Nenhum outro país no mundo produz alimentos com a eficiência do Brasil. Eficiência que transparece na abundância – que assegura o abastecimento da Nação e a geração de excedentes exportáveis – e, também, nos preços acessíveis à população. Em outras palavras: ninguém, salvo raras exceções, oferecerá alimentos mais baratos que o nosso País.
A precificação dos alimentos tem causas multifatoriais e está submetida às leis do mercado, influenciada sempre pelo nível de oferta e de procura para cada produto. A agricultura e a pecuária são os segmentos do setor primário da economia afetados pelo clima, pelo mercado, pelas questões sanitárias, pelo câmbio e pelas políticas públicas, entre outros fatores.
Cheias severas no sul e estiagem no centro-oeste afetaram a produção brasileira de grãos, ovos e frutas, decretando menor oferta de alguns produtos e, por consequência, seu encarecimento. Mas não foi só isso que impactou o setor. O aumento do custo da energia elétrica e dos combustíveis atingiu em cheio o produtor rural. O diesel e a gasolina nas alturas impactam toda a economia e vergastam a produção agropecuária.
A esses percalços circunstanciais se somam os crônicos problemas de infraestrutura com as más condições das rodovias vicinais, internet ruim no campo, pouca ou insuficiente rede trifásica de distribuição de energia elétrica, escassez de mão de obra no campo etc.
Todos esses aspectos somados são partes do “custo Brasil” que encarece a produção de alimentos, que, também, está sujeito aos distúrbios na oferta de insumos – fertilizantes, sêmen, sementes, defensivos agrícolas etc. – submetidos aos preços internacionais, agravados pelas crises e conflitos bélicos.
Podemos afirmar com orgulho que o Brasil é o país que mais contribui para a alimentação do planeta, produzindo para alimentar 1 bilhão de pessoas. O Brasil tem a maior evolução da área plantada do mundo e sua produção de grãos está dobrando de tamanho em tempo cada vez menor. Levou 28 anos para atingir 100 milhões de toneladas, mais 14 anos para atingir 200 milhões e apenas outros oito anos para chegar a 300 milhões. Projeções indicam que o Brasil ultrapassará as 600 milhões de toneladas/ano em 2035. Tudo isso com a maior reserva ambiental do mundo financiada e sustentada pelo produtor brasileiro que não recebe nenhum centavo e arca com o maior custo da preservação.
Em face dessa realidade é fácil concluir que o mundo não pode viver sem o Brasil, que se tornou o maior exportador líquido de alimentos do Planeta: entre o que importa e o que exporta de alimentos, a balança é positiva em cerca de 170 milhões de toneladas/ano.
Nesse contexto é razoável não se esperar, da decisão governamental de zerar os impostos sobre a importação de alimentos, efeitos expressivos na redução dos preços. Embora os custos de produção no exterior sejam comprovadamente menores do que no Brasil, não será fácil encontrar lá fora alimentos mais baratos do que os produzidos aqui, internamente.
A superação desse episódio de encarecimento temporário de alguns alimentos será, mais uma vez, conquistada pelo mercado, com a colheita das novas safras e a regularização da dinâmica da oferta e da procura. Continuaremos a impactar positivamente o mundo, reduzindo o percentual de desnutrição pelo efeito da oferta de alimentos e pelo impacto dos preços que caem a medida que a produção aumenta. Mérito, mais uma vez, das cooperativas agropecuárias, produtores e empresários rurais, agroindústrias – enfim, toda a cadeia do agronegócio verde-amarelo.
Estimulada desde os anos 1980 como uma data para reforçar a cada 15 de março os direitos dos consumidores, o período se consolida como uma Black Friday fora da época, em que descontos e promoções se tornam obrigatórios para pagar dívidas ou contrair novas, conforme revela pesquisa encomendada pela Serasa. Pelo menos 75% dos brasileiros pretendem aproveitar o período para quitar pendências financeiras e se livrar das dívidas.
Produzido pelo Instituto Opinion Box, o estudo acaba traçando uma radiografia do novo consumidor brasileiro, que pretende aproveitar a semana dedicada a seus direitos: seja para comprar ou limpar o nome, o principal motivador para 53% dos brasileiros realizarem alguma compra ou negociação durante esta semana são os descontos exclusivos. Além disso, 24% deles admitem ter deixado de pagar contas básicas em algum momento para aproveitar promoções e descontos.
Levantamento mostra que 34% dos consumidores conseguem se adaptar a “imprevistos ou compras que surgem ao longo do caminho” e 85% pesquisam preços e promoções antes de realizar qualquer compra, demonstrando sensibilidade com o planejamento financeiro. “Felizmente, promoções e descontos conquistaram espaços cativos na saúde financeira do brasileiro”, observa Thiago Ramos, especialista em educação financeira da Serasa.
Lojas, Pix e cartão
A pesquisa também traz os meios preferidos de fazer as compras durante essa semana. Mesmo com a digitalização, as lojas físicas continuam sendo o canal de compra favorito de 50% dos entrevistados, embora sites de e-commerce já representem 29% da preferência nacional. Cada vez mais o Pix (29%) e o cartão de crédito (28%) se consolidam como as principais formas de pagamento, embora, o cartão de crédito parcelado venha ganhando adeptos (16,8%).
Descontos no Serasa Premium
Para marcar a Semana do Consumidor, o Feirão Limpa Nome oferece desconto especial de 67% na assinatura do Serasa Premium, serviço de monitoramento de dados. Quem negociar uma dívida no site ou no aplicativo da empresa poderá contratar o serviço por apenas R$7,90 mensais. As dívidas de 1.456 empresas podem ser negociadas com até 99% de desconto.
Metodologia
Pesquisa realizada pelo Instituto Opinion Box entre 21 de fevereiro e 5 de março de 2025, com 1.583 entrevistas realizadas com consumidores de todo o país.
Sobre a Serasa
Com o propósito de revolucionar o acesso ao crédito no Brasil, a Serasa oferece um ecossistema completo voltado para a melhoria da saúde financeira da população por meio de produtos e serviços digitais.
Mais informações em www.serasa.com.br e pelas redes sociais no @serasa.
O Aeroporto Internacional de Florianópolis registrou um aumento de 18% na movimentação de passageiros no período de carnaval deste ano, se comparado com o mesmo período do ano passado. Entre a quinta-feira (27/02) e a quarta-feira de cinzas (05/03) passaram pelo terminal 105 mil passageiros em voos domésticos e internacionais, - média de 15 mil por dia - o maior número registrado na história do aeroporto em um feriadão de Carnaval.
O recorde foi impulsionado pelos voos internacionais, que movimentaram 41 mil passageiros, um crescimento de 32% em relação ao Carnaval passado. O movimento internacional é destaque também no ranking das cidades com maior número de voos chegando ou partindo de Florianópolis neste carnaval. Buenos Aires, na Argentina e Santiago, no Chile aparecem em segundo e terceiro lugares, atrás apenas de São Paulo. Os estrangeiros representaram 39% do total de passageiros neste carnaval.
O Aeroporto Internacional de Florianópolis oferece voos para 10 destinos internacionais, operados por 9 companhias aéreas.
Com informações da Floripa Airport
O estado de Santa Catarina exportou US$ 1,76 bilhão no acumulado do ano até fevereiro. O desempenho representou um incremento de 2,2% frente a igual período de 2024 e foi impulsionado pelo aumento de vendas de proteína animal, como carnes de aves e suína.
Nos dois primeiros meses do ano, as exportações de carnes de aves cresceram 16,3%, e as de carne suína, 17,6%.
“Apesar da incerteza sobre uma eventual escalada da guerra tarifária, Santa Catarina conseguiu ampliar suas exportações, o que demonstra a competitividade de nossa indústria”, avalia Mario Cezar de Aguiar, presidente da Federação das Indústrias de SC (FIESC).
As vendas de motores elétricos e de partes de motor - 3º e 4º na lista dos principais produtos exportados pelo estado nos dois primeiros meses do ano - apresentaram recuos. As exportações caíram 19% e 20,2% respectivamente no período, em relação ao somatório de janeiro e fevereiro de 2024.
Fevereiro
Considerando apenas os resultados de fevereiro, as exportações cresceram 7,15% frente ao mesmo mês de 2024, para US$ 918,9 milhões. De acordo com o Observatório FIESC, o resultado do segundo mês do ano também reflete o aumento dos embarques de carnes de aves, que somaram US$ 170,47 milhões (+19,7%), e carne suína, que totalizaram US$ 140,2 milhões (+24,1%), os dois principais produtos da pauta de exportações catarinenses. As exportações de carnes de aves processadas tiveram alta de 88,3% no período, trazendo esses produtos para o 6º lugar entre os principais itens vendidos por SC ao exterior.
Na terceira posição do ranking estão as exportações de motores elétricos, que somaram US$ 44,24 milhões, um recuo de 18,9%. Madeira serrada ocupou o quarto lugar na pauta de exportações de fevereiro, com alta de 22,1%, para US$ 36 milhões, enquanto que partes de motor, quinto item entre os mais vendidos, apresentou recuo de 25,3% em fevereiro, para US$ 34,8 milhões. A análise do Observatório mostra que tanto motores elétricos como parte de motor tiveram seus preços médios reduzidos, o que pode explicar, em parte, o recuo observado no valor das exportações.
Importações
As importações do estado somaram US$ 6 bilhões no ano, um aumento de 17,15% na comparação com os dois primeiros meses de 2024.
No mês de fevereiro, totalizaram US$ 2,7 bilhões, um incremento de 10,26% frente a fevereiro de 2025. O resultado foi puxado pelas compras de cobre refinado, que aumentaram 27,9%, para US$ 136,8 milhões no mês. Na segunda posição do ranking de importações, partes e acessórios para veículos cresceu 15,2%, para US$ 60,9 milhões, seguida de polímeros de etileno, que somou US$ 55,2 milhões, uma alta de 7,7%.
Origens e destinos
No acumulado do ano, os Estados Unidos seguem como principal destino das exportações de Santa Catarina, com US$ 238,6 milhões. A China está em segundo lugar, com US$ 164,34 milhões, seguida da Argentina, com US$ 143,2 milhões. Dos três principais destinos, apenas a Argentina apresentou incremento de vendas, de 30,7%, reflexo da melhoria das condições econômicas do país e das mudanças nas regras de importação.
Do lado das importações, a China é a principal origem, com vendas para o estado de US$ 2,78 bilhões no ano, seguida do Chile, com US$ 367,55 milhões, e dos Estados Unidos, com US$ 363,35 milhões.
Augusto César Diegol (acdiegoli@gmail.com)
Sinal de alerta
A indústria têxtil e de confecção de SC acendeu o sinal de alerta. E por um motivo que já despertou preocupação outras vezes. Uma investigação aberta no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a pedido de uma multinacional dos Estados Unidos, pode provocar aumento de preços de fios importados de poliéster, um dos principais insumos usados na cadeia de produção. Representantes do setor temem efeitos colaterais devastadores se isso acontecer, impactando em uma das atividades que mais geram riqueza e empregos no Estado. Trata-se de uma ação contra um suposto “dumping”, prática comercial de venda de produtos a preços abaixo de custo para mirar a concorrência, o que é considerado desleal. O processo foi aberto pela empresa americana Unifi, que tem unidade no Brasil, e mira fios de poliéster texturizados trazidos da China. Entidades ligadas ao setor têxtil estimam que a investigação ameaça impor tarifas de até 65% sobre insumos.
Dados
O setor têxtil emprega, só em Santa Catarina, cerca de 163 mil pessoas. São em torno de 9,5 mil empresas. Somente de fios e filamentos sintéticos, o Estado importa 486 milhões de dólares de países como China e Índia, mais do que o dobro das exportações totais, que somam 235,5 milhões de dólares. Os dados são de um levantamento feito pelo observatório da Federação das Indústrias (Fiesc).
Outra língua
Com DNA catarinense, a KNN, rede de ensino de idiomas, lançou um novo modelo de franquia premium, chamada KNN Prime, com foco em um modelo de aprendizagem mais rápido e personalizado. A primeira unidade será inaugurada ainda neste primeiro semestre dentro do Vivapark, bairro-parque de Porto Belo.
Novo modelo de solução (1)
No Brasil, a partir da Constituição de 1988, quando se redemocratizou o País, começou a ser demandado pela maioria da população brasileira. Essa explosão de demandas judiciais, caracterizou-se como afirmação da cidadania. Nesses mais de 30 anos, enquanto o número de processos ajuizados multiplicou-se em mais de 80 vezes, o número de juízes chegou a quintuplicar (4.900 em 1988 e pouco mais de 20 mil, atualmente). Em média, o Brasil possui a segunda maior carga de trabalho do mundo (4,6 mil processos por juiz). Atualmente temos mais de 100 milhões de processos em andamento: um processo para cada dois habitantes. Na Austrália, há um processo para cada 6,4 mil cidadãos.
Novo modelo de solução (2)
A alta litigiosidade, conjugada com a não utilização de meios alternativos de solução de litígios (conciliação, mediação e arbitragem), levam a uma demora excessiva pois sobrecarregam a estrutura do Judiciário. Além de tudo o que já foi proposto, é necessário que sejam criadas Câmaras Setoriais de composição voltadas à solução de conflitos existentes antes do acionamento da máquina judicial. Essas Câmaras vão basear sua situação na conciliação, mediação e arbitragem e serão focadas em áreas específicas como indústria, comércio e serviços. Dessa forma, direito e economia, poder público e iniciativa privada vão sentar à mesa para encaminhar suas questões, todos imbuídos em um propósito maior que é o entendimento para desenvolver nosso grandioso Brasil.
Gastronomia
Depois de fechar filiais em Balneário Camboriú e Timbó, o restaurante Seu Porco, de Blumenau, pretende retomar em breve o plano de criar uma rede de franquias. Na última semana, o estabelecimento apresentou novo cardápio, com opções que, além da carne suína, também valorizam produtos regionais do Brasil.
Educação digital
Precisou uma lei federal para disciplinar o uso do celular nas escolas. Mas como fazer educação digital? Pouco ou nada se faz, confirma levantamento publicado pelo Tribunal de Contas de SC, em que revela que 86,5% dos municípios do Estado não têm uma política de educação digital formalizada. Mais: 88,4% não tem comissão ou grupo responsável pela implementação de diretrizes. Apontam falta de educadores especializados, a necessidade de formação continuada que contemple esse tema e a insuficiência de infraestrutura tecnológica e conectividade.
Centenária
No ano em que comemora 100 anos, a marca catarinense de bebidas Max Wilhelm, notabilizada pela sua Laranjinha, anuncia a chegada ao mercado, nas próximas semanas, de três produtos: a gin tônica tradicional, a gin tônica de morango e o ginger drink, em receitas criadas na própria fábrica.
Bola da vez
A Praia Brava, em Itajaí, é tida como a bola da vez no mercado brasileiro de luxo. As últimas novidades são o anúncio do empreendimento O Tempo, da Mutze Incorporadora, de R$ 2,5 bilhões, anexo a um hotel da rede Emiliano, que a empresa divulga como sua unidade mais sofisticada.
Escárnio
As elites continuam, céleres, escarnecendo dos brasileiros. O que dizer do buliçoso presidente do Senado, que na véspera do Carnaval aumentou a cota parlamentar dos senadores para R$ 4,9 milhões por ano, cada um, além do auxílio-alimentação para todos os funcionários da Casa em 22,19%, para R$ 1.784,42 por mês? Mais: premiou alguns servidores do Senado com um dia de folga a cada três dias úteis trabalhados, podendo esse dia de vadiagem ser vendido, convertendo-se em verba indenizatória! Socorro!
Burocracia
A partir de consulta do TJ-SC, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu que a assinatura eletrônica via gov.br ou certificado digital não substituem o reconhecimento de firma em cartório nas autorizações de viagem para menores de 16 anos desacompanhados. A justificativa é “garantir a autenticidade do consentimento dos responsáveis”. Neste país da piada pronta não vai demorar para a obrigatoriedade de reconhecer firma da assinatura eletrônica.
Invest-SC
O governo de Santa Catarina comemorou os 20 anos da agência de atração de investimentos SCPAR, anunciou novo nome: InvestSC. Também lançou editais para dois projetos de Parcerias Público-Privadas (PPPs), a construção do Complexo Prisional de Blumenau e para o Mirante da Serra do Rio do Rastro. Além disso, fez chamada de audiência pública para validar estudos de concessão da Zona de Processamento de Exportações (ZPE), de Imbituba e do Kartódromo de Florianópolis no Sapiens Parque. Os anúncios foram feitos pelo governador e pelo presidente da InvestSC. Também foi lançado o Guia de Atração de Investimentos para os Municípios, elaborado pela InvestSC.
Medicina
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem interesse na expansão de vagas do curso de medicina, já ofertado gratuitamente em Florianópolis, Araranguá e Curitibanos. Blumenau e Joinville estão no radar.
Indústria do carvão
A política energética do presidente dos Estados Unidos anima a indústria do carvão em Santa Catarina. Desde a campanha, o republicano tem falado “drill baby, drill” (perfure querido, perfure), como uma forma de sintetizar o seu apoio à indústria do petróleo. Trump não acredita em crise climática e defende os combustíveis fósseis. E nesse contesto que o carvão de Santa Catarina pode ganhar fôlego.
Imóveis em alta
O setor da construção civil de SC lançou 36,7 mil unidades residenciais em 2024, o que significa um acréscimo de 22% em relação ao ano anterior. É isso que mostra estudo feito pela Brain Inteligência de Mercado em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção. O valor geral dos lançamentos (VGL) alcançou R$ 45 bilhões em Sabta Catarina e a maioria é de imóvel de alto padrão na região do litoral. Segundo essa pesquisa, SC respondeu por 9% da atividade imobiliária nacional.
Longe daqui
Mesmo sem nenhuma confirmação oficial do governo estadual, já ocorreu a primeira manifestação pública em Imbituba contra a construção de um novo presídio na cidade. Mas nada que se resolva, conforme outros casos, com as chamadas “medidas compensatórias”.
Desrespeito
É assustador o desrespeito que as duas concessionárias (CCR e Arteris) da BR-101 em SC fazem com seus usuários nos postos de pedágio. Cada praça, estima-se, fatura R$ 1 milhão por dia nesta época, mas mesmo assim ignoram cláusula contratual estabelecendo que elas devem ser abertas, caso as filas de veículos atinjam 200 metros ou 10 minutos de espera para os motoristas. Como ninguém fiscaliza ...
Residência médica
O Centro Universitário da Fundação Educacional de Brusque (Unifebe) ofertará, em parceria com o Hospital Azambuja, dois novos programas de residência médica. A partir de 2026, a instituição contará com os programas de residência em Medicina Intensiva e de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. Com três anos de duração cada, os programas foram aprovados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), que autorizou a oferta de duas vagas anuais por especialidade. A autorização do CNRM é mais um passo que a instituição dá rumo ao aprimoramento e à qualidade do ensino na área da saúde.
Portos
Os portos de SC movimentaram o equivalente a 2,56 milhões de contêineres de 20 pés em 2024. O número representou um incremento de 6,6% frente a igual período do ano anterior. Os embarques foram responsáveis por 48,1% da movimentação de contêineres e os produtos desembarcados por 51,9%. Os dados são da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Coleta itinerante de sangue
Projeto de Lei apresentado e aprovado no plenário da Alesc estabelece a criação de um programa de coletas itinerantes de sangue em Santa Catarina. Denominado “Vida em Movimento”, que ainda depende de sanção do governador, deverá ser realizado por meio de veículos automotores adaptados para a coleta e o transporte de sangue, obedecendo às normas sanitárias e aos requisitos técnicos estabelecidos por órgão competente, de forma periódica em todas as regiões do estado. A proposta prevê ainda que o governo do estado deva promover ações de divulgação, conscientização e mobilização da sociedade acerca da importância da doação de sangue, informando também sobre os locais, as datas e os horários das coletas itinerantes.
Abup Show
Entre os dias 2 e 5 de fevereiro, o Núcleo do Vale das Toalhas, da Associação Empresarial de Brusque, Guabiruba e Botuverá (ACIBr) esteve presente na Abup Show – feira de produtos têxteis, de itens para casa, decoração e outros, da Associação Brasileira de Empresas de Utilidades e Presentes. Realizada no Distrito Anhembi, na capital paulista, a feira reuniu mais de 300 expositores, das principais marcas e fornecedores da indústria de utilidades domésticas, decoração, cama, mesa e banho, têxteis decorativos, acessórios pet, presentes, artesanato e design autoral brasileiro, entre outros. Na oportunidade, o Núcleo do Vale das Toalhas se fez presente no evento através das empresas Toalhas Atlântica, Toalhas Olinda, Appel Home Têxtil e Tecelagem Caviquioli, que representaram o grupo no segmento da indústria têxtil nacional, bem como levaram a qualidade dos produtos da região de Brusque para todo o país. O evento trouxe boas perspectivas para 2025, já que o mercado de toalhas tem se mostrado bastante aquecido nos últimos anos, impulsionado por diversos fatores, como aumento do turismo, crescimento do setor hoteleiro e a valorização da vida no bem estar.
Indústria em ritmo menor
Diversificada e preparada, a indústria catarinense conseguiu atender à maior demanda em 2024 e, por isso, fechou o ano com crescimento robusto, acima da média nacional. Mas o setor vê um ano mais difícil em 2025 depois de ter crescido 7,3% até novembro, destaca o presidente da Federação das Indústrias de SC, em artigo no boletim sobre a conjuntura econômica e a indústria divulgado pela entidade. Para 2025, a estimativa da federação é de um crescimento mais moderado de 1,73% para o setor. Refletindo um cenário econômico mais desafiador, como o aumento da taxa básica de juros e a desaceleração do crescimento da renda familiar. Ele aponta como obstáculos também a alta do dólar e a incerteza da economia mundial em função da política tarifária do novo governo dos EUA.
Ensino agrotécnico
A Epagri, estatal do governo de SC que atua com pesquisa e extensão rural, vai ingressar na educação básica e profissional do estado. Vai assumir a gestão dos cinco Centros de Educação Profissional Agrotécnico de SC (Cedups). O lançamento do programa aconteceu na sede da Epagri. De acordo com o governo, a participação da Epagri no ensino médio formal e na educação profissional da rede pública de Santa Catarina foi viabilizada pela Lei 18.178 de 7 de janeiro de 2025. Também em janeiro, o Conselho Estadual de Educação fez a transferência dos cinco Cedups para a Epagri.
Atrações que mais motivam
Na hora de decidir viagens de lazer, o que pesa mais para os moradores da Região Sul do Brasil? Pesquisa do Ministério do Turismo apurou que gastronomia é a terceira atração turística para os viajantes do Sul. Para brasileiros de outras regiões, essa é a sétima motivação. Os números são inéditos e integram a pesquisa Tendências de Turismo Verão 2025, comportamento da população brasileira, feita em outubro do ano passado com mais de 800 entrevistas pela Nexus, empresa da FSB Holding para o ministério. Ela mostra que a primeira motivação de viagem de lazer da população da Região Sul é sol e praia com 54% das respostas. Em segundo lugar o ecoturismo (natureza) com 31% de preferência e, em terceiro lugar, gastronomia, com 17%. O levantamento mostrou que moradores de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul têm mais preferência também por essas opções turísticas.
MUN Roma
O Colégio Cônsul Carlos Renaux, de Brusque, alcançou um desempenho notável em sua primeira participação no MUN Roma, simulação diplomática da ONU na Itália. A delegação formada por 10 estudantes conquistou 10 prêmios, incluindo o de Melhor Delegação, destacando-se entre participantes de diversas nacionalidades. O evento realizado entre os dias 24 e 27 de fevereiro, reuniu jovens de todo o mundo para debater temas globais de grande relevância. O Model United Nations (MUN) é uma simulação acadêmica das reuniões da ONU, na qual estudantes assumem o papel de diplomatas e representam diferentes países em debates sobre política internacional, economia e direitos humanos. A experiência desenvolve habilidades fundamentais como oratória, negociação, pensamento crítico e trabalho em equipe. Foi a primeira participação do Colégio Cônsul em um evento desse porte na Itália. Anteriormente, a instituição já havia representado a instituição em simulações nos Estados Unidos e na Inglaterra, consolidando sua presença em competições internacionais.
Laços culturais
A participação no MUN Roma coincidiu com as comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Brasil, tornando a experiência ainda mais especial. Como parte da preparação, os alunos do Colégio Cônsul visitaram o Consulado Geral da Itália em Curitiba, onde foram recebidos pela Cônsul Geral da Itália PR/SC. No encontro, conheceram a estrutura da Casa Diplomática e discutiram a importância das relações entre Brasil e Itália.
Brasil que perde
Conforta ler em dois grandes jornais: Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, contundentes editoriais sobre a última assombrosa decisão monocrática do ministro supremo Dias Toffoli, que numa canetada livrou o ex-ministro Antônio Palocci, corrupto confesso, de gravíssimos crimes apurados na Operação Lava Jato.
Contra Florianópolis
O Movimento Floripa Sustentável constituído por 46 entidades da comunidade catarinense, emitiu nota para lamentar decisão do desembargador federal Roger Raupp Rio, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que suspendeu o processo de licenciamento ambiental do Parque Urbano e Marina de Florianópolis, na Avenida Beira Mar Norte. Conforme o despacho, o Ibama deverá assumir a análise documental e manifestar-se sobre a obra.
Turismo
O Ministério do Turismo divulgou que em janeiro deste ano, 1,4 milhão turistas internacionais desembarcaram no Brasil, número que corresponde a um salto de 55% em comparação com o mesmo período de 2024. De acordo com o levantamento, Rio Grande do Sul, Paraná e SC receberam junto, 924 mil visitantes de outros países, ou 62% do total que chegaram ao Brasil no primeiro mês deste ano.
por Inon Neves, vice-presidente da Access
A proposta do governo federal de criar uma plataforma para empréstimo consignado voltada para trabalhadores com carteira assinada (CLTs) – que pode sair do papel ainda esse ano, traz consigo a promessa da democratização do crédito e também joga luz sobre uma série de questões que podem agravar o endividamento da população brasileira e aprofundar problemas estruturais relacionados à oferta desenfreada de crédito de baixo custo – e as famosas “bets”, ou as plataformassites de apostas online, representam um dos maiores desafios nesse sentido.
Soma-se a isso, também, o fato de que a plataforma pode aumentar ainda mais o número de casos de golpe usando o mecanismo do crédito consignado – embora essa informação não tenha sido contabilizada nos últimos dois anos, em 2022 os Procons brasileiros registraram um volume de 57.874 queixas de golpes envolvendo empréstimos consignados – o que equivalia a mais de seis denúncias por hora.
Nessa receita perigosa, adicionamos ainda o problema do endividamento das famílias brasileiras. Ainda que tenha recuado 0,9 ponto percentual em um ano, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados no final de janeiro, a maior exposição dos trabalhadores ao crédito pode criar uma espiral de endividamento ligada, justamente, às bets.
O problema das bets: longe de acabar
As “bets” são como ficaram conhecidos os sites de apostas esportivas, que acabaram, também, abrindo caminho para um novo tipo de site de apostas, os cassinos online – comumumente chamados como “Jogo do Tigrinho”. O problema é que a lei 13.756/2018, que autorizou as empresas de apostas, também previa um prazo máximo de quatro anos para que o Ministério da Fazenda regulamentasse a atividade, o que não aconteceu. O resultado é que essas empresas operam dentro de um “limbo regulatório”, sem regras claras.
Sem regras claras, e com um considerável alcance publicitário, principalmente em mídias sociais, os jogos de apostas viraram uma epidemia. Em 2024, as famílias brasileiras apostaram em torno de R$ 240 bilhões nas bets – levando mais de 1,8 milhão de pessoas à inadimplência por conta das apostas virtuais. As famílias de menor renda, segundo a CNC, foram as mais impactadas: em janeiro do ano passado, representavam 26% – em dezembro, esse número chegou a 29%.
Em um contexto no qual a oferta de crédito é amplamente facilitada e a análise de risco nem sempre é aprofundada, muitos trabalhadores podem ser levados a utilizar o empréstimo consignado para apostar nos jogos online. Obviamente, isso pode levar a um aumento ainda maior do endividamento, com trabalhadores recorrendo a novas operações de crédito para saldar dívidas anteriores, criando uma espiral negativa de dependência financeira. Pesquisa recente do SPC Brasil, em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), aponta que o percentual de inadimplência entre consumidores que recorrem repetidamente a esse tipo de empréstimo tem aumentado significativamente, reforçando a ideia de que a facilidade de acesso, sem uma gestão financeira responsável, pode transformar o crédito em um instrumento de risco elevado.
Mais do que isso, algumas pesquisas apontam que até 60% dos usuários das plataformas de jogos de azar podem usar dinheiro de crédito, incluindo o consignado, para as apostas. E para tornar a situação ainda mais dramática, o volume inadimplente no crédito consignado para trabalhadores do setor privado aumentou 0,8 ponto percentual entre 2023 e 2024, segundo o Banco Central.
Fraudes e crédito consignado
Dados recentes do Banco Central indicam que o volume de operações de crédito consignado tem crescido de forma acelerada nos últimos anos, atingindo níveis que exigem um monitoramento mais rigoroso das instituições financeiras e das plataformas intermediárias.
A questão se agrava quando se leva em consideração que, para que a plataforma de empréstimo consignado opere em larga escala, os bancos e instituições financeiras serão obrigados a adotar medidas antifraude cada vez mais robustas.
O cenário de digitalização dos serviços financeiros tem mostrado, nos últimos anos, um aumento expressivo nos casos de fraudes eletrônicas, muitas vezes sofisticadas e difíceis de detectar. Assim, a necessidade de investir em tecnologia e em sistemas de segurança cibernética se torna imperativa para mitigar riscos que podem comprometer não apenas a saúde financeira dos consumidores, mas também a estabilidade do sistema financeiro como um todo.
Além disso, a centralização das operações em uma única plataforma pode criar um ambiente propício para a ocorrência de fraudes internas e a manipulação de dados. A automatização e a integração dos sistemas, quando não acompanhadas de um robusto controle interno, abrem espaço para que agentes mal-intencionados explorem vulnerabilidades, oferecendo um cenário onde o prejuízo pode ser duplo: por um lado, o trabalhador se vê envolvido em dívidas que comprometerão sua renda, e, por outro, a instituição financeira pode ser vítima de fraudes que aumentam os custos operacionais.
Além da tecnologia, os bancos precisarão contar também com serviços de formalização de crédito bancário, nos quais a concessão e a gestão desses empréstimos sejam realizadas de maneira transparente e segura. A formalização do crédito consignado envolve a verificação minuciosa dos dados dos solicitantes, garantindo que os empréstimos sejam concedidos apenas a trabalhadores que atendam a critérios específicos de elegibilidade. Esse processo inclui a análise de documentos, como comprovantes de renda e histórico de crédito, para assegurar que os beneficiários tenham capacidade de honrar com os pagamentos.
Em última análise, o caminho a ser seguido deve ser pautado pela transparência, pela responsabilidade e pela busca de um equilíbrio entre a inovação tecnológica e a proteção dos direitos dos consumidores.
A plataforma de empréstimo consignado pode, sem dúvida, oferecer benefícios significativos, mas esses benefícios não podem ser alcançados à custa do bem-estar financeiro dos trabalhadores. É imperativo que cada operação seja acompanhada de uma análise criteriosa, que as medidas antifraude sejam constantemente revisadas e atualizadas e que os consumidores tenham acesso a informações claras e precisas sobre os riscos e as condições do crédito contratado.
Dessa forma, poderemos transformar o acesso facilitado ao crédito em uma ferramenta de inclusão e de desenvolvimento, e não em um instrumento que, inadvertidamente, aprofunda o endividamento e a instabilidade econômica. A construção de um ambiente financeiro mais seguro e sustentável passa necessariamente pelo diálogo entre todos os envolvidos e pela implementação de medidas que estejam à altura dos desafios impostos pela era digital.
Sobre a Access
A Access no Brasil conta com unidades em São Paulo, Itupeva, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte, totalizando mais de 5,2 milhões de pés cúbicos de espaço dedicado à armazenagem física e digital. Dentre essas unidades, destaca-se o maior centro de Armazenagem e BPO (Business Process Outsourcing) da Access na América Latina, localizado em Itupeva.
Para garantir uma logística mais eficiente, maior fluidez operacional e a manutenção de elevados padrões de segurança, as unidades de São Paulo, Itupeva e Belo Horizonte estão estrategicamente localizadas em condomínios fechados. Essas áreas foram especialmente projetadas para atender a todos os requisitos de segurança, assegurando a guarda física da documentação em condições ideais para a preservação de sua integridade, além de contar com sistemas avançados de prevenção e combate a incêndios e sinistros.
Por Vitor Crestani, CEO e cofundador da Cota Real
O mercado imobiliário brasileiro está passando por um momento de intensa transformação. A crescente urbanização e a alta demanda por imóveis de alto padrão têm impulsionado a valorização dos terrenos nobres, tornando-os cada vez mais escassos e valiosos. Esse fenômeno não é exclusivo do Brasil, mas sua intensidade por aqui tem chamado a atenção de investidores e especialistas.Já em nossa terra, essa realidade é encontrada especialmente em cidades como Balneário Camboriú, Itajaí e Florianópolis, onde o metro quadrado teve uma valorização impressionante nos últimos anos.
Entre 2019 e 2024, por exemplo, Itajaí registrou um aumento superior a 91% no valor do metro quadrado, impulsionado pela alta demanda e pela escassez de terrenos disponíveis. A lógica por trás desse movimento é semelhante para qualquer outro recurso sob a lei da oferta e demanda: terrenos bem localizados são um recurso finito. À medida que as cidades crescem, a disputa por essas áreas se intensifica, resultando em uma valorização contínua e expressiva.
Alguns fatores são cruciais para entender a valorização de um terreno, sendo a localização o mais relevante. Áreas próximas a centros comerciais, hospitais, escolas e transporte público costumeiramente se tornam mais valorizadas. Além disso, alguns elementos específicos elevam ainda mais o preço do metro quadrado, como a vista para o mar e áreas verdes, locais com vias de fácil acesso a serviços de alto padrão e terrenos que permitem a construção de empreendimentos de grande porte que podem ser comercializados em várias unidades comerciais e/ou residenciais.
Como citada anteriormente, a lei da oferta e da demanda mostra que o preço de um produto ou serviço sobe quando ele se torna escasso e a procura se mantém alta. Dessa forma, é possível entender porque o setor imobiliário, especialmente o dedicado ao alto padrão, atrai cada vez mais investidores. A valorização dos terrenos nobres, que pode girar entre 15% e 20% ao ano, supera em muito os investimentos tradicionais de renda fixa e até de renda variável em alguns casos.
Nessa corrida para capturar lucros atrativos, uma estratégia vem ganhando destaque: a permuta imobiliária. Ao invés de simplesmente vender um terreno, investidores negociam diretamente com incorporadoras e recebem unidades prontas, que podem ser revendidas com margens muito superiores. Esse modelo permite multiplicar o capital investido em até cinco vezes em um período de dois a três anos, tornando-se uma das formas mais eficazes de surfar na onda da valorização.
Entretanto, apesar das oportunidades Brasil afora, o crescimento acelerado do mercado imobiliário já apresenta desafios. Algumas questões que precisam ser observadas são restrições de zoneamento e regulamentações urbanísticas e a falta de infraestrutura. Esses fatores indicam que, além de focar nos terrenos nobres, os investidores devem estar atentos a novas áreas com potencial de crescimento imobiliário nos próximos anos. O planejamento urbano das cidades também será fundamental para garantir um desenvolvimento sustentável e equilibrado para o mercado e a população.
Em resumo, a escassez de terrenos nobres está redefinindo o mercado imobiliário brasileiro e promete continuar impulsionando a valorização dos imóveis nos próximos anos. Para os investidores, este é um momento estratégico para multiplicação de capital, principalmente através da aquisição de terrenos bem localizados e do uso da permuta imobiliária como ferramenta de alavancagem financeira. O investidor que compreender a dinâmica da escassez e souber identificar oportunidades em regiões estratégicas terá um diferencial competitivo importante. Combinando localização privilegiada, potencial construtivo e um planejamento urbano eficiente, os imóveis continuarão sendo um dos ativos mais seguros e rentáveis do Brasil.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 3,4% em 2024, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O crescimento foi impulsionado principalmente pelos investimentos e pelo aumento do consumo das famílias.
O resultado representa a maior alta desde 2021, quando o PIB subiu 4,8% após a forte retração causada pela pandemia de Covid-19. No entanto, apesar do desempenho positivo ao longo do ano, o crescimento da economia no quarto trimestre foi de apenas 0,2%, indicando sinais de desaceleração.
A expectativa do mercado financeiro era de um crescimento de 3,5% no ano. Entre os setores que mais contribuíram para o avanço do PIB, destacam-se as Outras atividades de serviços (5,3%), a Indústria de transformação (3,8%) e o Comércio (3,8%), que juntos responderam por cerca de metade da expansão econômica de 2024, segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Na Indústria, o setor da Construção teve um crescimento de 4,3%, impulsionado pelo aumento da ocupação, maior produção de insumos e expansão do crédito. Outros segmentos que também tiveram desempenho positivo foram a Indústria de Transformação e o setor de Eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos, que cresceram 3,6%.
Por outro lado, a Agropecuária registrou queda de 3,2%, refletindo o impacto de condições climáticas adversas sobre a produção agrícola. As lavouras de soja (-4,6%) e milho (-12,5%) foram as mais afetadas, com perdas significativas de produtividade.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 4,8% em relação a 2023. O aumento foi impulsionado por programas de transferência de renda do governo, melhora no mercado de trabalho e redução das taxas de juros em comparação ao ano anterior. Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo – FBCF) cresceram 7,3%, embora tenham um peso menor no PIB do que o consumo das famílias.
A despesa do consumo do governo teve alta de 1,9% no ano. Já as importações de bens e serviços cresceram 14,7%, enquanto as exportações avançaram 2,9%. A taxa de investimento em 2024 ficou em 17,0% do PIB, acima dos 16,4% registrados em 2023. A taxa de poupança, por sua vez, caiu de 15,0% para 14,5%.
O PIB brasileiro atingiu um valor corrente de R$ 11,7 trilhões em 2024, sendo R$ 10,1 trilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 1,6 trilhão a Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Os dados regionais do crescimento econômico serão divulgados apenas em 2026, mas um estudo da Tendências Consultoria aponta que a região Norte liderou a expansão em 2024, com um crescimento estimado de 4,5%. Entre os estados, os destaques foram Amazonas (6,1%), Amapá (5,3%) e Santa Catarina (4,9%).
O PIB mede a soma de todos os bens e serviços produzidos no país em determinado período, sendo um dos principais indicadores da atividade econômica. Seu crescimento indica um ambiente econômico aquecido, enquanto sua queda sugere desaceleração.
Nesta quinta-feira, dia 6, representantes de empregadores e de trabalhadores de Santa Catarina chegaram a um consenso sobre o piso regional para 2025 — que terá uma atualização média de 7,27% nas quatro faixas existentes.
Os valores passam para R$ 1.730,00 na primeira, R$ 1.792,00 na segunda faixa, R$ 1.898,00 na terceira e R$ 1.978,00 na quarta. Agora, a proposta negociada será enviada ao governo de SC, que prepara um projeto de lei e o envia à Assembleia Legislativa (ALESC). Veja abaixo detalhes das faixas.
"A atualização do piso regional catarinense é resultado de muito diálogo entre empregadores e trabalhadores. Pelo 16º ano consecutivo, chegamos a um consenso, por meio de uma negociação direta entre as partes, sempre pautada pelo respeito mútuo. Isso demonstra a importância e o valor da negociação”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. “Reconhecemos que os trabalhadores têm uma força especial em SC. Essa força faz com que SC seja um estado de referência, harmonioso e de destaque no país”, disse, representando as Federações de empregadores.
Ivo Castanheira, coordenador sindical do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE-SC) e diretor da Federação dos Trabalhadores no Comércio de Santa Catarina (FECESC), destacou a importância desse processo de negociação. “São 16 anos em que ambas as partes têm trabalhado com seriedade e respeito. Incentivamos que todas as centrais sindicais e federações tenham representatividade, e percebemos o avanço das habilidades de negociação, buscando o consenso”, afirmou.
O piso regional de SC
O piso salarial de Santa Catarina foi instituído pela Lei Complementar 459, de 30 de setembro de 2009, com validade para o ano de 2010. Em todos os anos subsequentes, os valores foram negociados e acordados entre entidades representativas dos empregadores e dos trabalhadores.
“Santa Catarina é o único estado em que o piso existe que tem negociação direta entre as partes, e com resultados consensuais desde sua criação”, explica o presidente da FIESC.
Com quatro faixas salariais, o mínimo regional se aplica exclusivamente aos empregados que não tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. Os valores negociados entre as duas partes são a base para projeto de lei complementar encaminhado pelo governo à Assembleia Legislativa.
Trabalhadores que integram as quatro faixas do mínimo regional catarinense:
Primeira faixa - passa de R$ 1.612,26 para R$ 1.730,00:
a) na agricultura e na pecuária;
b) nas indústrias extrativas e beneficiamento;
c) em empresas de pesca e aquicultura;
d) empregados domésticos;
e) em turismo e hospitalidade; (Redação da alínea revogada pela LPC 551/11).
f) nas indústrias da construção civil;
g) nas indústrias de instrumentos musicais e brinquedos;
h) em estabelecimentos hípicos; e
i) empregados motociclistas, motoboys, e do transporte em geral, excetuando-se os motoristas.
Segunda faixa - Passa de R$ 1.670,56 para R$ 1.792,00:
a) nas indústrias do vestuário e calçado;
b) nas indústrias de fiação e tecelagem;
c) nas indústrias de artefatos de couro;
d) nas indústrias do papel, papelão e cortiça;
e) em empresas distribuidoras e vendedoras de jornais e revistas e empregados em bancas, vendedores ambulantes de jornais e revistas;
f) empregados da administração das empresas proprietárias de jornais e revistas;
g) empregados em empresas de comunicações e telemarketing; e
h) nas indústrias do mobiliário.
Terceira faixa - Passa de R$ 1.769,14 para R$ 1.898,00:
a) nas indústrias químicas e farmacêuticas;
b) nas indústrias cinematográficas;
c) nas indústrias da alimentação;
d) empregados no comércio em geral; e
e) empregados de agentes autônomos do comércio.
Quarta faixa - Passa de R$ 1.844,40 para R$ 1.978,00:
a) nas indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico;
b) nas indústrias gráficas;
c) nas indústrias de vidros, cristais, espelhos, cerâmica de louça e porcelana;
d) nas indústrias de artefatos de borracha;
e) em empresas de seguros privados e capitalização e de agentes autônomos de seguros privados e de crédito;
f) em edifícios e condomínios residenciais, comerciais e similares, em turismo e hospitalidade;
g) nas indústrias de joalheria e lapidação de pedras preciosas;
h) auxiliares em administração escolar (empregados de estabelecimentos de ensino);
i) empregados em estabelecimento de cultura;
j) empregados em processamento de dados; e
k) empregados motoristas do transporte em geral
I) empregados em estabelecimentos de serviços de saúde.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas
(foto: Filipe Scotti)
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) iniciará a revisão manual de aproximadamente 140 mil benefícios por incapacidade e pensões por morte concedidos entre 17 de abril de 2002 e 29 de outubro de 2009. A medida atende a uma determinação judicial e se refere a benefícios que não passaram pelo ajuste automático realizado em 2012 na chamada “Revisão do Artigo 29 II”.
Com isso, o prazo para a regularização automática dos valores, que estava previsto para encerrar em março, foi prorrogado até 31 de dezembro deste ano, após solicitação do INSS.
Segundo o instituto, a revisão será realizada exclusivamente nos casos já identificados pela Justiça, não sendo possível a solicitação por parte dos segurados.
Correção no Cálculo dos Benefícios
Entre 2002 e 2009, o INSS calculava os valores dos benefícios considerando 100% do tempo de contribuição quando o segurado não atingia pelo menos 60% do período exigido. No entanto, uma ação civil pública determinou que, mesmo nesses casos, os 20% menores salários de contribuição deveriam ser excluídos do cálculo, conforme previsto no artigo 29 da Lei 8.213/91.
A correção foi estabelecida pelo Decreto 6.939/09, que alterou o Regulamento da Previdência Social. Com essa mudança, o INSS passou a calcular os benefícios com base na média aritmética dos 80% maiores salários de contribuição. A revisão de 2012 corrigiu a maioria dos benefícios, mas uma parcela residual ficou pendente devido a “complexidades sistêmicas”, segundo o instituto. Agora, o novo acordo judicial garantirá que esses casos sejam regularizados.
Consulta Disponível no Meu INSS
Os segurados podem verificar se seus benefícios estão sendo revisados por meio do site ou aplicativo Meu INSS. Para isso, basta seguir os seguintes passos:
Acessar o site ou aplicativo Meu INSS;
Utilizar o CPF e senha cadastrados no gov.br;
Digitar “revisão” na barra de busca;
Acessar a seção “Histórico de Crédito de Benefício”.
Nos casos em que houver diferenças positivas após a revisão, o segurado será notificado pelo Meu INSS e um requerimento de pagamento será gerado com as informações sobre os valores devidos.
Às vésperas do Carnaval, no dia 28 de fevereiro, quando grande parte dos brasileiros já não prestava atenção ao noticiário, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, assinou o Ato nº 9/2025. Trata-se da instituição de mais um privilégio a servidores públicos. Desta vez, para uma casta de comissionados da casa legislativa. A medida permite aos contemplados tirar um dia de folga a cada três trabalhados, com a opção de “vender” o benefício. Não teve qualquer debate público e entrou em vigor já no dia seguinte: 1º de março.
É o tipo de decisão que nos faz pensar: que país é este? Como é possível tamanha desconexão da realidade da esmagadora maioria dos brasileiros que empreendem ou trabalham na iniciativa privada, gerando os recursos que sustentam o setor público? O empreendedor (que chega de madrugada em sua empresa e trabalha 10, 12, 14 horas por dia), o microempreendedor individual (que luta pelo sustento), o feirante (que está de pé às 2h da madrugada) se sentem ultrajados.
Temos desafios gigantescos pela frente para garantir melhores condições de vida à população e reduzir desigualdades. Não podemos nos dar ao luxo de tolerar esse tipo de postura num país com excesso de feriados, péssima infraestrutura, baixa produtividade, elevada carga tributária, grave desequilíbrio na previdência e com uma população que está envelhecendo. O ato de Alcolumbre é ainda mais grave porque, na média, os funcionários públicos já têm remuneração muito superior aos da iniciativa privada e possuem outros privilégios.
Na prática, o presidente do Senado instituiu para o grupo selecionado a chamada escala de 4 dias de trabalho por 3 de folga, sem vinculação com a eficiência, com metas, com o resultado do trabalho ou com critérios de meritocracia. Enquanto isso, os empreendedores brasileiros lutam contra a concorrência de países com menos impostos, melhor infraestrutura e legislação trabalhista menos rígida, sem ver no setor público o compromisso com a efetividade do gasto, a economicidade e a moralidade. E ainda acompanham, perplexos, a ameaça de propostas populistas como a que foi protocolada no Congresso para reduzir compulsoriamente a jornada de trabalho. Por tudo isso, a decisão do Senado é um péssimo exemplo.
Mario Cezar de Aguiar
Presidente da FIESC
Um funcionário de uma empresa afastado do trabalho com atestado médico por depressão pode ser demitido por justa causa se, porventura, for flagrado passeando, participando de algum evento ou viajando. A Justiça possivelmente pode entender que, ao circular por passeios, eventos e viagens, a pessoa não esteja mais em estado de depressão e, portanto, estaria apta ao trabalho. Advogada especialista em questões trabalhistas, Glauce Fonçatti, sócia do Escritório Batistute Advogados, afirma que há jurisprudência para o caso.
“Claro que tudo depende de cada caso e de cada situação, mas hoje em dia é possível levar em conta elementos e possíveis provas que a própria pessoa pode produzir contra si mesma através das redes sociais”, afirma Glauce. De acordo com ela, em 2022, a Justiça de Minas Gerais manteve a demissão por justa causa de uma funcionária que havia apresentado um atestado médico por depressão e publicou fotos em eventos em São Paulo. “A Justiça entendeu que a funcionária não mostrava um estado abatido, característico de depressão.”
Glauce pondera que não é simplesmente dizer que o funcionário está enganando a empresa, apresentando atestado e passeando por aí. “Até porque, sair de casa e circular faz parte do processo de recuperação de uma depressão, por exemplo. Assim como voltar ao trabalho e interagir com os colegas, ocupar o tempo e a cabeça. Então, para que seja comprovado que a pessoa apresentou um atestado por depressão e está bem, é preciso levar em conta diversos fatores e aspectos”, avalia a especialista.
A orientação é, em primeiro lugar, conversar com o funcionário. Em seguida, checar a veracidade do atestado. Só depois de ter certeza de que o atestado por depressão não condiz com a situação da pessoa é que se pode tomar uma atitude mais drástica como a demissão por justa causa. “Para que uma empresa demita por justa causa, é necessário estar muito bem fundamentada, com evidências e provas concretas. Senão o caso pode parar na Justiça e se arrastar por anos”, ressalta Glauce.
Além disso, a empresa não pode demitir uma pessoa por conta de uma doença. Nem mesmo por justa causa. Para considerar a demissão, é preciso motivar a demissão por alguma incontinência de conduta, por mau procedimento, por incongruência de documentação. “Daí a importância de as empresas terem códigos de conduta e de ética muito bem fundamentados, prevendo conflitos entre apresentar um atestado e, de fato, estar doente. Mas uma doença nunca pode ser motivo de demissão, muito menos por justa causa. A empresa deve comprovar que o funcionário não corresponde à condição apresentada no atestado.”