No domingo (04), o Complexo Portuário do Rio Itajaí Açu recebeu a operação com o giro da Milésima Quingentésima (1.500ª) manobra na área da Nova Bacia de Evolução com o navio MSC ATHENS.
A manobra de número 1500 iniciou pontualmente às 13h20, sendo finalizada com sucesso às 13h50. A operação com giro, ocorreu de ré, sendo conduzido por quatro rebocadores até o berço 03 da Portonave.
O navio MSC ATHENS tem bandeira da Libéria, e dimensões de 299,95 metros de comprimento por 48,20 metros de largura (boca), seu Armador e Agenciador Marítimo é a MSC.
Vindo do Porto de Santos (SP), a embarcação, de acordo com informações do setor de operações, movimentou 1575 contêineres. Sua desatracação ocorreu na madrugada de segunda-feira, por volta de 04H00, seguindo seu trajeto marítimo para o porto de Buenos Aires, na Argentina.
MANOBRA DE RÉ – Exclusiva na América do Sul - Complexo Portuário do Rio Itajaí Açu
Desde que a primeira manobra a ré foi realizada em janeiro de 2020 pelo navio VALOR (Armador/Evergreen), de 300 metros de comprimento e 48,3 metros de largura, este tipo de operação continua sendo exclusivo na América do Sul, sendo realizado apenas no Complexo Portuário do Rio Itajaí Açu. Atualmente no mundo, manobras com giro de navios são realizadas em portos da Europa e Ásia.
A manobra a ré ocorre para que sejam realizadas atracações simultâneas nos dois portos (Navegantes e Itajaí). Como os terminais estão de frente um para o outro, com distância de apenas 400 metros, antes da obra da nova Bacia, não era possível atracar navio se um dos portos estivesse com berços ocupados.
A primeira fase do projeto de ampliação do acesso aquaviário para o Complexo Portuário de Itajaí e Navegantes foi concretizada em 2019, proporcionando a chegada de navios de até 350 metros. Com o novo acesso aquaviário, houve aumento de produtividade e maior flexibilidade logística para todo o complexo.
Em 16 de junho de 2020, o maior navio full container a operar na costa brasileira, o APL PARIS, de 347,40 metros de comprimento por 45,20 de largura (boca), realizou com sucesso a manobra de giro na área da nova Bacia de Evolução. Com capacidade para transportar até 10.800 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), marcou sua história no Complexo Portuário do Rio Itajaí Açu.
Manobras com a classe de navios de até 350 metros, são denominados “Megaships”, cujo tamanho, é o máximo que pode ser operado nesse momento com navios com até 12 mil TEUs, ou seja, navios com até 350 metros por 48m de largura. Com a realização da segunda fase da obra, o tamanho dos navios poderá ser de até 366m x 51m, o que permitirá ampliar a quantidade de contêineres por navio de 12 mil para 16 mil, um aumento de 33%.
Para Fábio da Veiga, Superintendente do Porto de Itajaí, o registro de 1.500 giros na área da nova Bacia de Evolução, evidencia cada vez mais o Complexo Portuário do Rio Itajaí Açu no cenário de operações portuárias em âmbito internacional:
“Quando a primeira manobra de giro, inédita no Brasil, aconteceu a 4 anos atrás, na área da nova Bacia de Evolução (Baia Afonso Wippel), sabíamos que naquele dia tínhamos dado o primeiro passo. Para a Autoridade Portuária de Itajaí, a realização deste tipo de operação, onde as embarcações são conduzidas a ré, sendo até então exclusivas na América do Sul e alguns portos na Europa e Ásia, melhor ainda, realizadas e exclusivas em nosso complexo, nos preenche de orgulho. Muito se construiu para chegar até aqui e muito ainda a de se fazer até a conclusão da segunda etapa das obras. Em junho de 2019, quando tive a oportunidade de assinar o Aditivo Contratual na ordem de R$ 40,1 milhões, para a conclusão da primeira etapa das obras, estava confiante que seria o início de um grande avanço para o complexo num todo. Estamos atentos junto ao Governo Federal e Estadual, para que possamos receber recursos financeiros e, assim, finalizarmos este processo, atendendo operações com navios acima de 350, 366 metros, chegando um dia até o recebimento de grandes navios, de até 400 metros de comprimento, denominados de “Megaships”, destacou Fábio.
Acompanhadas e monitoradas pela Superintendência do Porto de Itajaí (Autoridade Portuária), todas as operações de manobras são regulamentadas e autorizadas pela Autoridade Marítima (Marinha/Delegacia da Capitania dos Portos de Itajaí). Outros órgãos como a Marinha, Praticagem, Terminais Portuários (TUPs), Guarda Portuária, Armadores, agenciadores marítimos e empresas de rebocadores, também acompanham as operações com giros.
O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, destaca a importância da Bacia de Evolução para o Complexo Portuário e a sua permanência na competitividade do mercado marítimo:
"Para a Autoridade Portuária de Itajaí, chegar à marca de 1500 manobras na Bacia de Evolução, é muito significativo, pois comprova desde o início que estávamos certos. Atingir este número, quase 400 navios por ano desde que se iniciaram as manobras, evidencia a qualidade e a eficiência que o nosso complexo portuário demonstra no cenário portuário nacional e internacional. Depois que foram finalizadas a primeira etapa das obras da Bacia, agora, para recebermos navios com proporções maiores, nosso compromisso é fazer com que tão logo possam iniciar as obras em sua segunda etapa. Tão logo também, o Porto de Itajaí estará operando com cargas de contêineres, e, assim como o complexo num todo, voltaremos a figurar em nossas estatísticas positivas, proporcionado emprego e renda para a nossa região”, pontuou Volnei Morastoni.
2ª ETAPA DAS OBRAS - Navios de 366 até 400 metros
A segunda etapa das obras na Bacia de Evolução está projetada para receber navios de 366 x 51 metros até 400 metros de comprimento por 60 metros de largura, acompanhando a nova realidade do comércio marítimo internacional, que projeta navios cada vez maiores. A primeira etapa para a continuidade da segunda fase do projeto é o alinhamento com os órgãos ambientais para atender às delimitações necessárias, além dos recursos para a execução da obra. Com base no histórico de aporte financeiro, em 2019, através de recursos da União de aproximadamente R$ 250 milhões, estavam previstos no Plano Plurianual (PPA - Ministério da Infraestrutura) de 2020 a 2023. A obra também já está projetada e licenciada ambientalmente. Sua extensão para manobras abrange um raio de 530 metros de comprimento, onde de uma margem a outra, navios possam realizar giros de 180º e 360º dentro da área da nova Bacia de Evolução.
DRAGAGEM DE MANUTENÇÃO – Segurança de navegação
Desde que foram concluídas a primeira etapa das obras na área da nova Bacia de Evolução, essencial para a realização das manobras, os trabalhos de dragagem permanente garantem a segurança de navegação das embarcações.
Atualmente a Bacia de Evolução contempla 500 metros de diâmetro e 14 metros de profundidade nesta etapa, possibilitando a atracação de navios de grande porte de acordo com as escalas de tamanho permitidas no momento.
“No Brasil, Itajaí é o único porto a fazer dragagem permanente desde o ano de 1999. Para se ter uma ideia de toda essa dimensão, a última campanha de dragagem superou todas expectativas. Foram mais de 4 milhões de metros cúbicos retirados do leito do Rio Itajaí Açu em dois meses, o que representa a retirada de 800 mil caçambas cheias de entulho. Isso por exemplo, nos permite em manter um serviço de qualidade para os nossos usuários, ou seja, para os navios que atracam em Itajaí e Navegantes. Assim podemos dar segurança de navegação a todas as embarcações que atracam no complexo, e, principalmente, para as embarcações que realizam as manobras na área da Bacia de Evolução. Da mesma forma, os trabalhos de dragagem têm a finalidade de reduzir os impactos de inundações, fazendo com que a grande vazão das águas das chuvas que descem do Alto Vale e Vale do Itajaí, possam se dissipar. Com a manutenção de dragagem garantida até dezembro deste ano, podemos manter as profundidades do rio entre 13 e 14 metros”, conclui Fábio
O canal de acesso ao complexo tem uma média de 190 metros de largura e cerca de 14 metros de profundidade. De acordo com as cotas de profundidade, no canal interno e áreas das Bacias de Evolução, as profundidades são de 13,5 metros, e, no canal externo, 14 metros de profundidade.