quarta, 14 de maio de 2025
13/05/2025 10:40

Copom vê cenário incerto e reforça necessidade de frear economia para conter inflação


O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a destacar, na ata de sua última reunião divulgada nesta terça-feira (13), que o cenário de “elevada incerteza” exige cautela adicional e flexibilidade na condução da política monetária. O colegiado reafirmou que a definição da taxa básica de juros, a Selic, seguirá condicionada à evolução do cenário fiscal e à dinâmica inflacionária.

Na reunião realizada nos dias 7 e 8 de maio, o Copom elevou a Selic de 14,25% para 14,75% ao ano — o maior patamar desde julho de 2006. Foi a sexta alta consecutiva, com o objetivo de conter a inflação, que continua fora da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

Segundo a ata, “um estímulo significativo nos últimos anos adveio da política fiscal”. O comitê avaliou que, para que a inflação retorne ao centro da meta, é necessária uma desaceleração da atividade econômica. “A política fiscal que contribua para a redução do prêmio de risco e atue de forma contracíclica contribui para a convergência da inflação à meta”, registrou o documento.

O Banco Central também apontou que a percepção dos agentes econômicos sobre a sustentabilidade da dívida pública e o regime fiscal continua influenciando os preços dos ativos financeiros e as expectativas do mercado. A ata elenca três fatores que podem pressionar a taxa de juros: o “esmorecimento” do esforço por reformas e disciplina fiscal, o aumento de crédito subsidiado e a persistente incerteza sobre a trajetória da dívida pública.

Ainda de acordo com o Copom, o risco de uma piora nas contas públicas pode elevar o juro neutro da economia — nível que nem estimula nem contrai a atividade — e, assim, reduzir a eficácia da política monetária. “O debate do Comitê evidenciou, novamente, a necessidade de políticas fiscal e monetária harmoniosas”, afirmou o colegiado.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 17 e 18 de junho. Até lá, o comitê afirma que continuará monitorando os dados econômicos e os desdobramentos da política fiscal para definir os próximos passos na condução da Selic.




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