O dólar interrompeu sua sequência de sete quedas consecutivas e fechou com alta nesta quinta-feira (20), impulsionado pela escalada da aversão ao risco nos mercados globais e pelo tom mais “conservador” do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa Selic para 14,25% ao ano. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 5,6758, com uma valorização de 0,49%.
O movimento de alta do dólar também reflete a reação dos mercados a decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com os investidores ajustando suas expectativas para os próximos meses. No Brasil, o Copom indicou a possibilidade de um novo aumento na taxa de juros na próxima reunião, marcada para maio. A medida visou combater a inflação, mas também gerou um impacto negativo nas bolsas de valores.
O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, reverteu a trajetória de seis altas seguidas e fechou o pregão em queda de 0,42%, aos 131.954,90 pontos. O mau humor dos investidores foi causado pela decisão do Banco Central brasileiro e também pela decisão do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, que manteve sua taxa de juros no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano, sinalizando uma possível redução apenas em 2025.
Para conter a alta do dólar, o Banco Central brasileiro realizou intervenções no mercado cambial. Em dois leilões realizados durante a manhã, a autoridade monetária vendeu R$ 2 bilhões, com compromisso de recompra, tentando suavizar a pressão sobre a moeda nacional. No dia anterior, o BC já havia realizado vendas de R$ 2 bilhões em operações semelhantes.