As exportações brasileiras de carne de frango enfrentam restrições significativas após a confirmação de um caso de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Em resposta, países como China, União Europeia e Argentina suspenderam temporariamente as importações do produto brasileiro.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que a suspensão é uma medida preventiva, conforme acordos sanitários internacionais. A China, principal destino das exportações brasileiras, suspendeu as compras de carne de frango proveniente do Rio Grande do Sul. A União Europeia e a Argentina optaram por suspender as importações de todo o território nacional.
A Argentina, por meio do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), justificou a suspensão devido à proximidade do foco da doença com sua fronteira, a cerca de 620 km. Apesar disso, o país continuará permitindo a entrada de aves de um dia e ovos férteis provenientes de compartimentos reconhecidos como livres da doença.
O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, exportou 5,2 milhões de toneladas do produto em 2024, gerando US$ 9,9 bilhões em receita. Os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul respondem por 78% dos embarques.
O Mapa está trabalhando para garantir o reconhecimento do princípio de regionalização, que limita as restrições apenas à zona afetada, conforme recomenda a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Países como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Filipinas já reconhecem essa regionalização, o que pode mitigar os impactos nas exportações.
Enquanto isso, o governo brasileiro aguarda o reconhecimento da OMSA de que o país está livre da doença, após notificar o fim do foco em 25 de julho e informar as ações de vigilância realizadas na região.
As autoridades brasileiras continuam monitorando a situação e negociando com os países importadores para retomar as exportações o mais breve possível.