Março pode ser um mês histórico para Itajaí. Negociações com um operador interessado em movimentar soja pelo porto público avançam em ritmo acelerado e há programação para um primeiro navio atracar no município no próximo mês. Entretanto, a nova modalidade de transporte a granel só será uma realidade quando o porto passar por adaptações. Todas as adequações serão feitas pela empresa interessada, cujo nome é mantido em sigilo.
De acordo com o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos, a pretensão inicial é receber um navio por mês e movimentar cerca de 50 mil toneladas de soja. Ayres informa que o porto está buscando suporte legal e técnico para ingressar neste novo mercado.
Impasse
Um empecilho à operação são as obras nos berços 3 e 4. A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos também em março para receber o primeiro navio com soja. Caso contrário, o porto público terá de negociar com a APM Terminals, arrendatária dos berços 1 e 2, para atracar o cargueiro. “O interessante é trabalharmos com nossos berços. O maior desafio é ter o porto em condições de receber o navio, pois ainda não estamos preparados para receber cargas soltas”, pontua Ayres.
O superintendente informa que as adaptações para iniciar as movimentações a granel serão de responsabilidade do operador que irá movimentar.
Adaptações necessárias
A soja cuja movimentação está sendo negociada para ocorrer no Porto de Itajaí é orgânica e há uma exigência dos importadores de que ela seja embarcada por um terminal que não movimenta soja transgênica, para evitar mistura.
Algumas alternativas para movimentar a carga a granel estão em estudo. A primeira alternativa é de que o operador construiria um armazém inflável no Porto de Itajaí, próximo aos berços 3 e 4. A soja chegaria de caminhão ao Porto, seria descarregada neste armazém, colocada em contêineres especiais, que levados ao navio, teriam um fundo que se abriria e a soja seria estocada nos porões do navio. Isso porque o Porto de Itajaí não tem esteiras que levam a soja até os navios.
Outra opção
A segunda alternativa seria o operador alugar um dos vários galpões disponíveis ao longo da BR-101, ou próximos, para estocar a soja fora da cidade. Os contêineres seguiriam para o Porto cheios, mas sem derramar a soja pelo meio do caminho, seriam erguidos para os navios e despejariam a soja nos porões. Neste caso, a operação exigiria um local alfandegado, o que pode atrasar as negociações.