sexta, 19 de abril de 2024
27/08/2021 16:43

Nível da arrecadação de tributos federais indica retomada da atividade econômica, destaca estudo da SPE

Número de julho (R$ 171,270 bilhões) foi 17% superior ao esperado pelos analistas de mercado

estudo “Conjuntura Macroeconômica e Arrecadação Bruta de Tributos Federais” – elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia e divulgado na quarta-feira (25/8) – confirma, com base em dados da arrecadação, a recuperação em curso da economia brasileira.

“As projeções de mercado sobre a arrecadação federal continuam a indicar expectativas de retomada da atividade econômica que tem se verificado (ainda mais fortemente do que esperado pelo mercado) na arrecadação”, destaca a análise da SPE. As projeções são feitas por meio do Prisma Fiscal, sistema de coleta de expectativas de mercado elaborado pela SPE para acompanhar a evolução das principais variáveis fiscais brasileiras: arrecadação total das receitas federais, receita líquida do governo central, despesa total do governo central, resultado primário do governo central e dívida bruta do governo geral.

O estudo foi apresentado pelo coordenador-geral de Modelos e Projeções Econômico-Fiscais da SPE, Sérgio Gadelha, durante entrevista coletiva com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do secretário especial da Receita Federal, José Tostes, na qual foi anunciada a arrecadação total, em julho, de R$ 171,270 bilhões. O valor é 17% superior ao esperado pelos analistas de mercado – R$ 146,436 bilhões –, de acordo com o registrado no Prisma Fiscal. “Ainda se esperam erros de previsão devido à dificuldade de se fazer projeções em meio a uma pandemia”, ressaltou Sérgio Gadelha. Pelo 12º mês consecutivo, a arrecadação total de receitas federais ficou acima do esperado pelo mercado.

O documento registra que o crescimento das vendas do varejo, verificado no segundo trimestre, sugere melhora do consumo das famílias; e demonstra que a melhora da confiança na indústria aponta para a expansão da atividade econômica no terceiro trimestre e o desempenho do emprego formal reforça a tendência de aceleração da atividade no segundo semestre. Também aponta para a estabilidade do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre.

A análise da SPE sustenta que as medidas tomadas pelo governo federal em conjunto com o Congresso Nacional “continuam relevantes para mitigar os efeitos negativos da pandemia da Covid-19 sobre a economia brasileira”. E pontua: “A vacinação em massa, a consolidação fiscal e as reformas pró-mercado, todas em curso, pavimentarão o caminho para um crescimento sustentável que dê suporte a emprego, renda e maior nível de bem-estar da população brasileira”.

Panorama macroeconômico

O estudo informa que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – proxy mensal do PIB que agrega informações dos diversos setores que compõem o Produto Interno Bruto no lado da oferta – registrou alta de 1,1% na passagem de maio para junho. “O resultado ficou acima do esperado e equivale a uma alta de 9,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sugerem que o setor de serviços contribuiu positivamente para o resultado. Assim, no segundo trimestre, o IBC-Br avançou 0,12% ante o primeiro trimestre”.

A análise destaca dados divulgados pelo IBGE. “Após dois meses consecutivos de crescimento, as vendas do comércio varejista caíram 1,7% na passagem de maio para junho. Foi a maior retração do setor neste ano e a segunda maior para um mês de junho desde o início da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), em 2000. Com o resultado de junho, o varejo se encontra 2,6% acima do patamar pré-pandemia”. E acrescenta: “Em linhas gerais, as vendas no varejo parecem estar se estabilizando na margem, em meio à volatilidade mensal”.

Citando a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), o estudo da SPE assinala que a produção industrial ficou estável na passagem de maio para junho. “O resultado foi explicado pelo equilíbrio entre o avanço da produção de bens de capital e o recuo registrado tanto na categoria de bens intermediários como na categoria de bens de consumo”. Já em relação à Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), enfatiza: “O volume de serviços cresceu 1,7% na passagem de maio para junho, acumulando ganho de 4,4% nos últimos três meses. Com isso, o setor não só ampliou o distanciamento em relação ao nível pré-pandemia – já que se encontra 2,4% acima de fevereiro do ano passado – como também alcançou o patamar mais elevado desde maio de 2016. Dentre as aberturas, destaque para os serviços prestados às famílias, que são mais sensíveis às restrições à mobilidade e, portanto, foram beneficiados pelo maior grau de abertura da economia no período”.

Confiança e emprego

O estudo destaca ainda que, na passagem de junho para julho, “a confiança sobe em todos os setores” e exemplifica, com dados positivos do Índice de Confiança do Consumidor, que subiu 1,3 ponto em julho, para 82,2 pontos, maior patamar desde outubro do ano passado; o Índice de Confiança de Serviços atingiu 98 pontos, maior nível desde março de 2014; o Índice de Confiança do Comércio subiu 5,1 pontos, para 101, nível mais alto desde janeiro de 2019; o Índice de Confiança da Indústria subiu 0,8 ponto em julho, para 108,4 pontos, maior patamar desde janeiro deste ano; e o Índice de Confiança da Construção Civil, que, segundo sondagem da Fundação Getúlio Vargas (FGV) subiu 3,3 pontos em julho, para 95,7 pontos, maior patamar desde março de 2014”.

A análise da SPE dedica atenção especial à geração de vagas de trabalho, com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). “O desempenho do emprego formal corrobora a visão de aceleração da atividade no segundo semestre. Em junho, houve geração líquida de 309,1 mil postos de trabalho com carteira assinada. Todos os grandes setores da economia apresentaram saldo positivo no período, com destaque para comércio e serviços. Para os próximos meses, os ganhos de mobilidade decorrentes dos avanços na imunização da população e do maior controle da pandemia deverão impulsionar o mercado de trabalho, inclusive o informal”, sublinha o documento.

Com informações do Ministério da Economia

 
 
 
 



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