A construção civil de Santa Catarina já gerou 16,4 mil vagas de emprego de janeiro a agosto de 2022, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Previdência. O estado, que tem a menor taxa de desemprego do país com 3,9% da população, criou neste ano 4 mil postos de trabalho a mais que o total de 2021, quando 12,4 mil empregos foram gerados.
O aumento de mão de obra no setor é maior do que o estados mais populosos, como Rio Grande do Sul (8,6 mil), Paraná (8,1 mil), Ceará (8 mil), Pará (8,7 mil) e Pernambuco (7 mil). O ritmo de contratação de mão de obra no segmento está acima do mesmo período de 2021. Ano passado até agosto, haviam sido gerados 15 mil empregos. Este ano houve a criação de 1,4 mil postos de trabalho a mais.
A contratação de mão de obra é um indicador importante do crescimento do setor no estado. O perfil dos municípios que mais geraram emprego neste ano na construção civil mostra que o segmento é puxado pela força econômica da indústria e pela construção de torres residenciais em municípios litorâneos. Os maiores geradores de emprego em todas as áreas econômicas até agosto foram Florianópolis (7.653), Joinville (7.608), Blumenau (7.166), Itajaí (6.531), São José (4.124), Criciúma (3.749), Chapecó (3.709), Itapema (3.507), Jaraguá do Sul (2.566) e Navegantes (2.003).
Com mais obras e mais trabalhadores aumenta também a demanda por fornecimento de serviços para as construtoras e incorporadoras do estado. Um exemplo disto é a locação de equipamentos. A Versátil Andaimes e Escoramentos, empresa líder de mercado no Paraná e em Santa Catarina, está fabricando 800 toneladas de novos andaimes convencionais e sistemas de escoramentos até o fim do ano para evitar a falta de material. “Nós antecipamos os investimentos previstos para 2023 devido ao aquecimento da construção civil em Santa Catarina. Nós já produzimos 400 toneladas de equipamentos no primeiro semestre e vamos fabricar outras 400 toneladas até dezembro. Precisamos fazer isso porque as nossas taxas de ocupação do andaime convencional e da escora metálica está em torno de 85%, acima da média histórica de 60%. Estes dados sinalizam a escassez destes produtos no mercado”, afirmou Adriano Greca, diretor de Operações da Versátil.
A empresa investiu ainda na criação de um segundo turno na linha de pintura. Com isso, a empresa dobrou a capacidade de manutenção e deu mais agilidade aos processos de revisão de andaimes e escoras metálicas para aumentar a rotatividade dos equipamentos e garantir ao construtor a disponibilidade de material no momento em que a obra precisar.
Crescimento de 9,5% no semestre
O Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil no Brasil cresceu 9,5% no primeiro semestre de 2022 em relação ao primeiro semestre do ano passado. A informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em setembro e confirma a retomada do setor depois da crise de 2014 a 2019. O PIB do segmento em 2021 já registrou um crescimento de 9,7%.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) alerta, porém, que a dificuldade de contratação de mão de obra já está presente no setor devido a este aumento de atividade constante. Uma pesquisa da Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT) da CBIC mostrou que cerca de 90% das empresas brasileiras encontram dificuldade para contratação de pessoal, contra 77% em outubro/2021. Segundo o levantamento, as áreas de maior escassez profissional foram de pedreiros (82%) e carpinteiros (78,7%), bem como de gestão de obra – mestre de obras (74,7%) e encarregado (70%).