O mercado de trabalho brasileiro apresentou resultados históricos no trimestre encerrado em agosto, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE. A taxa de desocupação ficou em 5,6%, a menor desde 2012, início da série histórica, mantendo-se no mesmo patamar registrado em julho.

Com isso, o país soma 6,1 milhões de pessoas desocupadas, o menor contingente já observado, representando queda de 9% em relação ao trimestre encerrado em maio e de 14,6% frente ao mesmo período de 2024. O número de trabalhadores ocupados chegou a 102,4 milhões, novo recorde da série, puxado pelo aumento das contratações com carteira assinada.

No setor privado, os empregados com registro formal alcançaram 39,1 milhões de pessoas, o maior número já registrado, enquanto a massa de rendimento real habitual atingiu R$ 352,6 bilhões, resultado de um rendimento médio de R$ 3.488 – alta de 3,3% em relação ao ano anterior.

Entre os setores, destaque para administração pública, educação, saúde e serviços sociais, que geraram 760 mil novos postos de trabalho em relação a 2024. A agricultura também impulsionou a ocupação, especialmente pela safra de café em estados do Nordeste e Sudeste. Já os serviços domésticos registraram queda, o que, segundo analistas, pode indicar migração de trabalhadores para empregos com melhores condições e benefícios.

Outro dado positivo foi a redução da população desalentada, que caiu para 2,7 milhões de pessoas, o menor número desde 2016. A taxa de subutilização da força de trabalho também ficou em 14,1%, repetindo o patamar mais baixo da série.

Para o analista da pesquisa, William Kratochwill, os números reforçam um cenário de maior confiança:
— A queda no desemprego e no desalento mostra que o mercado está absorvendo rapidamente os trabalhadores, enquanto a formalização e os ganhos salariais refletem um momento de maior estabilidade.