Os economistas Affonso Celso Pastore (ex-presidente do Banco Central) e Nelson Barbosa (ex-ministro da Economia e do Planejamento) entendem que o governo terá o grande desafio de reequilibrar os gastos públicos, que cresceram acentuadamente por causa da pandemia da Covid-19, que, por sinal, está entrando em uma segunda onda. Nesta quarta-feira, 18, eles participaram da reunião conjunta e on-line do Conselho de Economia e da Câmara de Assuntos Tributários da FIESC. Ambos, que integram o quadro da Fundação Getúlio Vargas (FGV), defenderam a necessidade de regramentos que limitem os gastos do setor público, mesmo que não seja o modelo atualmente utilizado.
“As análises feitas neste encontro nos chamam a atenção. Embora haja uma perspectiva de crescimento econômico nos próximos anos, constata-se que há possibilidade de elevação das taxas de juros e da inflação, o que sempre é uma grande preocupação”, afirmou o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. “Santa Catarina tem uma economia muito diferente da média brasileira; o índice de confiança dos nossos industriais está extremamente elevado; a intenção de investir está em 73%, mostrando que o empresário catarinense é resiliente, aprendeu com as crises e acredita na sua empresa e no que faz. Mesmo assim, as perspectivas apresentadas deixam esse empresário mais inquieto”, acrescentou.
Affonso Celso Pastore
“As duas maiores componentes dos gastos públicos são a previdência, que já foi objeto de uma reforma e cresce 2% ao ano, e as despesas com pessoal, que estão sendo objeto de uma outra reforma, mas que não toca sobre os funcionários atualmente existentes e cresce 1% ao ano”, enfatizou Pastore. Ele destacou que, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos e no Brasil, se verifica a tendência de uma segunda onda da Covid-19. Na análise de Pastore, o Brasil superou a crise econômica provocada pela pandemia mais rapidamente do que Estados Unidos, Europa e a Ásia emergente (países do extremo Oriente, exceto a China). Ele aponta dois fatores que contribuíram para esta rápida retomada brasileira – o auxílio emergencial e a depreciação do câmbio. O auxílio emergencial manteve as vendas internas, enquanto que a desvalorização do real aumentou a competitividade da indústria doméstica de bens e serviços. O efeito colateral dessa depreciação da moeda nacional é a inflação elevada de alimentos.
Pastore salientou ainda que os investimentos em infraestrutura, independentemente de serem feitos pelo setor público ou pelo setor privado, apresentam duas vantagens. A primeira delas é a redução de cursos do produto brasileiro, devido à melhoria do padrão dos serviços (rodoviário, portuário, etc). O outro benefício vem do movimento econômico das obras, com pagamentos de salários, compra de produtos, entre outros aspectos.
O economista criticou o atual modelo político brasileiro. “Temos mais de 30 partidos, é um sistema totalmente repartido. Existem desavenças entre os partidos e dentro de cada um existem diferentes opiniões, que no fundo impedem que você tenha uma coalizão, a não ser que o governo ‘compre’ os votos com favores para as áreas de influência política de cada um dos parlamentares. O sistema político que temos infelizmente gera aumento de gastos”, afirmou.
Nelson Barbosa
Nelson Barbosa observou que o governo brasileiro estimou que a Covid-19 gerasse gastos de R$ 581,6 bilhões, dos quais R$ 470,8 bilhões foram pagos. Desta forma, os gastos públicos se elevaram de cerca de 20% para mais de 28% do Produto Interno Bruto (PIB). O ex-ministro entende que a redução é necessária, mas ela deve ser gradual, para evitar impactos negativos no ambiente econômico. “A Covid-19 provocou uma parada súbita na economia, embora a queda tenha sido menor do que a prevista”, disse. Ele entende que há expectativa de retorno do crescimento em 2021, mas teme pela sustentabilidade dessa retomada.
O ex-ministro defende que o limite de gastos seja discutido a cada quatro anos, durante a campanha eleitoral. “Vai haver mudança na regra fiscal, resta saber se será organizada ou desorganizada”, disse Barbosa, ao destacar a impossibilidade de manutenção do congelamento dos gastos por dez ou 20 anos. “A expectativa é que a reforma administrativa do governo, com todas as dificuldades políticas, crie um espaço fiscal entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões; a reforma tributária não resolve o problema porque pode aumentar a receita, mas sem limitar a meta de gastos”, disse. Ele entende que a PEC 36, que tramita no Senado, representa uma alternativa, assegurando uma saída gradual do auxílio emergencial, investimentos públicos, gastos com saúde e educação, um fundo garantidor para crédito a micro e pequenas empresas e geração de empregos.
FIESC defende concessões
O presidente da FIESC salientou que a entidade defende a privatização e concessões na área de infraestrutura. “Elas são necessárias e podem reduzir a interferência e o tamanho do Estado”. Para ele, a reforma da previdência poderia ter sido mais ousada e a reforma administrativa pode colocar o país no rumo do crescimento. “Uma discussão que precisa ser feita é quanto ao instituto de direito adquirido”, salientou. Aguiar destacou ainda a necessidade de maior envolvimento do setor empresarial na vida pública.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
Os dados do PIB 2020 foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o que era esperado pelo mercado foi confirmado: houve uma queda de 4,1% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Mas o que isso significa? Como impacta nossas vidas? O PIB mede o crescimento econômico. Quando falamos em crescimento, é importante ter em mente que estamos nos referindo à soma do que é produzido internamente em nosso país em termos monetários. Desse modo, esse indicador reflete o tamanho da nossa economia.
Assim, o dado divulgado, nos mostra que em termos monetários, nossa economia sofreu uma queda de 4,1% em relação ao ano de 2019. Essa situação não é uma surpresa, pois, mesmo antes da pandemia, esperava-se que a economia brasileira sofreria uma retração econômica. Entretanto, a pandemia veio para reafirmar e piorar ainda mais a situação da economia brasileira, pois diminuiu o ritmo das atividades econômicas.
Mas, e como se comportaram os três grandes setores da nossa economia? Todos sofreram queda? O setor industrial retraiu 3,5%, o que representa a queda mais intensa nos últimos cinco anos. Em termos industriais, o setor de construção civil e a indústria de transformação, foram as áreas da indústria que tiveram o pior desempenho em 2020.
O setor de serviços, que de modo geral, é o que mais contribui para o crescimento do PIB, foi o que sofreu uma queda maior, retraindo 4,5% em relação ao ano anterior. Com a diminuição da circulação de pessoas, o comércio se viu de portas fechadas, gerando uma queda das vendas, fechamento de estabelecimentos e um maior nível de desemprego nesse setor. Além disso, os serviços prestados às famílias e os transportes, armazenagem e correio foram os serviços mais impactados no ano passado. Aqui, é importante mencionar que, apesar de ser considerado um valor baixo, o auxílio emergencial fornecido para as famílias mais afetadas com a pandemia, corroborou para que o resultado desse setor não fosse ainda pior, o que pode nos mostrar a relevância da continuidade desse auxílio em 2021.
Por outro lado, se o setor de serviços e a indústria sofreram queda em 2020, o desempenho do agronegócio seguiu um caminho oposto, apresentando um aumento de 2,0% no ano de 2020, se comparado com o ano anterior. Tal fato, é reflexo, em grande medida, das nossas exportações. Câmbio altamente desvalorizado em conjunto com o fato de que, mesmo em crises, commodities e produtos de primeira necessidade continuam sendo demandados mundialmente, permitiram um saldo positivo desse setor no ano em que a economia brasileira apresentou uma queda de 4,1% no seu tamanho.
Esses dados nos geram muitas incertezas em relação ao ano de 2021. O que sabemos é que, o Brasil precisa mudar o rumo e acelerar o processo de vacinação, pois enquanto isso, mortes estão acontecendo, pessoas estão sendo infectadas, demandando leitos hospitalares, nossos hospitais estão lotados e equipe médica sobrecarregada, e o brasileiro vive com dúvidas em relação o que deve ser feito: isolamento ou não? Não há uma unificação do discurso entre políticos do nosso país, o que dificulta ainda mais o estabelecimento de normas a serem seguidas pela população. O que sabemos é que, com esse resultado econômico, não estamos mais entre as 10 economias mundiais, o que não é um resultado favorável. Para além disso, se o leme do nosso barco não mudar e os ventos, digo, a equipe econômica e governo não tomarem medidas mais assertivas quanto à pandemia, aprofundaremos nossa crise entrando em uma recessão econômica profunda.
Autora: Pollyanna Rodrigues Gondin é economista e professora da Escola de Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter.
A retomada da produção industrial, somada ao crescimento do consumo no último trimestre de 2020, trouxe números positivos para a movimentação portuária brasileira. Foram vários os portos brasileiros que registraram recordes de movimentação, especialmente em novembro e dezembro.
Neste contexto, o Porto Itapoá, que chegou a movimentar apenas 4 mil contêineres de importação no mês de junho, chegou a 12 mil unidades por mês, em novembro e dezembro. Como comparação, nos três últimos meses de 2020 o Terminal recebeu 35 mil contêineres de importação, praticamente o dobro das movimentações do segundo e terceiro trimestre, representando crescimento de 10% em relação ao último trimestre de 2019.
Na exportação, contudo, houve estabilidade na movimentação, com média de pouco mais de 7 mil unidades movimentadas por mês.
Desde o início das operações, em junho de 2011, o Porto Itapoá sempre apresentou crescimento na movimentação ano a ano, finalizando 2020 entre os 5 maiores portos do País.
Complexo portuário da Babitonga é responsável pela maior movimentação em tonelagem do Estado de Santa Catarina
Quando consideramos a análise dos números de tonelagem abrangendo os complexos portuários de Santa Catarina, a Baía da Babitonga, que contempla os Portos de São Francisco do Sul e Itapoá, registra a maior movimentação do Estado. O complexo portuário da Babitonga representa 60% de todas as cargas (em tonelagem) que passam pelos portos catarinenses.
Esses números refletem diretamente no desempenho da economia da região. Recentemente o IBGE divulgou as cidades mais ricas do Sul do País, com Joinville ocupando a 3ª posição na região e a 1ª posição no Estado de Santa Catarina, com crescimento de cerca de 12% em relação ao ano anterior. O fluxo logístico e de comércio exterior, proporcionado pelos portos da Baía da Babitonga, são influenciadores diretos para esse desenvolvimento e, por consequência, para a geração de emprego e renda na região Norte catarinense.
Com a visão de ser líder em satisfação do cliente e inovação e buscando sempre a eficiência e a modernidade em seus serviços, o Porto Itapoá utilizou estes conceitos em seu novo site institucional (portoitapoa.com) e no novo Portal do Cliente (clientes.portoitapoa.com) que foram totalmente remodelados e entraram no ar nesta semana. O objetivo da reformulação desses dois ambientes é trazer mais facilidade para os clientes, parceiros e demais públicos de interesse.
Os novos site e Portal do Cliente são responsivos e podem ser facilmente acessados via celular. Os novos ambientes digitais do Porto Itapoá também já estão adequados à nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) referente às boas práticas e à governança no tratamento de dados pessoais.
No Novo Portal do Cliente os usuários contarão com as novas funcionalidades de módulo de faturamento on-line, agendamento de inspeção on-line, central de notificações e uma home page com muito mais interatividade. Já o novo site institucional traz muito mais modernidade e facilidade para navegação, mais intuitivo e prático para acesso às informações, acompanhando o mesmo padrão e identidade visual aplicada no novo Portal do Cliente.
Em caso de dúvidas sobre o novo Portal do Cliente o contato pode ser feito pelo email atendimento@portoitapoa.com
O Porto Itapoá
Sendo considerado um dos terminais mais ágeis e eficientes da América Latina, o Porto Itapoá é também um dos maiores e mais importantes do País na movimentação de cargas conteinerizadas, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ).
Situado no litoral norte de Santa Catarina, o Porto Itapoá está posicionado entre as regiões mais produtivas do Brasil, contemplando importadores e exportadores de diversos segmentos empresariais. Sua localização privilegiada, na Baía da Babitonga, proporciona condições seguras e facilitadas para receber embarcações de grande porte, uma tendência cada vez mais adotada na navegação mundial.